Tema do RPG: Pvd sobre um livro que estou escrevendo
Personagens principais: Maximus
Anos que foi escrito: 2019
Eu não faço a mínima ideia o que me guiou pra essa sala, o salão de Transcendência, local onde um grande aparato, que permite o teletransporte para mundos fora de nosso Yggdrasill se localiza, o destino final e paraíso de qualquer Dark que está no momento nos nossos nove mundos atuais e sofrendo por causa disso.
Talvez o que tenha me guiado foi a saudade de minha mãe, já havia se passado um pouco mais de um centenário da data que deixou esse mundo, da forma convencional, pela morte, mas eu ainda não o superei, nem tão pouco minha irmã mais nova, Diana, que nem chegou a conhecê-la e muito menos ainda meus outros irmãos, que são alastrados pela dor de tempos em tempos.
As vezes, quando sou envolto pela sofrimento, acabo nesse salão, sentado a frente onde a cada 5000 anos grupos de pessoas se juntam para mudar de mundo e, se tudo der certo, nunca mais voltar, apenas desejando que tudo isso seja uma mentira, um cruel pesadelo, e que minha mãe esteja sã e salva nos esperando do outro lado, porém, nem em meus mais belos sonhos isso chega a ser tornar realidade, sendo destruído pelos sons de gritos de minha mãe, ou de seu corpo imóvel e duro que fui forçado a ver aos meros 152 anos, algo que não desejo a ninguém, nem meu pior inimigo. Claro, cada um lida com isso de sua forma, alguns, como meu irmão mais velho, Caius, se tornou mais amável, tentando ajudar a todos por meio de sua bondade e medicina, outros ainda, como meu outro irmão, Augustus, decidem que é seu dever mudar tudo isso por meio de revoluções. Mas eu? Lido me envolvendo por aqueles que amo e sentando no meio do salão de transcendência, desejando um passado e futuro que jamais vou ter.
Talvez ainda, o que tenha me levado até ali foi o fato de faltar um pouco menos de cem anos pra a proxima Transcendência, não que eu espere que possa mudar de mundo, pra isso precisa de no mínimo 750 anos e eu, aos meus 251, ainda estou muito longe disso. Mesmo assim, este vai ser o primeiro em que estarei presente e sempre me interessei muito por isso. Sim, telegramas, cartas e presentes sempre passam diariamente por estes portões interdimensionais, no entanto, isso nunca vai ser tão épico quanto a celebração que se passa de vários em vários anos.
Outra razão ainda, pode ter sido por eu ter escutado meu pai, o rei, falando com algum súdito que o portão sul está falhando e que precisam ajeitar a tudo isso depressa, antes que afete a vida das pessoas. Não finjo que sei algo de como consertar isso, acredito que nenhum de meus irmãos sabe, mas fui tomado pela curiosidade, quando irei ver tal objeto quebrado novamente?
Admito que não era para estar ali e sim envolto em alguma partida de War junto com meus irmãos, algo que jogamos toda noite no primeiro fim de semana de todo mês, como uma forma de nos reunirmos e estar presente um na vida do outro, mesmo vivendo vidas totalmente diferentes. Talvez ainda pudesse estar dormindo abraçado com minha irmã mais nova, que tem apenas 99 anos, ou apenas lendo um livro pra ela.
De qualquer forma, e por qualquer razão, me encontro no grande e frio salão em onde espero mudar a minha vida. Os portões que ligam a outros mundos, estão no centro da sala, alguns degraus mais pra baixo, é nessa escadaria onde as famílias de todos aqueles que se vão aguardam e observam a tudo junto com seus entes queridos.
No meio de tudo se localiza grandes arcos dourados voltados para os quatro pontos cardeais, locais onde as pessoas e coisas se localizam para serem teletransportados, a frente de cada um deles, apenas uma meia pilastra de metal igualmente reluzente, onde se encontra monitores e botões, que permitem escolher a localização e acionar a tudo.
Com passos ágeis, de quem conhece o local de trás pra frente, cheguei ao arco que escutei estar danificado, dei uma rápida olhada sem tocar em nada, sendo surpreendido pelo aparelho estar totalmente desligado, algo que geralmente não ocorre.
Movido pela confiança de ter certeza de estar desligado e por uma burrice descomunal, me posicionei onde um dia estaria localizado para mudar de mundo. Assim que parei ali, olhei ao meu redor, notando pela primeira vez os detalhes extraordinários no arco. Como se algo me chamasse, toquei o detalhe mais próximo de meus olhos e algo que parecia esperar que eu fizesse isso, acionou a máquina novamente, e fui forçado a ficar ali, como uma presa indefesa que acabou de ser pego em uma armadilha.
A sensação é totalmente diferente do que esperava e pelo que já passei. Por ter estudando durante 100 anos em um colégio cuja uma de suas principais características era a presença nos nove mundos, o que forçava os alunos a viajar por entre eles constantemente, já estava acostumado com essa sensação, que chegava a ser inclusive acolhedora. Era uma mistura de um leve calor, com um frio na barriga, por fim, era envolto por um leve frio ao reentrar em um novo mundo, para em seguida ser rodeado pela temperatura local. Nada disso foi o que sentiu quando a naquina se acionou. Sentiu uma dor intensa, mas não era realmente uma dor, era como cada molécula de seu ser estava se desfazendo, rodeando entre si e se reagrupando, até enfim se juntar definitivamente em seu destino final. Não odiei a sensação, mas nunca seria algo a qual me acostumaria.
Quando novamente senti o chão a meus pés, voltei a abrir os olhos, nem havia percebido que no meio de tudo aquilo havia o fechado. Me deparei com um mundo totalmente diferente ao esperado, não era nenhum pouco parecido às fotos que vi da Nova-Niflheim, como eu e meus irmãos chamamos o novo planeta Dark.
O planeta era extremamente ensolarado e povoado apenas por aqueles que pareciam ser asgardianos, no entanto, o seu atraso tecnológico me fez duvidar que estivesse no lugar certo. Isso e o fato de todos no que supus ser um parque estarem me olhando como se tivesse crescido uma segunda cabeça ou tivesse um tom de pele extraordinário, tipo vermelho escarlate. Por um segundo imaginei também que poderiam estar assim por estar somente de pijama, uma calça moletom e uma camisa de sets diferentes, em um sol escaldante que rapidamente cegou me e irritou a minha pele, a deixando um pouco avermelhada, mas neguei a isso, com certeza que alguém já devia ter feito a travessia de pijama antes.
Como se esperassem minha deixa, algumas pessoas começaram a se afastar de mim, como se tivessem medo. Tentei a todo custo parar alguém para perguntar onde estou, mas quanto mais me aproximava de alguém, mais corriam para longe.
Após alguns minutos andando sem rumo, vi ao longe o que parecia ser uma garota andando com um garotinho e um gato na mochila. Enquanto os observo, sentado em um banco que encontrei a um tempo, vejo a garota tropeçar, para em seguida, o garoto libertar o animal de sua prisão de plástico e o mesmo sair correndo, sendo seguido pelas duas pessoas, que apesar de seu esforço, não conseguiam alcançar o animal.
Não sei o que me levou a fazer o que fiz a seguir, talvez cavalheirismo ou imaginar que se fosse uma de minhas irmãs, iria querer aue alguém as ajudasse, mas antes que pudesse pensar duas vezes, fiquei em pé, respirei fundo, ignorando o cansaço já presente por horas andando em um sol forte (algo a qual meu corpo não está acostumado ou suporta) e pés cheios de bolhas por estarem descansos e corri atrás do gato fugitivo junto a eles.
O único desejo em minha cabeça, além de alcançar logo o bicho, era de que eu tivesse feito como aula eletiva na escola "encantamento animal" para que pudesse parar o felino sem esforço.
Por estar sendo acompanhado de uma garota de salto alto e uma criança pequena, me forçei a correr o mais rápido possível, usando meus músculos o máximo possível, ou pelo menos o máximo que consigo com um clima desses.
Em alguns momentos, o alcancei, e peguei com certo esforço, me jogando no chão logo em seguida, tomando cuidado para não machucar o animal, que agora está me arranhando para que eu solte, o que não vou fazer. Mesmo assim, alguns de seus arranhões conseguem entrar fundo, liberando o sangue dourado, que não me pertence totalmente, para fora de meu corpo. Apesar da dor, nada disso me importa, havia pego o bichado e tinha acabado embaixo de uma árvore, o que me protege do sol, então a vida está bela novamente pra mim, melhor que isso somente se tivesse de volta em casa.
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Turnos, Fichas e Ideias
General FictionConjunto de turnos escritos por mim no decorrer de meus anos jogando rpg . Os turnos podem ou não pertencer ao mesmo rpg, dessa forma, o assunto e tema de cada um pode se alterar. De inicio pensei em ser apenas turnos (não só os meus) de um rpg espe...