〈 N O V E 〉

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          Por mais que me tenham sabido bem aqueles dias de férias, é preciso voltar à normalidade, voltar à rotina

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          Por mais que me tenham sabido bem aqueles dias de férias, é preciso voltar à normalidade, voltar à rotina. Não é o trabalhar que me custa ou o acordar cedo. O que me custa é abandonar a cama quente e os braços de Olivier, mas ver a minha filha correr para debaixo dos lençóis da cama que partilho com o francês, assim que eu saio, aquece-me o coração. A ligação deles está a ficar cada vez maior e eu não me arrependo de ter aceitado o convite dele para ficarmos mais uma semana em sua casa. Agora, com a presença de Ramsey lá, tudo tem sido um pouco mais fácil porque o galês adora brincar com a menina e quando ela faz birra porque não quer dormir sozinha, ele leva-a para a sua cama e deixa que eu e o Oli tenhamos mais privacidade, mesmo que digamos que não vamos fazer nada.

          Com muita insistência, o meu namorado conseguiu convencer-me a deixar de fazer limpezas no café e numa das casas, mas logo eu lhe deixei claro que não abandonaria a moradia dos meus patrões favoritos e por isso, atualmente, apenas limpo a casa deles e mantenho o meu trabalho como rececionista na Salesforce. O Cameron e o Lucas logo adaptaram o meu horário para o final da manhã e dessa forma apenas tenho de me despedir dos meus amores, em casa, por volta das 10h30. A minha mãe continuou a viver connosco e confesso que é engraçado vê-la discutir com o Aaron, porque ele teima em cozinhar quase todos as noites.

          — Laura, quando a Aurora vem cá? — Hugh, um dos filhos dos meus patrões, questiona ao aparecer perto de mim, que me encontro a fazer a cama dele. — Eu tenho saudades de brincar com ela! Ela é muito engraçada e faz várias vozes quando brincamos com bonecas.

          — Porque não admites à Laura que queres ser namorado da filha dela? — Amber, a sua irmã gémea, adentra o quarto e cruza os braços no peito, olhando na direção do seu irmão de modo sério. — Não te adianta ficar envergonhado e negares porque eu sei que é verdade.

          — Não é não! — O menino tenta refutar a afirmação da irmã mas as suas bochechas rosadas denunciam-no e eu tenho de confessar que é uma imagem linda e engraçada. — Ela só é mais divertida que tu! Tu só queres andar de patins. — O rapaz com breves caracóis castanhos e uns lindos olhos azuis acusa a irmã, esta que revira os olhos e vira o seu rosto para mim.

          — Eu vou falar com os vossos pais e um dia vocês vão lá a casa brincar com ela, sim? — O gémeo move imediatamente a cabeça no sentido afirmativo e sai do quarto a correr, completamente feliz com o que eu digo. — Então meu amor, o que foi? — Sento-me na cama do rebento mais novo do casal, puxando a menina apenas dez minutos mais velha que o irmão, para o meu colo.

          — O Hugh nunca quer brincar comigo nos patins e eu não tenho como treinar. — Baixa o seu rosto, triste com a falta de apoio daquele que por nove meses partilhou consigo a barriga de aluguer a que os seus pais recorreram. — Eu quero ser uma profissional de hóquei no gelo, preciso de treinar em casa também, e ele não compreende. Está sempre a dizer que os patins não são iguais e que eu preciso de gelo e diz também que eu não sou fixe e que queria outra irmã.

hero ⌈  olivier giroud  ⌋ ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora