〈 Q U A T R O 〉

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          Inspiro e expiro fortemente pela quinta vez consecutiva, revirando os olhos com os comentários da minha mãe enquanto eu faço umas breves ondulações no meu cabelo

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          Inspiro e expiro fortemente pela quinta vez consecutiva, revirando os olhos com os comentários da minha mãe enquanto eu faço umas breves ondulações no meu cabelo. Ser filha de uma cabeleireira é tão mau quanto ser filha de um psicólogo, já que ao segundo tu não consegues mentir, e com o primeiro, não consegues sair de casa tendo o cabelo como queres, porque vai sempre dar-te uma opinião e que devia levar assim ou assado. Pouso o secador e a escova em cima da cama e olho para a mais velha com os olhos semicerrados, levando as minhas mãos para a minha anca e mantendo uma postura muito séria.

          - Mãe, por favor, não me irrites mais. – Peço com calma, tentando ser educada, mesmo que a minha vontade seja de gritar na cara dela. – Eu já estou irritada e nervosa que chegue. – Dou um último retoque na básica maquilhagem e sorrio levemente com o resultado final. – Como estou?

          - A roupa está ótima, a maquilhagem também, mas ainda acho que devias levar o cabelo esticado e não ondulado, mas é só a minha opinião. – A mais velha dá de ombros e entrega-me o casaco quando eu estico a mão. – Gosto tanto de te ver com ele esticado, mas se tu preferes assim. – Reviro os olhos devido ao modo com que ela se lamenta e caminho para a sala, sorrindo ao ver Aurora animada em frente da televisão. – E tenho a certeza que o Olivier te acha bonita de qualquer forma, então quando te vir nua, poderá mesmo dizer que gosta de tudo em ti.

          - OH MÃE! – As minhas bochechas aquecem no momento em que ela profere tais palavras e tapo o meu rosto com a vergonha. – Ele chegou. – Informo ao notar que o meu telemóvel toca e é o seu número marcado no visor. – Qualquer coisa que precises, por favor, liga-me! Se ela tiver a...

         - Laura, eu sou mãe e avó, eu sei perfeitamente o que fazer e a menina está ótima. – As suas mãos ajeitam o meu casaco nos ombros quando eu o visto e sorrio levemente para a minha progenitora. – Fazes-me só um favor? – Assinto com a cabeça, tendo os meus olhos postos na mala enquanto verifico que tenho tudo, e sinto-a levar a mão ao meu queixo para me fazer olhar para si. – Eu sei que amas a tua filha, sei que já não te vês sem ela, e isto pode parecer ingrato ou insensível, mas esquece-a por esta noite. – Abro a boca para falar, mas o olhar intenso da mulher em mim, faz-me calar. – Amor, tudo o que eu quero é que vocês as duas estejam bem! Eu sei que apanhaste um grande desgosto com o Michael mas a vida anda para a frente e tu precisas de seguir o ritmo dela, não podes ficar presa ao passado, presa a um homem que te abandonou, que abandonou a vossa filha e que nem com ela se importa, mesmo sabendo o estado de saúde dela. – A sua mão sobe para a minha bochecha e delicadamente, a ruiva de lindos olhos verdes, acaricia a minha pele. – Eu não estou a dizer para te atirares de cabeça para o Olivier, mas claramente há algo entre vocês, há química, há carinho, há respeito, há admiração e se vocês ganharam tudo isso em tão pouco tempo, isso significa algo. – Engulo em seco quando o meu corpo começa a tremer e forço-me a não chorar. – Por isso querida, deixa fluir, sim? Não te retraias! Deixa-te levar, deixa que o destino termine o que já começou. – Os seus lábios tocam delicadamente a minha testa e ela liberta-me.

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