Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
4 MESES DEPOIS
As despedidas nunca são fáceis, ainda para mais num clube onde sempre fui bem tratado e bem recebido, mesmo que tenha vindo de um dos maiores rivais destes, o Arsenal. Esta despedida tem um sabor diferente, está a custar mais que a outra, mas no fundo eu sei que não é por eu amar mais o Chelsea que o meu anterior clube, pois todos sabem que o meu coração sempre irá pertencer ao clube vermelho do norte de Londres. Esta despedida acaba por me trazer mais amargura e tristeza, mais nostalgia, por saber que dentro de uns meses eu estarei noutra casa, com as mesmas cores – o azul – mas com outro símbolo ao peito, casa essa que é noutro país. É isso que dói. A dor não é de mudar de clube, a dor é de mudar de país, porque ainda que eu aceite que este é o meu destino, o melhor para mim, eu sempre soube que nunca seria fácil.
Acabamos de defrontar o Leicester City e vencemos, consolidando assim o terceiro lugar na tabela e segurando o lugar para a Champions no próximo ano. O Manchester City já é o campeão na nossa liga e, secretamente, estou extremamente orgulhoso pelo Arsenal estar na final da Liga Europa, indo defrontar o Manchester United. É uma final inglesa, como em 2019, mas espero que desta vez eles a vençam, já que nesse ano a perderam contra nós. O próximo jogo que temos é, novamente, contra o Leicester, mas desta vez é a final da Taça de Inglaterra e o nosso último jogo é contra o Aston Villa, em casa deles, então, por termos estádio cheio, o Presidente achou por bem dar-me hoje uma despedida.
— Estás bem? — Laura inquire antes de entrarmos no campo e concordo com a cabeça, segurando Adrien no meu colo, este que parece impaciente para ir para o chão. Ele tem apenas nove meses mas já começou a dar os primeiros passinhos e agora só quer o chão. — Oli, olha para mim. — Viro o meu rosto para ela e sorrio largamente, mas ela conhece-me bem o suficiente para saber que estou de coração partido. — Amor, vai tudo correr bem em Portugal, serás tão amado quanto aqui.
— Estás esquecida que ainda há um mês fomos nós que os eliminados da Champions? E tu viste logo como as pessoas reagiram nas redes sociais, quando viram o meu abraço ao Fábio e o meu cumprimento ao mister. — A ruiva ri baixinho e ergue-se levemente para deixar um pequeno beijo nos meus lábios. — Eu estou a falar a sério Lau, eles não gostaram da minha contratação.
— Lembraste quando assinaste pelo Chelsea? Também estavas todo borrado e correu tudo perfeitamente bem! — Sou obrigado a concordar com a cabeça e reviro os olhos ao ver o seu sorriso largo, tendo aquela expressão de " eu tenho sempre razão " que eu tanto odeio. — Então respira fundo, cala-te e vai lá despedir-te dos adeptos porque ainda tens um local para ir e depois temos o jantar em casa do César.
Entro no estádio, com o meu filho mais novo no colo, enquanto Aaron e Aurora estão com Laura. Por mais incrível que pareça, o menino está completamente tímido, ao passo que a menina olha animada para todo o lado. As câmeras passam à minha frente e filmam-me com o bebé no colo, este que também parece maravilhado com tudo o que vê. Aceno para uma das câmeras, como se cumprimentasse os adeptos que me vêem à distância, seja pela televisão ou por algum stream pirata. Olho para o loiro no meu colo, como pedindo que ele repita o meu gesto, mas este continua a olhar em frente, como se admirasse os cânticos dos fãs dos Blues.
