The Black Hall

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Nos seus últimos momentos de vontade própria, Minnie só conseguiu conceber dois atos, o primeiro foi uma curta frase para Yuto, o segundo foi um presente para alguém do passado dele.

Minhyee desceu da moto em uma área mais marginalizada, tirou um molho de chaves de um dos bolsos e olhando pros lados foi que abriu o portão de um galpão, o puxando para cima num barulho de ferro enferrujado se esforçando para mover-se, voltou para cima da moto, entrou, não esqueceu de se fechar lá dentro antes de tirar o capacete e se permitir respirar fundo pela primeira vez em muito tempo.

Pensou em Seunghee falando do gato, caçou tudo que fosse a representação de um animal dentro daquele galpão e colocou num saco preto antes de se livrar daquilo e quando entrava no galpão pela segunda vez foi quando seu celular tocou, moveu rapidamente as mãos para o encontrar dentro daquela jaqueta, viu que era um dos seus colegas de trabalho e atendeu.

‘’Senhorita Lee, o sargento está perguntando sobre você, Lee, onde você se meteu?’’

Mas a detetive em um ato de nojo soltou o celular se afastando dele assustada, do celular um líquido viscoso, prateado, vazava da câmera, escapando dela como se tivesse vida se erguendo no ar, formando uma espécie de parede bem diante dos seus olhos.

- O que… o que é isso? - A mulher estava contra a parede agora, com os olhos esbugalhados e pele pálida.

Não tinha conhecimento de nenhum dos heróis da Cube com um poder como aquele, a primeira coisa que pensou foi no monstro que atacou a cidade a alguns dias atrás, pensou que fosse alguém como ele, pensou até que poderia ser ele, e seu cérebro não a permitiu pegar a arma. O que uma arma faria contra uma parede mágica? 

E quando aquilo cobriu tudo que seus olhos podiam ver, se tornou negro como a noite, melhor… como um solo morto e um céu escuro, e pouco a pouco uma enorme macieira, cheia de vida habitava no meio daquilo, solitária e forte, com suas folhas voando ao vento mesmo com a presença forte de morte que a pairava, e na frente dela, entre suas raízes, uma única margarida florescia, por algum motivo, Minhyee conseguiu entender que aquilo carregava a resposta para todas as suas perguntas ou pelo menos a maioria, por isso ela se desprendeu da parede e andou em sua direção, com a voz do seu colega ainda a fazendo perguntas do celular. 

Mas quando a parede se desfez, o celular era o único sinal de vida dentro daquele galpão. 

[ . . . ]

Yujin estava parada sorrindo para a figura de Yuqi quando Sorn simplesmente começou a rir.

- Você sabe… o que separa as asas da liberdade? - Sorn, por mais machucada e fraca que estivesse, se sentou, com os olhos totalmente escuros.

Yuqi arregalou os olhos ao reparar que os de Yujin também tinham tomado os tons escuros, deu alguns passos para trás apertando o fio com mais força na sua mão,era para ser só um blefe mas agora ela o jogaria se aquelas duas descem mais um passo para frente.

E foi então que percebeu das paredes, um líquido preto prateado vazando de qualquer entrada que encontrasse, dos tubos de ar e câmeras. Seu coração pulsava tão forte que não conseguia esboçar reação além de procurar entender o que estava acontecendo.

‘’O que separa as asas da liberdade’’. Quando a resposta veio, soou mudo aos ouvidos de Yuqi, só uma sensação de morte que preencheu seu peito. O líquido prateado, praticamente atacou suas duas sunbaenims bem diante dos seus olhos e fez com que as duas desaparecessem de vista como um truque de mágica.

Algo no coração de Yuqi, na parte que não estava devastada pela premonição de morte, por mais que o tom daquela matéria estivesse escuro como a morte, ela soube que aquele líquido era o metal nobre que faltava.

E foi só por isso que teve forças para correr, gritando por suas companheiras como se fosse o fim do mundo.

Até fora da Cube, BTOB já estava dentro da sua van voltando e foi entrar em um ponto onde os celulares estivessem com sinal que a van, agora sem motorista, se chocou contra uma árvore. Seunghee foi no meio de uma calçada mesmo, estava vestida para não ser reconhecida então os civis apenas viram uma mulher desaparecer do nada e uma onda de gritaria e pânico se formou.

E nos braços de Soojin, a única coisa que havia era o mesmo líquido preto, escorrendo lentamente para ventilação, sem vestígio algum do Kino. Onde os membros do Pentagon deveriam estar também não havia mais nada além do Kuanlin, assustado em um dos cantos, olhando para onde segundos atrás uma matéria semelhante a de mercúrio, mas escura, tinha simplesmente levado os meninos da sua vista, seus olhos arregalados e coração acelerado. Seja lá o que estivesse acontecendo, parecia ser muito mais sério do que qualquer coisa que ele já tinha visto antes na vida.

E todos eles foram praticamente cuspidos para fora de uma enorme parede negra, caindo no chão frio do Grande Salão da Cube, tão branca como uma idealização do paraíso, com vidraças azuis que desenhavam os anjos sobre os homens, pilastras com esculturas humanas as escalando como se tentassem tocar os céus, lustres de cristal e uma grande escadaria bem a frente da parede que tinha se formado na frente da porta, cobrindo-a por completo por maior que fosse, o chão agora banhado do líquido preto que não se movia mais.

Os membros do Pentagon tossiam como se tivessem acabado de sair de dentro de uma piscina, já CLC e o BTOB apenas se levantaram e ficaram parados olhando para o topo da escada.

- O que caralhos é isso?! - Kino era o mais desesperado para tentar tirar o liquido dos seus braços. Estava acostumado a se teleportar mas nunca antes fora teleportado à força. Olhou em volta e viu os meninos do grupo. - Pessoal? PESSOAL, VOCÊS ESTÃO BEM?

Todos se moviam ainda com surpresa, o reencontro de novo não tinha tempo para acontecer, Hui foi deles o primeiro a se levantar, olhando com os olhos paralisados para mesma direção que seus grupos sunbaenim. Yuto ao menos se levantou, olhava também mas seu coração estava tão gelado quanto neve.

Eles iriam morrer, seu peito o dava certeza disso.

Todos eles iriam morrer.

No final da escadaria estava o criador de tudo isso, o mesmo homem que era a primeira memoria deles, seria também a ultima, o homem que secretamente Hui via com frequencia dentro da Cube, sempre o assistindo em suas sessões de tortura com o liquido azul, o homem a quem entregou a maça para Yuto e o mandou entregar a eva, com um sorriso de canto a canto, como o de um louco, com Minnie parada ao seu lado e ele gentilmente acariciando o topo de sua cabeça, em sua outra mão uma arma quase imperceptivel, estava lá em pé em frente deles o CEO da Cube.

- Finalmente, finalmente estamos juntos de novo. Agora nada vai poder nos separar Bebe. - Os olhos dele não pareciam mais do homem são e refinado que eles guardavam na memória, era o olhar de um homem que havia perdido algo que estava desesperado para recuperar. - O tragam a mim. 

E os seus robos de olhos negros, todos viraram o olhar para os gorillas, não, para o Pentagon, ou talvez melhor… para Lee Hwitaek.

E os olhos do Yuto corriam lágrimas contínuas, carregando todo o peso da culpa e a única coisa que ele se sentia no direito de falar eram pedidos de desculpa.

GORILLA - PentagonOnde histórias criam vida. Descubra agora