I've Got You - Fillie

Resignado

Demorei, quindins!

Já comecei o próximo, juro viu.

Boa leitura e feliz ano novo

Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos - Domingo - 07h 

Finn

A Califórnia é formidável. Todo o movimento, o glamour, as pessoas faziam o inconsciente automaticamente criar ligações aos clipes descolados da MTV. Olhando as ondas quebrarem do outro lado da avenida, imagino o quanto seria bom mergulhar nelas e esquecer por pelo menos dois segundos o turbilhão em volta. Hoje, Louis e Lilia marcaram um dia longo de visitas turísticas para nós, animando até Malcolm, que se encontrava num estado de ressaca preocupante. 

-Nunca mais vou beber. - afirma, tomando seu remédio para enjoo. 

- Isso até o próximo show da Calpurnia no Jonn’s. - Ayla retruca. 

- Não, é uma promessa séria. - insiste o cacheado. 

- Aham, sei. - Caleb finge concordar. 

- E AÍ! - um garoto alto, de rosto fino e cabelos cacheados chega até nós. - Uau, vocês são bonitos. 

- Obrigado. - Maddie joga seu cabelo loiro risonha. 

- Sou o Wyatt. Ninguém deve ter falado de mim, mas sei quem são vocês e isso é tudo. - explica rapidamente. 

- Sou o Noah, Jack disse que viria. - Schnapp se apressa para dizer. 

- Ah, ótimo! Cadê o Finn? - ele passa o olho pela mesa curioso. Aceno distraído, deixando meu café de lado. 

- Parece um cantor indie de Manhattan. - uma garota ruiva muito baixinha diz, fazendo a mesa gargalhar. - Prazer Finn e companhia. Eu e o Oleff vamos levar vocês para passear. 

- A gente precisa se fantasiar ou algo assim? Por causa da Millie? - pergunta Nick. 

- Seria exagero. - Wyatt desconsidera a ideia. - Vai ser só a gente. 

- A Millie e o Jack vão vir se despedir de vocês no aeroporto. - confidencia a ruiva baixinha. - Então aproveitem o dia. 

- Vamos lá, cambada de corno. - Joe convoca. 

- Preciso pegar a camera! - Nat se desespera. 

- Sem surto. - Gaten pede. 

- Eu tiro. - digo, mostrando a minha. 

- Por isso gosto de você. - Nat se declara. 

- Sei bem. - rio, levantando da cadeira. 

Voltamos para a van fretada pelos nossos amigos rumo à ponte Golden Gate. O cartão postal é parada obrigatória na cidade e nós realmente queríamos ir até lá. Na companhia animada de Wyatt, Lilia, Sophie e Louis, tiramos mais fotos que o necessário, rindo das sugestões de poses dos adolescentes. Nick, apesar de tentar parecer responsável, se deu por vencido na metade do caminho, agindo como o palhaço de circo de sempre. Apesar de distraído pela movimentação, vez ou outra imaginava por onde estava meu anjo. No meio da madrugada, a morena havia enviado um texto emotivo sobre nosso relacionamento, despertando calafrios em mim em meio aos quase 25ºC da cidade. 

Acreditava fielmente na imbecilidade do Robert, o odiando ainda mais que antes. Tornar a vida da filha um verdadeiro inferno por querer-lá onde a mesma não queria estar, era de longe a maior crueldade já presenciada por mim. O empresário tratava a família como um amontoado de ações na bolsa de valores, sem se preocupar com os sentimentos e individualidades de cada membro. Imaginar o futuro preparado para Millie pelo pai me fazia sentir medo, daqueles puros, nada parecido aos susto, ou de quando a mamãe aparecia na escola sem avisar, mas o de verdade. Paralisante, frio e angustiante.