25 | namoradinhos de infância

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— OI, NAMORADO — FALO a Martin, chegando à festa que Bento decidiu dar no apartamento dele, em comemoração do último ensaio d'A Banda antes da apresentação na mostra de talentos

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— OI, NAMORADO — FALO a Martin, chegando à festa que Bento decidiu dar no apartamento dele, em comemoração do último ensaio d'A Banda antes da apresentação na mostra de talentos. Segundo Bento, todos tinham dado o máximo naquele projeto, e aquilo era motivo para celebrar independente de as coisas darem certo ou não no grande dia.

Sorri quando Martin me contou sobre isso, porque eu amava esse pensamento. Gratidão pelo processo como um todo, não só pelo resultado. Eu mesma estava tão orgulhosa do meu trabalho com o texto da peça, que mesmo se eu esquecer uma ou duas falas no dia da apresentação, ainda assim vou considerar que fiz um bom trabalho.

Chego na festa usando um vestido branco de estampa de pequenas cerejas, e sapatos estilo boneca. Está muito calor, então, prendo o cabelo em um rabo-de-cavalo, deixando apenas a franja solta para emoldurar o meu rosto.

Convenientemente, os pais de Bento estavam fora para um congresso, e o irmão dele estava devendo acobertar uma para o caçula. Isso significa que a música estava alta e a cerveja já estava sendo servida. Significa também que tinha muito mais gente no apartamento do que eu inicialmente havia imaginado.

— Olá, namorada — Martin responde, imediatamente passando o braço pelo meu ombro de um jeito meio possessivo, meio exibido, como os heróis de livros de romance fazem. Para me proteger de cantadas indesejadas, e, ao mesmo tempo, para se gabar de estar comigo.

Quem me dera.

Ele me oferece uma bebida, e eu recuso educadamente. Não quero beber álcool de novo tão cedo, considerando o vexame que dei perante ao ícone dos ícones, Ivana Borges, ficando bêbada a ponto de não poder ir para casa. Sacudo a cabeça para afastar a ideia insuportável de que aquela mulher pode pensar mal de mim.

Estou com o corpo colado na lateral do tronco de Martin, sentindo o calor familiar da nossa proximidade. Enrijeço a postura, com medo de esboçar alguma reação. Eu realmente adoro ter contato físico com aquele garoto, e não só do tipo mais óbvio, como nossos beijos. O toque dele, por si só, é suficiente para fazer com que um tornado passasse pelos meus sentimentos.

— Não acredito que você não vai dizer nada.

— Sobre o q-

Só então, olhando bem para Martin, eu vejo.

Meu Deus.

Levo as mãos imediatamente à boca, sentindo meu coração martelar contra a minha caixa torácica.

O cabelo loiro se foi. Acho que não reparei porque não tive tempo para me acostumar com os fios platinados, que ficaram por somente alguns dias. Agora, Martin está com um tom meio loiro acinzentado nas mechas, algo que me lembra seu cabelo natural. Era muito próximo ao tom que seus cabelos tinham quando ele era só um menino, e bateu à porta da minha casa convidando os gêmeos para brincar.

Desde a primeira vez que o vi...

— Renata me ajudou — ele me conta, passando uma das mãos pelos cabelos e me hipnotizando por completo.

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