27 | cartas secretas que não foram enviadas

532 110 125
                                    

comentários & votos são cruciais na reta final de um livro 🥹🥹 me ajude a não deixar o nosso clichêzinho cair no esquecimento!

comentários & votos são cruciais na reta final de um livro 🥹🥹 me ajude a não deixar o nosso clichêzinho cair no esquecimento!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A ESCOLA, NA manhã seguinte, foi um inferno.

Como era de se esperar, a fofoca de que eu e Martin não estamos mais juntos se espalhou como a praga. Kim e Renata passaram a maior parte do dia lançando olhares mortíferos para qualquer um que fizesse menção de se aproximar de mim, mas tiveram o cuidado de não me pressionar para falar sobre o que tinha acontecido. Autorizei Kim a explicar para Renata toda a situação depois da nossa sessão de filmes em completo silêncio no meu quarto, e esta última não me fez nenhuma pergunta – apenas me assegurou que estaria à disposição caso eu quisesse conversar.

Eu não queria.

Renata logo se apressou em dizer que precisava mesmo da ajuda de Kim para fazer uma fantasia de Okoye para usar no dia a dia, porque, segundo ela, era uma personagem muito popular que traria muita atenção para suas redes sociais. As duas saíram tagarelando sobre gargantilhas e corpetes, e eu me vejo sozinha, no canto mais distante do pátio na hora do intervalo, com o nariz enfiado em um livro.

— Oi, Aurora — uma voz conhecida me fez erguer a cabeça da minha leitura. Estava lendo o primeiro volume da série Percy Jackson. Como eu estava sem o menor estômago para romances, mitologia e aventura eram o meu lugar seguro.

— Oi, Ben. Bom te ver.

— Você também.

Um silêncio doloroso se instalou entre nós enquanto eu fitava o nada. Não queria ser rude e ignorá-lo, mas eu não sabia o que dizer.

Na prática, não éramos amigos.

— Fiquei sabendo que você e o Martin terminaram — Bento facilita a comunicação, indo direto ao ponto. Ainda assim, não consigo olhar para ele. — É uma pena, vocês eram maneiros juntos.

— Obrigada — engulo o nó na minha garganta e rejeito por completo a ironia de que eu tinha sonhado muito com aquele momento, e, agora, só enxergava Bento Medeiros como um nem-chega-a-ser-amigo.

— Se você precisar conversar... sabe como é — ele se oferece. — Eu passei por isso recentemente.

Ei, você, que em algum momento dessa leitura duvidou da eficácia do meu plano? Toma essa.

O único problema é que, agora, eu não queria que o plano tivesse dado certo.

— Pode me distrair, se quiser — concedo. — Estou precisando.

— Claro — ele se apressa em se sentar ao meu lado, parecendo genuinamente feliz em poder fazer algo para ajudar. — Posso falar sobre os preparativos para o show de talentos, se você quiser.

— Não sei se estou muito a fim de ouvir sobre A Banda agora.

— Certo. É... me desculpe. Fui burro — engasga ele.

A lista de clichêsOnde histórias criam vida. Descubra agora