Aurora Moreau se autodiagnosticou como uma romântica incurável logo após o seu primeiro contato com uma história de amor ficcional. Desde então, consome incessantemente livros de romance, fanfics, filmes, séries, todo o tipo de mídia que conte a his...
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MARTIN SE RECOSTA em uma das pilastras, cruzando os braços e fazendo uma pose meio de bad boy. Meus joelhos tremem um pouco, porque eu já li uns vinte livros com cenas como aquela e meu coração romântico se abala um pouco.
Seus olhos se mantêm fixos em mim, demorando um pouco nos cabelos que caem por sobre meus ombros. Não estou a fim de ouvir nenhuma gracinha, então me apresso em prender os fios em um coque meio soltinho.
Está um calor do cão, mas você não diria isso se olhasse só para Martin. Ele veste uma jaqueta de couro por cima do uniforme, e está usando tênis de cano alto.
Imito sua energia e cruzo os meus braços também.
— Não que isso seja da sua conta, Thanos, mas eu não estou secando ninguém — a palavra era estranha na minha língua. Como se ser acusada de estar dando uma olhada em um garoto fosse algo fora do personagem para mim.
— Não tem problema se estiver — ele dá de ombros. — Não é como se você fosse fazer alguma coisa a respeito, agora que ele está solteiro.
— Com licença? — Sinto meu sangue ferver.
— Você não sabia? — Martin um sorriso malicioso, se divertindo com o meu possível crush.
— Eu sabia sim.
— Não precisa ficar toda vermelha. Não vou contar a ele que você é a fim dele.
Abro a boca para dizer que um ser de luz como Bento Medeiros jamais daria um minuto de atenção a alguém como Martin, mas me calo. Tratamento de silêncio sempre era mais eficaz com ele. Garotinho complicado.
Emburrada, tento não esboçar nenhuma reação enquanto ele ergue uma sobrancelha para mim, pronto para extrair uma confissão dos meus sentimentos pelo bonitinho da escola.
Certamente para tirar sarro da minha cara com isso.
Boa sorte.
— E aí, pessoal — Hádria aparece, com os cabelos castanhos molhados e penteados para trás. Eu faria um comentário sobre isso, mas estava grata por ele ter me salvado daquela conversa.
— Hello, brother — cumprimento, e ele me dá um beijinho na bochecha. Eu amo meu irmão por ser carinhoso comigo em público, considerando que ele era popular e eu não.
— Damon! — ele arregala os olhos, imitando o outro personagem dos irmãos vampiros da minha série favorita. Hádria nunca se importava de assistir séries e filmes de romance comigo, embora tivéssemos gostos bem diferentes.
Em retribuição, eu fazia um esforço para assistir aos filmes de ação ou documentários sobre lendas do rock sem nenhum tiquinho de romance que eram do interesse dele.
— Ei, cara — Hádria fala com Martin. Por ser uma quarta-feira, pegaríamos carona com a mãe dele para casa. Nem morávamos tão perto assim dele, mas era caminho. Os garotos geralmente se reuniam para tocar violão juntos depois do almoço enquanto eu ouvia música no último volume para não me distrair da minha leitura.
