Capítulo 4 - Vodka and Ochako

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Não consigo mais dormir, embora não tenha sido assustador, a sensação de pânico se alastra pelo meu peito e sinto uma enorme vontade de chorar

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Não consigo mais dormir, embora não tenha sido assustador, a sensação de pânico se alastra pelo meu peito e sinto uma enorme vontade de chorar. Sei que vou ficar aéreo o resto do dia, sempre voltando nesse assunto, martelando a minha própria cabeça.

A luz da lua ilumina parcialmente meu quarto, me levanto e calço meus chinelos, abro a janela e a pulo. Está quente, porém mais fresco do que de manhã, o que me deixa melhor, sinto como se estivesse aproveitando a estação.

Andando pelas ruas vazias a esmo, perco algum bom tempo e percebo que essa cidade é maior do que a minha antiga. Os postes com luzes amarelas piscam e reluzem, no fim da rua consigo ver uma lojinha vinte e quatro horas.

Me aproximo dela, o letreiro neon bagunça minha cabeça e a faz girar. É uma e meia agora, tarde demais para eu estar perambulando por essas ruas, mas não consigo evitar, sei que não vou conseguir mais dormir, a sensação ruim ainda não foi embora.

Assim que entro vou direto para a seção de bebidas alcoólicas, vinhos caros que eu conheço estampados como troféus, eles me fazem querer vomitar, porque me lembram dela. Vamos, tome um bom vinho caro e chore no telefone, seu casamento está indo por água abaixo.

Tem vodca na prateleira de baixo, ela me parece muito convidativa, convidativa demais. Talvez eu acorde em um beco sujo amanhã e seja confundido com um andarilho, não é como se fosse a primeira vez que isso acontecesse.

Caminho pelos corredores, até que esbarro em alguém. O vinho barato de suas delicadas e finas mãos cai, o vidro está em todo o chão. Pequenos pedacinhos que brilham com a fraca iluminação do local, nem parece que eles podem me ferir.

Nos encaramos, seus olhos tão grandes, me julgam profundamente, mas não como se eu fosse o culpado. Seus dedos tremem, meu estomago se revira com o forte cheiro de álcool, memorias ruins sondando minha mente, mas estou cansado demais para me importar.

– M-Me d-desculpa! Eu devia ser mais cuidadosa... Bakugou!?

– Cara de lua...

– Ei! Pare de ser um babaca, ok? Eu tenho nome.

– Mas eu não lembro qual ele é, então eu te nomeio de cara de lua – Brinquei ranzinza, tentando não transparecer o quanto eu estava cansado, mas ela também parecia, então acho que não é um assunto a ser tocado.

– Minha noite já estava ruim o suficiente antes de você aparecer – Suspirou pesarosa, passando a mão livre em sua franja.

– Eu não acho que esse seja o jeito certo de tratar velhos amigos – Balbuciei debochadamente ácido.

– Você brigava com a gente.

– Eu brigava com todo mundo – Revirei os olhos, respondendo indiferente, aquilo era verdade, porém não me orgulho disso.

– O que está fazendo aqui na cidade?

– Eu meio que estou aqui temporariamente.

– Está morando aqui?

End of the SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora