Me sentei em um dos bancos de concreto do parque, estava começando a esquentar cada vez mais, embora isso em parte empolgava bastante, também me lembrava que eu teria que sofrer com o calor demasiado. Não demorou muito para eu ver a garota vindo em minha direção, vestindo regata e um shortinho com acabamento em pequenos pompons.
– Vamos? A cafeteria é aqui perto – Me levantei para segui-la, mas de um momento para outro ela apenas grudou em mim, como se fosse contar um segredo – Se tivermos sorte o ar condicionado vai estar ligado.
A segui entre as ruas, rindo quando tropeçou no meio fio e quase caiu de cara no chão. Fomos caminhando pela sombra que as grandes arvores proviam com suas copas carregadas, dobrando esquinas enquanto conversávamos.
Era um pouco estranho ainda para mim, conversar tão normalmente com uma pessoa, como se tivéssemos feito a mesma coisa por dez anos, e mesmo assim, não tivéssemos enjoado. Era tranquilo, sem a ansiedade de precaver cada palavra, me sinto leve, sem arrependimentos quando a conversa acaba.
Suspirei aliviado quando chegamos, um sorriso brotando em meus lábios ao receber uma lufada de ar frio assim que abrimos a porta, a garota do meu lado mais animada ainda, mas parecia se conter.
Nos sentamos em uma mesa perto da janela, nos bancos claros, o assunto se encerrando enquanto eu procurava alguma coisa para comer, decidindo pegar um doce.
Olhei para Ochako que encarava tudo em volta, analisando cautelosamente enquanto esperava alguém, escondendo seu rosto no cardápio quando um barulho de patins ecoou no lugar quase vazio.
– Olá, o que vão querer hoje? – A voz soou animada, e estranhamente familiar, familiar demais, então me surpreendi quando abaixei o cardápio – Baby boy!
– Ah não, até aqui! – Resmunguei, mesmo que um pequeno sorriso brotou nos meus lábios.
– E você é a garota que vem toda quinta né? Quer o de sempre? Um misto e um café? – Eu não conseguia ver cores, mas não tinha como não notar a drástica mudança de coloração nas bochechas da menor.
– S-Sim – Parecia que teria um treco a qualquer momento, não a julgo por isso, quer dizer, não tanto – Vocês se conhecem?
– O baby boy estuda comigo!
– Para de me chamar com esse apelido tosco – A maior apenas deu de ombros, sorrindo animada enquanto anotava os pedidos.
– Eu nunca ia adivinhar que você estava falando da Alien – Arregalou os olhos, pronta para voar no meu pescoço assim que Ashido desse as costas.
– Oh, você falou de mim? Eu sou única baby, como me descreveu pra ele não se lembrar? – Provavelmente Uraraka estava no seu quarto infarto acompanhado de AVC, gaguejando palavras desconexas.
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End of the Summer
FanfictionKatsuki Bakugou poderia ser definido por varias coisas, desde seu temperamento hostil a fragilidade que abriga em seu coração Tendo perdido a capacidade de ver as cores a partir de um incidente que ocorreu na infância, não se lembra muito dessa époc...