Capítulo 16 - Caramels

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Depois que voltamos do chalé, as férias pareciam finalmente ter começado

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Depois que voltamos do chalé, as férias pareciam finalmente ter começado. O grupo ficou bastante agitado na primeira semana, mas depois se acalmou tanto que eu achei que ele finalmente tinha acabado.

É difícil admitir mas estou com medo, estou com medo de perder esses idiotas que são meus amigos, de qualquer jeito, no final do verão eu vou embora. Isso me doí, não quero mais voltar para aquele inferno, não quero ser perseguido por Dabi ou seus capangas sujos, quero continuar aqui.

Minha cabeça gira, os acontecimentos dos últimos dias estão todos embaralhados dentro da minha mente. Eu não vi mais cor desde quando fui dormir com Kirishima, isso me deixa nervoso, faz meu estômago se revirar e arder furiosamente.

Estou afundado na cama com tédio, não quero pensar na faculdade, vou lidar com ela quando voltar. A velha disse que eu deveria arrumar um emprego para ocupar a mente, talvez ela tenha razão, mas sinto que vou falhar na primeira semana de trabalho.

Minha mãe ligou outras vezes, não estou atendendo, só atendo Dabi, porque senão as coisas pioram para o meu lado. De qualquer jeito, as ligações ficaram menos frequentes, quase nulas, até mesmo daqueles idiotas.

Eu e Kirishima não conversamos mais sobre aquele assunto, sobre cores, sobre o fato de termos dormido juntos ou até mesmo do beijo, só empurramos esses assuntos para debaixo do tapete como se nunca tivessem existido.

Está tudo muito chato e parado, mas não voltei a ter grandes crises, me sinto mais leve, como se a tempestade tivesse passado por enquanto e ela não vai voltar tão cedo.


* * *


No fim de tudo eu realmente fui procurar um emprego, seria legal parar de ficar encarando o teto cinza o dia todo, só espero não passar por situações estressantes por causa da minha condição. Decidi não esconder mais de ninguém, não é algo que eu deveria ter vergonha.

Procurei por uma semana inteira, andei por toda a cidade distribuindo currículos, as pessoas sorriam e falavam que iam ligar, mas nunca me retornavam. Cada dia ficava mais cansativo, por um tempo, pensei que era realmente meu destino ficar mofando em casa o dia todo.

Um dia desses, parei em uma lojinha de conveniência pequena na frente da praça no centro. Não tinha nada de realmente chamativo em si, a não ser por algumas coisas exibidas na frente, doces e revistas dos mais variados tipos.

Cumprimentei o senhorzinho do balcão, seu nome era Husen. Ele tinha ralos fios brancos no topo da cabeça, usava aquelas típicas roupas de velho, uma bermuda e uma camiseta de botão. Seu rosto marcado por suas linhas de expressão, era meio mal-humorado e resmungão.

Quando eu disse que estava procurando um emprego, ele me encarou por um longo tempo, como se pudesse ver dentro da minha alma, depois resmungou alguma coisa que eu não entendi e me entregou um avental preto. Demorei um pouco para processar o que estava acontecendo, depois ele me deu uma vassoura e pediu para eu tomar conta até ele voltar.

End of the SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora