•Morrendo de Amor•

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Anne estava rindo junto com Gilbert e Jerry de uma Diana pulante no meio da pista de dança. Originalmente a intenção da morena era animar Josie, mas acho que ela se animou um pouco de mais.

-Ela é incrível, né? – murmuro Jerry sorrindo, completamente apaixonado e abobada.

Gilbert encara Anne com um sorrisinho e então parece pensar em algo, mas não diz nada.

Quando Jerry se afasta para pegar um ponche, Anne sente Gil se esquivar para trás dela, puxando-a com delicadeza até colar as costas da moça em seu tórax. Ele apoia o queixo em seu ombro e deposita um beijo terno em sua bochecha, abraçando seu colo.

Anne sorriu involuntariamente e agradeceu estar de costas para ele.

-Estou tão feliz de estarmos aqui. – Ele confessou baixinho, com a cabeça ainda repousada sob o ombro da moça e perto de seu ouvido.

-Eu também. Geralmente não curto bailes, sempre vinha mais pela Diana e pelo Cole. Mas esse está particularmente melhor que os outros. – ela comenta fazendo Gil sorrir.

Os dois ficam em silencio um tempo. A festa estava animada, um DJ de quinta categoria tocava muitas clichês e todo mundo já estava se preparando para o after. Mas parecia que Anne e Gilbert estavam numa bolha a parte.

-Vem cá. – murmurou o rapaz puxando Anne de fininho para fora da festa.

Eles saíram pela porta dos cantos para o pátio perto do estacionamento. Havia alguns bancos e uns cercados gramados que hoje em especial estava enfeitado com algumas luzinhas. Estava um pouco frio e uma fina neblina tornava o lugar mais isolado que o normal.

O silencio, e talvez algum grilo distante, se fez presente no ambiente quando os dois se sentaram num banco distante.

-Queria ficar um pouco a sós com você. – ele comentou enquanto a admirava. – Você está tão linda que... puxa, eu nem sei um adjetivo digno para elogiá-la.

-Acho que linda está bom. – comentou Anne sorrindo.

-Com certeza não. -ele beijou as mãos da moça e então ficou encarando-a.

            Os olhos de Anne sempre foram uma das coisas mais bonitas dela, não porque eram um azul cristalino e único, mas porque parecia refletir a alma doce e gentil que ela era

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Os olhos de Anne sempre foram uma das coisas mais bonitas dela, não porque eram um azul cristalino e único, mas porque parecia refletir a alma doce e gentil que ela era. Ele se pegou enfeitiçado por aqueles olhos e seu coração disparou de uma forma nunca antes sentida. Em outro contexto até pensaria estar morrendo...

Talvez estivesse, talvez ele realmente estivesse morrendo de amor.

-Está tudo bem? – murmurou a menina, pondo uma mecha do cabelo atrás da orelha, sentindo que tinha algo sujo ou errado com seu rosto, porque Gilbert a fitava de forma estranha.

-Está. – ele comentou e coçou a garganta disfarçando. – Vem cá. – ele se levantou e estendeu a mão para ela.

Anne riu, entendendo o que Gilbert queria e então deixou ser enlaçada por ele.

O silencio foi a música perfeita, enquanto o rapaz a puxou pela cintura e começou a conduzi-la de forma tranquila pelo jardim. Ele tinha a desculpa perfeito para tocá-la, para se perder em seu rosto e admirar seus olhos.

Ele estava completa e rendidamente apaixonado.

Anne poderia ter enxergado isso naquele momento, o olhar entregue e aberto de Gilbert, mas ela estava particularmente nervosa. Se perguntando se ele realmente preferia estar ali, dançando, porque sabia que ele jamais faria isso. Ele provavelmente estaria já bebendo em algum lugar esperando o after para ficar com alguém.

Sua insegurança gritava e tornava certas obviedades ocultas.

Enquanto isso Gilbert apenas pensava se um dia Anne poderia sentir um terço do que ele sentia por ela.

-Porque eu estou sentindo que você está distante? Você... quer voltar para a festa? – perguntou Gilbert certo tempo.

Anne acordou de sua fértil imaginação depressiva e sentiu vergonha por ter se deixado levar.

-Não, eu... quero ficar aqui. Com você. – ela comenta. – Eu só me pergunto se você realmente está gostando do que estamos tendo. Não parece algo que você teria. – ela confessa.

Gilbert riu quase incrédulo, o garoto estava em profunda crise existencial, quase se perguntando como conseguiu viver sem a ruiva em sua vida e ela lhe questiona uma coisa dessas.

O rapaz involuntariamente abriu a boca, mas hesitou ao sentir o que quase sairia.

Por deus, Gilbert, não seja tão emocionada. Vai acabar assustando-a.

Para conter as três palavras que quase saem, ele a puxa contra si e tenta dizer colando seus lábios nos dela.

O toque suave dos lábios de Anne o tranquilizavam e quase desfalecia ao sentir ela enlaçando seus ombros, deslizando os dedos por sua nuca, entre os cabelos castanhos.

-Nunca mais pense essas coisas, Anne Shirley, porque tudo o que se trata de você é completamente único em minha vida. – ele declara acariciando seu rosto.

Anne sorriu e apoiou a cabeça em seu peito, enquanto voltaram a se mexer lentamente, sentindo a presença um do outro.


-Ah, oi casal! – alguém chama e o casal se vira. Os dois se viram e veem um Ruby sorridente.

-Oi... Ruby. – murmurou Gilbert, vendo um quieto acompanhante ao fundo.

-Minha festa, lembram? Se peguem lá! Já estamos indo! – murmurou a menina animada se virando e puxando o rapaz ao seu lado, o menino sai arrastado de forma atrapalhada a seu lado.

-Isso foi um delírio da minha mente ou a Ruby mandou a gente se pegar? – murmurou Gilbert em choque.

-Aquele era o Moody? Quer dizer... o nosso desastrado Moody? – Anne comenta também em choque, abrindo um sorriso.



A linda e adornada mansão dos Gillis proporcionou uma festa de arromba que deixou toda a singela arrumação do baile escolar no chinelo.

Gilbert estacionou ao canto e parecia que todo mundo já estava bêbado, mas era só a animação de uma mansão de possibilidades para um bando de adolescentes.

-Quer um drink? – pergunto Gilbert indo a cozinha. Anne apenas concordou tentando achar os amigos no meio do caos.

-Anne! – gritou uma Diana levemente corada.

-Não comeu bolinho, não né? – perguntou a amiga.

-Não, relaxa, talvez só um drink, mas vou me comportar, juro. Meu último desejo é Jerry me ver daquele jeito de novo. Cadê Gil?

-Ta na cozinha... Você viu Cole?

-Não, eu nem vi ele no baile quando parti. Talvez tenha ido embora, mas liguei para ele e ele não atendeu.

-Estranho... 



Continua...

𝘼𝙎𝙉 || 𝙎𝙝𝙞𝙧𝙗𝙚𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora