-Essa foi a festa mais bizarra da minha vida. – comentou Gilbert.
-Da sua vida? E da gente que quase não saía? – protestou Diana no banco de trás.
Gilbert dirigia devagar às duas da manhã, as ruas desertas e a neblina deu um ar triste para um fim de noite. Anne estava ao seu lado meio sonolenta e meio birrenta, de início Gilbert achou que era por causa do segredo de Cole, mas depois só percebeu ser o efeito do álcool saindo do corpo.
-Até que duramos bastante. – comentou Jerry.
-A Ruby disse que vai ver se acha seus sapatos. – comentou Anne olhando para trás.
Jerry, de alguma forma, havia perdido os tênis no meio da festa.
-Primeira parada. – comentou Gilbert parando em frente a casa dos dois vizinhos.
-Vamos acordar na merda. – murmurou Diana para a amiga antes de dar um beijo em sua bochecha.
-Vamos.
-Tchau, Gilbert. Valeu pela carona! – disse Jerry já fora do carro.
Deixando o casal, Gilbert agora dirigia sentido a casa de Anne.
-Bebe bastante água antes de dormir e quando acordar. – orientou o garoto, quando Anne deitou de novo em seu ombro, resmungando baixinho para si.
-Eu não aguento mais fazer xixi. – disse a garota. Gilbert sorriu.
-Pois aguente, tá botando o álcool para fora. – ele beijou rapidamente o topo da cabeça da menina antes de voltar a atenção a frente.
-Nunca mais me deixe beber. – resmungou ela.
-Você fica uma graça bêbada. – discordou o garoto. – Além de que... é bom brincar com você assim.
A última frase fez Anne ajeitar o corpo de novo no banco, e parecia que a ressaca a abandonou momentaneamente para dar espaço a timidez.
-Acho que nunca te vi daquele jeito? – a menina comentou.
-De que jeito?
-Sei lá, claramente não era o Gilbert fofo que eu conheço.
Gilbert esboçou um sorriso ainda concentrado na estrada.
-Espero que isso não seja um problema.
-Não, não é.
Anne ficou muda por alguns segundos antes de voltar a olhá-lo.
-Porque você não avançou? – Gilbert ergueu um das sobrancelhas, meio descrente e com um sorriso cínico.
-Queria que eu avançasse?
-Bem, não, mas... achei... seria...
Anne não soube dizer, ela queria sim, mas ela não saberia o que faria se ele tivesse ido adiante. Então seria estranho dizer que queria que ele avançasse sabendo que ela o pararia.
Anne acabou não dando uma resposta, ficou em silencio e se perdeu em seus próprios pensamentos. Gilbert estacionou em frente a casa dos Cuthbert e tudo ficou silencioso.
-Anne, eu vou esperar você deixar bem claro que quer. – disse o rapaz simplesmente.
-Deixar claro... tudo bem. – murmurou a menina, não que tivesse passado pela sua cabeça "pedir" por sexo.
-Isso aí. Você é bem comunicativa, acho que não será um problema. – comentou Gilbert, parecendo estar gostando da conversa.
-Mas, e se você perceber que eu quero? – comentou a menina.
Gilbert se inclinou e beijou Anne, um beijo lento e consumidor. Ele deslizou uma mão pela nuca de Anne e prendeu os dados pelos seus cabelos, fazendo Anne suspirar.
-Eu quero que peça. – ele disse. Não havia pedido, não havia sugestão; era uma ordem.
De forma esquisita isso fez Anne ficar agitada e suas bochechas coraram, sem saber lidar com isso.
-Amanhã eu venho te ver. – comentou o rapaz de forma casual, beijando a mão de Anne e depois abrindo a porta para ela descer.
Anne saiu do carro, sentindo as pernas bambas. Um sorriso incrédulo escondido no canto dos lábios. Ela claramente havia acordado algo no rapaz que estava surtindo efeito nela.
Quando Gilbert chegou em casa, tinha um sorriso bobo no rosto, lembrando na festa, mas acima de tudo, do momento a sós com Anne no quarto. Vê-la nua, tocar seu corpo, ouvir seus gemidos, vê-la gozar... haviam momentos que nunca poderiam ser esquecidos.
-A noite foi boa? – perguntou o sr. Blythe da cozinha.
-Ah, oi pai. – Gilbert estava tão avoado que nem viu o homem ali.
-Se divertiu? – ele perguntou olhando o filho da cabeça aos pés.
-Um pouco.
-Que bom... Ah, o Bash comentou que você está saindo com uma garota.
-Estou sim.
-Mais de uma vez...
-Sim, estamos sério. – disse Gilbert pegando água na geladeira.
-Jura? Puxa. – o sr. Blythe concordou meio surpreso e feliz.
-Acho que é ela, pai. Quero dizer, eu tô muito afim dela.
-E isso é novidade.
-Bom, é sim. – Gilbert concordou sorrindo. – Vou subir.
Gilbert fechou a geladeira e estava subindo as escadas.
-Amanhã o Bash e seu tio vão almoçar conosco, podia chama-la, se quiser. – tentou o pai já temendo a resposta.
Gilbert parou no meio da escada e pareceu pensar.
-Na verdade é uma boa ideia, vou falar com ela. Quero que a conheça.
Gilbert subiu quase aos pulos e deixou um pai surpreso. Não achou que viveria para ver o filho apaixonado.
"Nunca que eu vou trazer garota aqui em casa, é deixar as coisas muito sério, pai. Não espere por isso!"
Continua...
NOTA DA AUTORA:
Se preparem kkkkk
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𝘼𝙎𝙉 || 𝙎𝙝𝙞𝙧𝙗𝙚𝙧𝙩
Romance(livro pausado) •Aɴᴛᴇꜱ ᴅᴏ Sᴏʟ Nᴀꜱᴄᴇʀ• Para Anne Shirley, Gilbert era apenas um atleta destinado ao glamour da escola; para Gilbert, Anne era a menina de olhos azuis que jamais lhe daria uma nova chance. Uma vez por ano a menina sai da cidade, mas um...