•Falta de sorte•

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-Tem certeza que não vai querer dormir aqui? – Diana perguntou enquanto ela e Anne conversavam pelo telefone.

-Não, esqueceu? Hoje é dia treze de agosto.

Diana ficou alguns segundos muda no telefone e suspirou.

-Eu esqueci, amiga. Me desculpa. Você está bem?

-Podemos ver o filme amanhã, o que acha? - Anne mudou de assunto.

-Claro, sem problemas... Ah, Anne...

-Oi?

-Se precisar pode me ligar, tá?

-Eu sei. – Anne esboçou um sorrisinho.

-Boa noite, princesa Cordélia. – Diana murmurou antes de desligar a ligação.


Anne suspirou e olhou o céu negro. Ela abriu a mochila e checou se havia pego tudo. Colocou o casaco e pegou as chaves do Chevrolet antigo de seu pai.

-Já estou saindo. – informou Anne aos avós que estavam sentados na sala, Matthew lia o jornal e Marilla bordava alguma coisa.

Os dois olharam Anne e por um segundo ficaram confusos. Viram a mochila da menina e esboçaram um sorrisinho triste.

-Ainda?

-Para sempre. – Anne insistiu. Marilla não achava que aquilo fizesse bem a neta, mas como poderia proibi-la?

-Só se cuide, ok?


Anne entrou no carro e pensou em ligar o som, mas nada parecia adequado. As mãos suavam e estava mais ansiosa que o normal desta vez. Talvez seja porque foi um ano particularmente difícil, era seu último ano na escola e tudo corria tão rápido. Logo os vestibulares chegariam e o baile e teria que dizer adeus as coisas que ama, teria que dizer adeus para eles...

A rua estava deserta e tranquila enquanto a menina rumava o seu destino. Ela deu uma olhadela para a mochila novamente, como a garantir que não esquecera nada e então algo bateu contra o capô do carro, dando um grande susto.

-Ah! – Anne gritou desesperada. Atropelara alguma coisa.

Com as mãos ainda agarrada com força ao volante tentava recuperar a respiração, foi então que ouviu um gemido de dor que acordou. Ela atropelou alguém.

A menina saiu desesperada do carro e levou as mãos à boca ao ver o rapaz caído sob a moto.

Anne levantou com cuidado a moto e agradeceu ele estar de capacete e jaqueta de couro.

-Eu te machuquei? – ela se ajoelhou vendo a perna do rapaz.

-Só quase esmagou minha coxa! – ele resmungou irritado.

-A minha mão estava aberta! – ela protestou.

-Estava laranja, era para você desacelerar! - ele resmungou ofegante.

-Quem avançou foi você!

-Dá pra me ajudar?!

Contrariada, Anne estende as mãos para Gilbert e o puxa com força. O rapaz se apoia na frente do carro da garota e respira aliviado, sentindo o estado de sua perna.

-O que foi? – Anne pergunta olhando-o atentamente.

-Achei que tinha ferrado a perna, mas não foi nada grave, foi só o susto. – ele comentou ficando em pé com certa dificuldade.

𝘼𝙎𝙉 || 𝙎𝙝𝙞𝙧𝙗𝙚𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora