•Cupido•

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            Era por volta das nove da noite e Anne estava assistindo um programa de humor pastelão junto com Marilla e Matthew. A menina comia pipoca, enquanto repousava sua cabeça no ombro do avô. As risadas programadas de auditório tentavam fazer a menina ficar bem. Ela pensava nos dois amigos sozinhos numa festa de Billy Andrews, imaginava Gilbert se atracando com Ruby, já que teve o desprazer de flagrar os dois na aula de educação física num contato muito intimido...

-Vou fazer mais pipoca! – comentou Matthew se levantando de forma devagar quando deu comercial.

Marilla se concentrava no bordado, ela dizia que só sentava na sala para fazer o bordado, mas Anne sabia que era um pretexto para ver o programa. Anne apreciou o bordado de um pequeno cupido ser finalizado.

-Finalmente vai termina-lo! – comentou Anne, Marilla esboça um pequeno sorriso nos lábios finos.

-Pois é! Uma semana, comecei na noite que saiu... e finalmente meu cupido está sendo finalizado hoje. – ela comenta.

Anne ia fazer outros comentários, como o porque Marilla escolheu bordar um cupido, mas uma batida na porta dispersou a atenção das duas.

Anne levantou devagar, alongando as pernas e foi de forma entendida atender a porta.

Ela abriu a porta e piscou inúmeras vezes, como se o que visse fosse um oásis.

-Gilbert? – ela murmura custando a acreditar que o rapaz estava ali.

-Anne, quem é? – a menina ouviu e logo Marilla surgiu na entrada da casa, também um tanto surpresa de ver um rapaz a porta uma hora dessas.

-Me desculpem o horário, mas eu precisava fazer com você, Anne... é um pouco urgente... e particular. – ele frisou vendo Marilla se aproximar.

-Ah, claro! – a menina murmurou e logo Matthew surgiu para salvá-la.

-Vão lá para cima, eu já levo pipoca para vocês! – disse o senhor antes de Marilla se opor.

Anne deu passagem e os dois subiram para o quarto da menina. Anne fechou a porta e ainda não parecia real que Gilbert estivesse ali, nem imaginasse o que poderia leva-lo a estar ali.

-Achei que estaria na festa... – Anne comenta se virando para ele.

Gilbert não a responde, ele fica encarando Anne, sua respiração estava um pouco alterada, como se tivesse andando apressado, mas era só a ansiedade. Anne piscou algumas vezes, um pouco nervosa e sem jeito.

Gilbert... – Anne não pôde dizer mais nada.

O rapaz a puxou contra si a beijando com indescritível paixão e necessidade. Anne se desfaleceu em seus braços, sentindo seu coração bater forte contra sua caixa torácica. Depois do susto inicial, tomando consciência de sua situação, envolveu o pescoço do rapaz e o correspondeu e se assustou com o tamanho da urgência que seu corpo urgia.

Gilbert esboçou um sorriso aliviado ao sentir Anne o corresponder, percebendo que era real. Era realmente real, ela sentia algo, ele mesmo revia o tamanho do sentimento que sentia por ela. Ele a apertou com tanta força que a ergueu do chão, intensificando cada vez mais o beijo, sentindo Anne deslizar as mãos pelos seus cabelos, seus ombros, seus braços... ele poderia viver apenas para ser tocado por ela.

            Seus pulmões clamavam ar, mas eles ignoravam suas necessidades fisiológicas; eles queriam apenas um ao outro

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Seus pulmões clamavam ar, mas eles ignoravam suas necessidades fisiológicas; eles queriam apenas um ao outro. A felicidade que inflava no peito do rapaz era surreal, era indescritível, nunca sentira nada igual em sua vida.

Contrariados, se afastam para inspirarem ar. O sorriso bobo nos dois, as testas ainda coladas, incapazes de se afastarem, o olhar intenso...

-Achei que me odiasse. – Anne sussurrou.

-Nunca serei capaz de te odiar. – Gilbert diz sem hesitar.

-Porque está aqui.

-Porque eu sabia que as coisas que me disse não eram verdades, eu me convenci que eram porque no fundo eu sabia que eu não merecia você. – o rapaz comenta.

-Eu não merecer você? – Anne ri incrédula, acariciando a face do rapaz. – Eu não queria ser um empecilho para o seu futuro.

-Empecilho? Anne... desde aquele dia, pensar no futuro que eu havia construído parece tão errado... mas então você diz aquelas coisas e, uma parte minha no fundo sabia que era mentira, mas outra achou justa, porque você merecia alguém melhor.

Gilbert abraça Anne em seu peito e respira intensamente ao sentir o cheiro doce que tanto o acalma.

-Mas se me permitir, eu quero poder ser esse alguém melhor. Você me fez ver que posso ser melhor do que o que eu sou.

Gilbert mostra o panfleto de Queens. Então Anne entende seu erro, Gilbert confessaram que ninguém sabia de seu segredo, quando a senhorita Stacey foi atrás dele, ele entenderia.

-Talvez não tenha sido exatamente um erro, talvez uma parte de mim torcia para você perceber que eu jamais queria machucá-lo.

-Anne, meu coração é seu para machucá-lo quantas vezes quiser. – Gilbert sorri, ciente de que era uma verdade tão sólida quanto respirar. Seu coração pertencia a Anne Shirley em sua forma mais latente e necessitada.

-Sabe o que eu consigo entrando para medica em Queens?

-Ser medico? – Anne sorri, mesmo que soubesse que não era isso. Gilbert também sorri e beija a mão da menina.

-Eu consigo ficar com você. Se é isso que você também quiser... – Gilbert comenta.

-Eu quero, eu pensei que lá, um dia, tivéssemos uma chance longe disso, longe da escola.

-Eu não quero esperar, eu quero você. – Gilbert diz com firmeza. – Eu só peço um voto de confiança, por favor, me diga um sim.

Anne se perdeu nos olhos cor de mel do rapaz, no olhar com expectativa, cheios de paixão, era impossível dizer não para ele.

-Tudo bem, podemos tentar fazer isso dar certo. – Anne sorri.

Antes que eles pudessem aproveitar mais aquele momento, alguém bate de forma tímida a porta e Matthew surge.

-Desculpe, mas seu celular está tocando direto, deve ser importante. – Matthew entregou o celular.

Anne viu que tinha quatro chamadas perdidas de Josie e se preocupou.

-Josie, oi! Tudo bem?"

"Achei que não fosse me atender! A Diana está meio chapada e o Cole sumiu. Eu estou com ela porque a Jane e a Ruby estão ocupadas, mas eu vou precisar de ajuda"

-Certo, eu estou indo! – Anne desliga o celular nervosa.

-O que foi?

-Diana... vou precisar ir na festa com você. – ela diz a Gilbert que concorda na hora. – Tudo bem, Matthew?

O senhor piscou algumas vezes, ele ainda olhava Gilbert, a ideia da sua garotinha no meio da noite com um garoto não era muito agradável, mas ele apenas sorriu.

-É claro. Qualquer coisa nos avise!


Então Anne e Gilbert rumaram as pressas para a festa na casa de Billy Andrews, e algo dizia que a noite ainda seria muito longa.


Continua...


NOTA DA AUTORA: Surra de capítulos kkk por enquanto é só, mas eu tô me mijando com os próximos capítulos (já antecipo haha)

𝘼𝙎𝙉 || 𝙎𝙝𝙞𝙧𝙗𝙚𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora