𝘼𝙎𝙉 || 𝙎𝙝𝙞𝙧𝙗𝙚𝙧𝙩

• Bolinhos •

Gilbert estava de cueca escolhendo a camisa que usaria, sinceramente azul ou preta não fazia diferença, ele só ia mesmo porque senão Billy o matava.

-Olha só, vai sair! – ele escuta e vê Bash entrar no quarto pelo reflexo do espelho enquanto penteava o cabelo úmido.

-Vou numa festa, fazer uma média mesmo. – Gilbert dá de ombros. – Não estou muito animado.

-Por que não? Vai levar sua garota?

Bash perguntou animado, mas logo se arrependeu ao ver a cara de choro que Gilbert fizera, como se tivesse batido o dedo mindinho na quina.

-Não rolou, né?

Gilbert não precisou responder. Bash então viu algo em cima da cama do garoto, saindo da mochila que chamou a atenção.

-Faculdade de Queens? Acha que é possível?

-Pois é! Eu não sabia que tinha uma chance até a senhorita Stacey vir falar comigo. – Gilebrt comentou rindo.

-Achei que não ia contar isso para ninguém. Não falou que só eu sabia disso? – Bash comenta, mas estava mais concentrado no panfleto enquanto Gilbert terminava de abotoar a camisa.

-Pois é, na verdade só você sabia, eu não sei como a senhorita Stacey...

Bash ergueu os olhos do panfleto porque Gilbert simplesmente parou de falar.

-O que foi garoto?

-Ela não sabia.

-O que?

-A senhorita Stacey... ela não sabia! Só você e a Anne sabia.

-A sua garota?

-É... – Gilbert arregalou os olhos e de repente seu coração começou a bater forte no peito, mesmo que não estivesse processando o que tudo aquilo significava.

-Ela procurou ver o curso dos seus sonhos para você? Puxa... – Bash murmurou surpreso e realmente fascinado pela garota.

-Não, Bash, ela me deu um pé na bunda. Disse que não sentia nada por mim! – Gilbert comentou sorrindo, mas então pegou o panfleto da mão do primo. – Mas ela é Anne Shirley! Eu sou um idiota! Ela sempre faz isso! Ela afasta as pessoas, ela mente, só que dessa vez foi por mim! Se ela me correspondesse, ela sabia que eu lutaria por ela e eu perdeu a única chance de eu entrar numa faculdade com bolsa!

-Então ela te deu um pé na bunda e disse que não gosta de você?

-Exato! Mas isso aqui me mostra o contrário! – Gilbert ria. – Não, eu sabia que aquele beijo... ela sentia algo por mim.

-Então tá esperando o que, manézão? Vai logo atrás dela! – Bash riu da cara do primo.

Gilbert tomado de uma coragem irracional, só pegou a carteira e as chaves do carro e saiu correndo de forma desastrada porta fora. Bash ficou no quarto rindo, ouvindo o pai de Gilbert o gritar de doido.

-Isso é o amor, tio John! – comentou Bash.

***

A casa dos Andrews estava lotada de gente, a música eletrônica alta tocava e um estranho que abriu a porta para Diana e Cole. Os dois entraram meio receosos, mas ninguém questionou a presença deles ali, talvez seja porque ninguém reparou mesmo. Tinha tanta gente, e gente que nem era da escola, que Diana e Cole passavam despercebidos.

Na sala a música tocava alto e o casal de amigos viu que havia um grupo jogando vídeo game na TV de tela plana, outros jogavam o jogo da garrafa na mesa de jantar e tinha um grupo dando uma de DJ.

-Era para Anne estar aqui! – resmungou Cole.

-Ela não podia, a Marilla não deixou. – mentiu Diana. Elas ainda não haviam contado para Cole sobre Gilbert.

-Certo, o que fazemos? – pergunta Cole.

-Relaxa, vamos tentar achar algum amigo aqui e ficar tranquilo... ah, a Tillie ali! – Diana acenou e logo os dois foram para a cozinha, onde a amiga ria com outros rostos conhecidos da turma de espanhol.

-Diana, Cole! Vocês vieram dessa vez! – Tillie sorri animada.

-São seus amigos? – perguntou Charlie.

-São sim, são gente boa, pode oferecer. – garantiu a menina rindo.

-Oferecer o que? – Diana perguntou ansiosa.

-Gostam de bolinhos? – Charlie mostrou um grupo de bolinho cheio de confetes.

O estômago ansioso de Diana roncou e aceitou de bom grado, Cole ficou olhando meio receoso Diana dar uma grande mordida.

-Tá com gosto diferente. – ela comenta e eles riram da ingenuidade da menina.

-Deu bolo de maconha para ela? – perguntou Cole a Tillie.

-Relaxa, Cole, você devia comer um também, se não nunca vão curtir a festa do jeito que estão tensos.

Cole ia protestar, mas Diana parecia animada por provar o bolo.

-Come um. – insistiu Charlie, dando uma mordida no seu próprio bolinho para instigar Cole.

-Vou ter que ficar monitorando ela, melhor não.

-Então vamos ao tradicional. – Charlie pega de dentro da geladeira uma latinha de cerveja e Cole aceita dando um grande gole.

Ele realmente ia precisar de um incentivo se quiser curtir a festa...

Continua...

NOTA DA AUTORA: Qual a probabilidade de dar merda? kkkk