Refúgio- Noany

Chapter 19

Vancouver, 19 de setembro, 3:24 a.m

Joalin me beija como se ela tivesse necessidade disso. Seus beijos são vorazes, urgentes e marcantes, ela mostra e que veio e vai me levando nada discretamente até o banheiro. Ainda sinto que estou sendo observada, mas logo tiro essa mania de perseguição da minha cabeça e foco no corpo escultural da loira que se despe na minha frente. Ela praticamente se joga em cima de mim e começa a puxar o meu cabelo enquanto me beija. Uau, minha amiga realmente tem pegada. Somos interrompidas por um barulho vindo da porta.

-Droga! Esqueci de trancar.- Diz Jojo momentos antes de um corpo mediano surgir nas sombras. Ela se cobre com suas roupas, que pega do chão e, aos poucos, eu consigo reconhecer a silhueta misteriosa. Noah.

-Any...Como você...pôde?- Diz num misto de algo que eu arrisco ser raiva e decepção.

-Como eu pude o quê?- Pergunto sem entender muito bem o porquê do surto, já que não somos nada além de atores (quase) pornôs que fingem que se amam em troca de momentos intensos de prazer.

-Você ainda pergunta? Você me traiu!- Meu Deus, o que esse imbecil está falando?

-Any? Você tem namorado? Como assim?-Merda!

-Joalin, esse é o Noah que eu te falei. -Digo e ela parece pensativa, certamente está se lembrando do dia em que revelei para ela que estava ficando com o meu colega de apartamento.

-Você é uma covarde!- Dispara Noah entre lágrimas que começam a escorrer.

-Noah, olha só, vamos conversar em um lugar mais tranquilo, vamos para casa.

-Não! Eu não quero conversa, eu já vi tudo o que eu precisava ver. Não precisa dizer mais nada.

-Eu...vou indo, Any, vou ficar na cidade pela próxima semana, eu te ligo e nos vemos depois.- Diz Joalin.

-Ok, desculpa por isso.- Digo e ela vai embora após me lançar um olhar empático.

-Eu vou embora também.-Diz Noah.

-Noah, espera.- Seguro-o pelo braço e, sem pedir permissão, começo a falar- Olha só, nós não somos namorados, você sabe disso. É tudo fingimento tanto da minha parte quanto da sua. Você sabe disso. E sabe bem. Eu posso ser a cachorra que for, mas falsa eu não sou. Desde o começo eu deixei tudo muito claro para você, você sabia onde estava se metendo. Sabia que eu não ia me declarar para você e muito menos cair aos seus pés. Não fiz nada fora do combinado.

-Isso foi falta de responsabilidade afetiva da sua parte, você não percebe?

-Que porra de responsabilidade afetiva, Noah? Nós não somos nada além de amantes. Somos livres para fazer o que fizermos. Não viaja.

-Ah, é? Podemos fazer qualquer coisa com qualquer pessoa, então?

-Sim. É exatamente isso.

-Pois bem.- Ele diz enquanto seca suas lágrimas de um jeito quase vingativo e sai apressadamente do banheiro. Sem tempo de perguntar onde ele vai, eu apenas o sigo.

Noah para no meio da multidão e aborda uma desconhecida. Eles conversam por cerca de dois minutos e então...e então...ele a beija!

Eu observo a cena boquiaberta e sinto algo estranho. É como se eu não gostasse de ver isso. E eu sinto como se eu de fato não gostasse. Isso não me agrada. Mas ele não precisa saber disso, afinal, está mais que claro que não passa de uma provocação infantil.

Ele para o beijo e vem até mim, eu estou a poucos metros de distância deles.

-É bom, não é?-Ele pergunta ironicamente.

-O que?

-Você entendeu, não se faça de sonsa. Agora, se me der licença, eu tenho mais o que fazer.

-Você vai transar com ela?

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não, eu não me esqueci da fic galera