Vancouver, 19 de setembro, 3:40 a.m
Chego em casa com a garota que nem sei o nome e começo a beijá-la na sala. Tento colocar certo desejo no beijo mas até uma progressiva capilar teria mais química que isso. A garota parece até experiente, mas ela não sabe o que fazer com essa experiência toda. Ela não me toca com a voracidade que eu gostaria. Não me beija com a intensidade que eu gostaria e nem me deseja com a urgência que eu gostaria. Começo a pensar se é porque ela não é quem eu gostaria. Mas sou disperso desses pensamentos com ela estalando os dedos na minha frente.
-Onde é o quarto?
-O quarto? É…nós…hmm…não vamos para lá.
-Por que?
-É que…essa casa é dos meus avós e um quarto é deles e o outro é da minha prima de 5 anos, eu durmo na sala. -Quando percebo a história que acabei de inventar, fico mentalmente de boca aberta.
-Você quer me dizer que tem dois idosos e uma criança dormindo na casa onde você me trouxe pra transar? Po, cara, pagasse um motel, né.
-Não, não, eles foram a uma excursão, não estão em casa, eu também não sou nenhum louco.
-Ah, menos mal. Bom, vamos logo com isso.
E ela volta a me beijar e começa a se despir. Não sinto nada. Absolutamente nada. Meu “amigo" não esboça nenhuma relação diante da garota nua de corpo escultural na minha frente. De qualquer jeito, tiro a roupa e volto a beijá-la e tocá-la, porém sinto como se fosse errado. Mas logo me vem a cena de Any se agarrando com aquela loira no banheiro e, movido pela raiva, tento dar o meu melhor na cama para a garota a minha frente. Beijo, chupo, mas não adianta, estou travado, não sinto desejo e meu corpo exibe isso. Pior, ela percebe.
-Eu acho melhor eu ir embora.- Diz.
-Não, fica. É que estou nervoso.
-Você é virgem?
-Não, é que terminei um relacionamento a pouco tempo e…
-Tudo bem, eu faço essa boa ação.- Deus! Como ela é grossa e como eu minto descaradamente.
Enfim, tentamos continuar e eu vejo a foto da Any colada na geladeira. É instantâneo, meu corpo se enrijece por inteiro e eu ardo de desejo. Fecho os olhos e finjo que a desconhecida que me enche de beijos é a minha Any.
E, pensando na mulher que me faz arder de tesão, faço varias estocadas profundas contra a mulher que está comigo. Ela geme e pede mais, puxa meu cabelo, arranha minhas costas e demonstra um enorme desejo. Não sinto o mesmo, mas ajo como sentisse enquanto só consigo pensar naqueles olhos escuros como a noite, naquela pele chocolate e naquela boca que me leva ao delírio. E, de alguma forma, meu teatro é bom e a garota acredita que estou realmente a desejando loucamente. Porém, quando ela chega ao clímax, eu brocho. Não sei o que acontece mas algo me desanima e não consigo chegar lá.-Bom, foi ótimo para mim, talvez não muito para você. -Diz, levemente desapontada porém satisfeita.
-Foi bom para mim, juro. -Digo parecendo uma criança da sexta série.
Ela se veste e, antes de ir embora, diz:
-Sugiro que procure sua ex, ela certamente ainda mexe contigo. -E sai batendo a porta.
Percebo que o conselho da desconhecida faz sentido, mesmo eu tendo mentido sobre a tal ex, ele se aplica perfeitamente a minha Any. Desolado com tudo o que aconteceu, pego o uísque que guardo há anos- porque não sou de beber assim- e afogo minhas mágoas nele. Preciso contar para Any que gosto dela além do fingimento. Que gosto de verdade e a desejo loucamente. Vou fazer isso assim que ela chegar, está decidido.
8:35 a.m
-Noah? Ah, meu Deus, o que houve contigo?
Acordo com a voz desesperada de Any e percebo que dormi embriagado no sofá, minha cabeça dói e a claridade arde meus olhos. Porém, apesar dos pesares, vejo que não dá mais para esperar.
-Any, eu estou completamente apaixonado por você.
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e agora, oq será desses dois?
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Refúgio- Noany
Fanfic[EM HIATUS] Mulheres, na verdade meninas, têm muitos sonhos, querem ser bem sucedidas, ter um emprego legal, algumas querem pegar todo mundo, outras querem se casar, umas querem ir morar do outro lado do mundo ou cursar a faculdade no outro hemisfér...