Chapter 3

628 73 19
                                    

23 de julho de 2020- Vancouver, Canadá- 3:52 a

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

23 de julho de 2020- Vancouver, Canadá- 3:52 a.m

Any [3:52 a.m]: topo, mas, e os meus documentos? Não posso meter o pé e deixá-los para trás

Diarra [3:57 a.m]: quem fica na sala dos documentos é a Sr. Brown, ela é umas das melhores vigias, não é à toa que está lá. Durante a noite ela é a única vigia, o que facilita bastante, posso fingir uma gritaria no meu quarto, o que vai fazer ela sair da sala e ir ver o que aconteceu, antes de eu gritar você vai para o banheiro que fica perto da sala, assim que ela sair você corre para porcaria daquela sala e pega seus documentos e mete o pé.

Any [4:00 a.m]: é arriscado, mas eu topo.

Diarra [4:03 a.m]: ok, na hora do almoço conversamos.

Desligo o meu celular e o coloco debaixo da tabua de madeira solta que tinha debaixo da minha cama, esse lugar fede a mofo, eu odeio isso tudo com todas as minhas forças, me obrigo a fechar os olhos para dormir.

23 de julho de 2020- Vancouver, Canadá- 8:00 a.m

Acordo com a luz do sol invadindo o meu quarto –maldita janela–, me levanto e pego a minha nécessaire e uma tolha, calço meus chinelos e vou até o banheiro.

Chego no banheiro, a fila para entrar nos chuveiros está pequena, o que é perfeito, odeio esperar por muito tempo, paro em frente a cabine 5 e espero a minha vez. Me olho no espelho que fica em frente as cabines. Meus cabelos cacheados que um dia já foram definidos estão extremamente desidratados e desgrenhados, em relação ao meu corpo, mudou um pouco, minhas coxas, braços e bunda estão mais duros por conta dos exercícios que ando fazendo, me encontro com olheiras, sempre as tive, mas estão mais profundas, desde que cheguei neste lugar tenho insônias. Continuo me analisando até que a cortina atrás de mim é aberta, vejo Diarra saindo da cabine, a mesma passa ao meu lado e me lança um sorriso cumplice.

Tomo meu banho e escovo os meus dentes, pego minhas coisas e volto para o meu quarto, coloco um moletom preto e um tênis branco, era a roupa que todas nós devíamos usar, tento definir os meus cachos, o que é algo quase impossível com esses produtos que nos dão. Acabo desistindo.

Agora estou indo em rumo ao refeitório, paro em frente a grande fila de pessoas na espera de serem servidas –puta merda, eu odeio esse lugar–, respiro fundo e tento ser paciente.

Minha vez chega, ergo minha bandeja, a Sr. Miller abre um sorriso de orelha a orelha ao me ver, ela é umas das únicas pessoas que gosto desse lugar, a mesma coloca um sanduiche natural e um suco de laranja na minha bandeja, abro um sorriso para Sr. Miller como forma de agradecimento. Me viro e começo a busca por uma mesa, avisto um rosto familiar –Diarra– em uma mesa perto da porta, caminho até a mesma e sento ao lado dela.

– Bom dia – Falo.

– Essa comida está um merda – Diarra fala.

– Eu sei, a comida daqui não é uma das melhores, mas pelo menos é o que temos - Mordo meu sanduiche – Vamos fazer aquilo que horas?

– Vou gritar as 00:00, esteja no banheiro as 23:55 – Diarra fala em um sussurro, quase um sopro.

Concordo com um aceno de cabeça.

Diarra se levanta e some pela porta.

Confesso, estou com medo de tudo dar errado, se me pegarem o meu tempo de pena vai aumentar, mas eu vou me arriscar, não aguento mais ficar nesse lugar, sinto falta da minha casa, da Joalin, da minha liberdade, assim que eu sair daqui vou arrumar um jeito de voltar para Los Angeles, e pagar a minha fiança, ela deve ficar bem mais cara por conta da minha fuga, mas isso é o de menos, quero ter a minha liberdade.

23 de julho de 2020- Vancouver, Canadá- 23:55.

Já estou no banheiro, estou com a mesma roupa de hoje mais cedo, pego meu celular para verificar o horário, tudo certo conforme o combinado.

00:00, ouço um grito e uma porta batendo.

Ok, agora eu tenho que ser rápida, saio do banheiro e corro até a sala, entro devagar para não fazer muito barulho.

Começo a vasculhar todas as pastas que tinham em uma estante de canto. Nada. Vou para a mesa de centro, avisto uma gaveta e abro a mesma. AHA, a primeira pasta é a minha pego a mesma e saio da sala, começo andar em direção ao portão onde Caleb fica. Ouço alguém gritando pelos corredores.

– Fugitiva, fugitiva – Sem pensar duas vezes saio correndo.

Chego no portão onde Caleb fica e por sorte está sem ninguém, corro o mais rápido que posso entre galhos da floresta –Sim, esse reformatório fica no meio de uma floresta –, os galhos das arvores cortam a minha roupa e minha pele, mas nada vai me fazer para.

– Gabrielly, para seu bem, apareça já – Eu ignoro esse chamado, junto todas as minhas forças e corro mais rápido ainda.

Paro já exausta avisto milhares de luzes entre as folhas, barulho, eu ouço barulho de carros, com medo de me pegarem por causa dessa minha pausa, volto a corre, mas não tão rápido. Saio da escuridão da floresta e acho a luz das ruas de Vancouver, ainda correndo sinto meu corpo colidir com o de alguém, caio no chão, a dor é imensa, todos os cortes dos meus braços e pernas começam a arder.

O homem com quem acabei de esparrar me estende sua mão, agarro a mesma olhando em seus olhos, me levanto com a sua ajuda.

– Do que você está fugindo?

_________________________________________
Até amanhã meus amores❤

Refúgio- NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora