Vancouver, 16 de setembro, 3:45 p.m.
Sexta feira, depois que eu e Noah começamos a nos envolver parece que o tempo voa, eu estou bem, bem de verdade, depois de muito tempo.
Hoje é dia de folga, Noah está na faculdade, o que acaba fazendo que minha sexta a tarde seja extremamente tediosa. Então acabo por decidir em dar um geral na casa, começo pelo banheiro que está uma nojeira, parece que ele nunca limpou, a pia que um dia foi branca está encardida, o vidro do box embaçado, o espelho nem se fala. Pegos todos os materiais de limpeza que tem nessa casa – que são quase inexistentes – e começo a limpeza, limpo cada canto desse banheiro até não sobrar um rasto de sujeira.
Olho para o cômodo depois de limpa-lo e está ótimo, limpo o meu quarto, resolvo não limpar o de Noah, pois na última vez em que eu entrei no mesmo sem o dono aconteceu um desentendimento que poderia ter sido evitado se eu não fosse tão curiosa. Limpo a sala e depois a cozinha, depois de limpar tudo vou ao banheiro e tomo meu banho, pois eu estou fedendo a suor, ligo o chuveiro e coloco em temperatura mínima, passo shampoo em toda a extensão do meu cabelo, esfrego o mesmo fazendo uma leve massagem em meu coro capilar, tiro o produto e aplico uma máscara de hidratação profunda, desligo o chuveiro, enquanto eu deixo a máscara fazer efeito vou me depilar, pego a gilete e um creme, passo o creme nas minhas pernas e depilo a mesma, repito o processo em outras partes do meu corpo. Agora que eu estou lisa – completamente – eu vou tirar a máscara.
Saio do banho e me enrolo na minha toalha, defino os meus cachos e passo um creme hidratante no meu corpo, vou para o meu quarto e coloco um short de tecido mole e um blusão do Noah que ele deixou comigo porque de acordo com ele eu fico muito bem com essa blusa. Coloco a toalha no banheiro e vou em direção a cozinha, pego um saco de pipoca de micro-ondas, enfio a mesma no elétrico e espero ficar pronta, pego uma Coca-Cola na geladeira. Ouço a micro-ondas apitar sinalizando que minha pipoca estava pronta, pego-a e vou até a sala, sento no sofá e coloco a minha bebida na mesa de centro, pego meu celular que estava em cima do mesmo móvel. Coloco a senha e desbloqueio o mesmo, vou em contatos e ligo para a Joalin, já que faz muito tempo que não nos falamos, começa a chamar.
- Que que você quer? – Joalin atende.
- Nossa ignorante, não ligo mais também – Falo entrando na brincadeira.
- Estou brincando besta, como vão as coisas?
- Bem até e aí?
- As coisas estão normais, faço entregas as vezes nas escondidas, pois meus pais descobriram o lance das drogas.
- Joalin como assim? Eles descobriram como?
- Um policial gostosão me pegou no flagra, meus pais pagaram uma multa e cá estou eu, presa no meu quarto. Agora mudando de assunto, como estão as coisas entre você e o gato que te salvou?
- Bem.
- Vocês já transaram?
Fico em silencio o que acaba entregando o jogo.
- Meu Deus vocês já transaram, PERA O QUE? VOCÊS TRANSARAM?
- Para de gritar inferno e sim nós transamos.
- Garota me conta tudo.
- Nós meio que fingimos.
- O que exatamente?
- Tudo, nós usamos o fato de morar juntos como um benefício, dentro do quarto dele nós podemos ser tudo, fora de lá nós somos apenas grandes amigos que dividem o apartamento, nós fingimos tudo, se for necessário até os sentimentos.
- Meu Deus vocês são loucos e como assim vocês fingem até os sentimentos?
- Fingindo ué, na segunda vez em que transamos ele disse que estava apaixonado por mim e foi uma atuação e tanto.
- Any Gabrielly Rolim Soares.
- Meu nome.
- Você é maluca?
- Não.
- Mas está agindo como se fosse.
- Não estou te entendendo Joalin.
- Olha eu não posso conversar muito agora, mas acho que você deveria pensar um pouco nessas palavras que foram ditas na hora do rala em rola, alias, Lamar quer falar contigo, ligue para ele quando puder, beijos amor.
- Beijos vida.
Assim que desligo, vou em contatos novamente e procuro pelo número de Lamar, assim que encontro ligo para o mesmo.
- AnyElly e não é que você está viva mesmo?
- Você pensou que ia se livrar de mim? Patético, vaso ruim não quebra.
- Podemos ver que o seu senso de humor continua podre.
- Para de ser besta Morris – Falo rindo – Como anda os negócios aí?
- Uma loucura sem você.
- Por que?
- Você era a melhor vendedora, depois que você foi para o reformatório o negócio foi para hiatus aqui. Agora creio eu que você não vai querer mais voltar para essa vida, não é?
- Sim, sinto muito, mas eu não posso viver disso Lamar, eu quero me formar futuramente, eu quero trabalhar com algo que eu goste, não que eu não goste da adrenalina do proibido, mas não dá mais, entende?
- Entendo sim flor, eu espero que tudo der certo, torço por você como eu nunca torci para alguém, você faz falta.
- Um dia eu volto, eu prometo.
- Estarei te esperando minha velha amiga.
- Estarei aí em breve meu velho amigo.
Desligo e me deito no sofá com o saco de pipoca já pela metade. Me lembro do que a Joalin disse em relação ao Noah, não faz sentido aquilo ter sido verdadeiro, eu falei desde o começo que era tudo atuação, como ele se apaixonaria por mim? Se isso for verdade não vai dar para continuarmos, imagina quando ele descobrir do que eu realmente estava fugindo? Imagina quando ele descobrir que eu não sou quem eu digo ser? Vai ser um desastre, mas eu tenho certeza que é atuação, de acordo com o Krys Noah não se apaixona fácil, por que comigo seria diferente?
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Até semana que vem meus amores ❤
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Refúgio- Noany
Fanfiction[EM HIATUS] Mulheres, na verdade meninas, têm muitos sonhos, querem ser bem sucedidas, ter um emprego legal, algumas querem pegar todo mundo, outras querem se casar, umas querem ir morar do outro lado do mundo ou cursar a faculdade no outro hemisfér...