Chapter 14

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Vancouver, 11 de setembro, 3:45 p

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Vancouver, 11 de setembro, 3:45 p.m

Eu. Não. Acredito.

-Vou matar esse desgraçado.- Falo baixo entre os dentes e sinto o sangue ferver nas minhas veias.

-O que?-Pergunta Krys e eu o deixo sem resposta, afinal, começo a correr na velocidade da luz na direção da lanchonete onde Any trabalha. Vou perder a última aula do dia, mas não faz mal, depois recupero, eu não conseguiria prestar atenção de qualquer jeito.

O caminho até a lanchonete, que normalmente leva minutos parece se transformar em horas que teimam em não passar. Parece que todos os sinais resolveram ficar vermelhos e a cidade inteira decidiu atravessar as ruas justo hoje. Enquanto tento acelerar o máximo permitido, reflito sobre o que escutei. Any dormiu com Zac. Foi por mágoa? Será que ela nunca me quis? Ela fingiu todas ás vezes que a deixei sem ar? Ela brincou comigo? Foi tudo enganação? Não, não pode ser, a Any não é esse tipo de pessoa. Tento massivamente me convencer de que estou alucinando e o Zac inventou tudo, não consigo pensar em vê-la nos braços de outro cara. Quero ela para mim. Só para mim.
Meus pensamentos são interrompidos quando finalmente chego ao meu destino. Abro a porta ligeiramente e vejo que, para minha sorte, o local está vazio. Olho para o balcão e meus olhos param naqueles cachos que têm tirado meu sono. Ela está linda, como sempre. Sua beleza natural é inconfundível e única.

-Any, eu…

-O que você está fazendo aqui?-Ela me corta friamente.

-Vim falar com você, eu preciso falar com você e tem que ser agora.

-Não dá, estou no meu horário de trabalho, não posso falar agora.

-Any, por favor, é importante.- Antes que ela responda, aparece uma menina com olhos puxados atrás dela e começa a falar.

-Any, você não tirou seu horário de almoço hoje. Tire-o agora. A lanchonete está vazia, eu tomo conta de tudo, pode ir.-Any lança um olhar fuzilante em direção a sua doce colega de trabalho, murmura um palavrão e, muito contrariada, se dirige a mim.

-Vamos conversar na praça do outro lado da rua. Você tem meia hora.

-Sei que você tem uma hora para almoçar, mas meia hora é mais que o suficiente para mim.

-Não seja petulante, dê-se por feliz por eu aceitar falar com você.-Diz com uma acidez que faz doer meu coração.

-Tudo bem. Bom, eu vim aqui porque percebi o tamanho da burrada que fiz dormindo com a Sina.

-Um pouco tarde.

-Vamos esquecer isso, por favor.

-Me dê um bom motivo.

-Você dormiu com o Zac.- Digo mesmo sem saber se é verdade, porque sei que, se for, ela vai me contar e eu não acredito que seja.

-E daí? Você dormiu com a Sina, e mesmo assim, não somos nada, lembra? Você nem mesmo nos deu a chance de nos conhecermos melhor. Você é podre, Noah Urrea. Me fez a porcaria da proposta e não me esperou nem um dia para pensar, já foi logo ficando com a primeira que apareceu. -Então, uma lágrima escapa dos meus olhos e percebo que ela também chora.

-Não acredito que ficou com ele.

-E eu não acredito que ficou com ela. A vida é injusta, lide com isso. -Diz enquanto seca uma lágrima que insiste em cair e se levanta para ir embora.

-Me dá uma chance de me explicar, só uma, por favor. -Digo e seguro seu pulso levemente para impedi-la de ir.

-Uma chance. Nada mais.

-Obrigado. Olha, não sei porque fiquei com a Sina. Foi impensado e imaturo. Estaria mentindo se dissesse que não pensei em você cada segundo dos últimos dias. Eu sei que errei e que depois do que fiz, você estava no seu direito de ficar com quem quisesse, não te peço para esquecer porque sei que não dá, mas por favor, Any, em nome do desejo que eu sei que você sente por mim, vamos seguir em frente. Fique comigo. Volte para casa, eu te imploro. Passe uma noite comigo mesmo que seja puro fingimento.

-Eu ainda estou muito, muito magoada com você. Mas em uma coisa você está certo: eu te desejo. Eu te desejo e, por isso, só por isso, vou aceitar a sua proposta.

-Ai, meu Deus. Obrigado, de todo o coração.-Digo e me aproximo para enfim beijá-la como desejo. E ela afasta o rosto.

-Não tão rápido. Existem algumas regras que você vai ter que seguir.

-Quantas você quiser. -Digo, inebriado de alegria.

-Ok. Isso é só fingimento, pegação. Jamais vamos ultrapassar o limite do desejo. Sem demonstrações de afeto em público, nosso caso é da porta daquele apartamento para dentro. Podemos ficar com outras pessoas, afinal, não temos nada sério. E tudo o que falarmos será da boca para fora. Você precisa tanto quanto eu se sentir amado. E eu vou te amar, assim como você também fará, mas nada disso será real. Diremos palavras de amor e faremos declarações cliches ao outro, mas tudo em nome do desejo, porque o que temos não é nada além disso. É só um jogo.

-Perfeito.- Minha boca trai minha mente e diz exatamente o contrário do que penso, isso nunca será só um jogo de desejo para mim. Eu a desejo e não é só isso. É muito mais, mas ela não precisa saber. Pelo menos não agora.

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Até semana que vem❤








Refúgio- NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora