[EM HIATUS]
Mulheres, na verdade meninas, têm muitos sonhos, querem ser bem sucedidas, ter um emprego legal, algumas querem pegar todo mundo, outras querem se casar, umas querem ir morar do outro lado do mundo ou cursar a faculdade no outro hemisfér...
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Música tema do capítulo: With me (Sum 41).
24 de julho de 2020- Vancouver, Canadá- 00:20 a.m.
-Eu…estou fugindo dele…ele quer vir atrás de mim, não sei o que fazer, ele vai me pegar, eu não posso ficar aqui.
Em uma fração de segundos, invento a primeira desculpa que me vem a cabeça para despistar o estranho á minha frente: relacionamento abusivo. Eu sei que isso acontece de verdade e que é uma situação séria que não deveria estar sendo usada como desculpa, mas com certeza é algo tão ruim quanto o que de fato aconteceu comigo, e eu não posso deixar esse cara suspeitar o que foi. Então, faço a minha melhor encenação, com direito a choro falso e tudo mais.
-Dele? Ele quem? De quem você está fugindo? Por favor, se acalme.
-Do meu namorado. Ele me agride fisicamente e verbalmente, olhe esses arranhões. -Digo apontando para os diversos arranhões em meus braços causados pelos galhos da floresta.
-Meu Deus. Está tudo bem agora. Você está segura, vou te levar para a minha casa, creio que não tenha para onde ir, você pode passar a noite lá se quiser. Tenho um quarto sobrando.
-Obrigada. Mesmo.
-Qual o seu nome? Com toda essa confusão, eu nem mesmo me lembrei de perguntar.
-Any Gabrielly. Mas pode me chamar de Any, é como todos me chamam.
-Tudo bem, Any. Eu sou o Noah.
-Muito prazer.
-O prazer é todo meu.
Quando ele diz isso, não sei mais o que dizer, apenas fico estática tal qual uma batata.
-Então, vamos? Meu carro está na próxima esquina.- Ele diz quebrando o silêncio.
-Carro?Pensei que você morasse aqui perto.
-Na verdade, eu moro há 5 horas daqui. Ás vezes quando preciso pensar, venho até o pier depois da floresta e fico refletindo.
-Uau. Um tanto peculiar, eu diria. Mas enfim, vamos que eu estou congelando aqui.
-Claro, primeiro as damas. -Diz apontando o caminho.
A ida até o carro é tranquila. Andamos calmamente -como se eu não fosse uma fugitiva- e vamos conversando sobre amenidades como dois velhos amigos.
-Meu carro é esse i30 preto. Pode entrar.
-Obrigada.
Digo enquanto penso: fugindo do reformatório com a ajuda da maior patricinha da cidade -a quem você deve um favor-, inventando uma história maluca e entrando no carro de um estranho -para ir para a casa dele-. Parabéns para mim. Fiz em uma noite tudo o que ninguém deveria fazer em uma vida. E viva eu.
25 de julho de 2020-Vancouver, Canadá-5:30 a.m.
Ao chegarmos em casa-na casa dele, que por sinal é enorme-ele estaciona o carro, me mostra onde fica o elevador do prédio e subimos até o quinto andar. Chegando lá, Noah, como o cavalheiro que parece ser, abre a porta para mim e entramos em sua sala.
