Atualização: Oie!! Essa história acabou tomando uma proporção muito maior do que eu esperava, nunca imaginei que teria tanta gente lendo o que eu escrevo.
Sejam todos bem-vindos, sintam-se em casa e aproveitem.Obrigada por acompanharem o meu trabalho, tenham uma ótima leitura ❤️
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Philadelphia, 9 de Agosto de 2007
— Liz, meu amor, venha aqui — minha mãe chamou-me com sua voz doce e cansada.
Caminhei em sua direção ainda assustada, vê-la naquela situação era extremamente desesperador para uma criança de sete anos. Leane, minha mãe, estava na cama do hospital, ela suava frio e suas mãos estavam tremendo. Já faziam alguns dias que ela estava lá e eu estava abrigada na casa de uma das enfermeiras que teve pena ao ver que eu dormia na cadeira da recepção. Eu não tinha mais ninguém, ninguém além de minha mãe.
— Mamãe, você vai ficar boa logo? Eu quero ir pra casa.— sussurrei assim que cheguei perto da cama. Ela passava suas mãos trêmulas em meus cabelos e não tentou segurar as lágrimas que rolavam pelo seu rosto — Por que você tá chorando, mãe? Quer que eu chame alguém?
— Meu amor, preciso que escute muito bem o que vou dizer, você é uma menina muito esperta, tenho certeza que vai entender.— ela deu uma pausa para recuperar o fôlego — A mamãe não vai mais poder ficar aqui.
— Vão te levar para outro hospital?
— Não, Liz, vou para outro lugar, um lugar onde você não vai mais poder me ver...
— Por quê? Você disse que estava tentando melhorar para irmos pra casa. Eu não gosto de ficar na casa da Martha.
— Eu tentei, eu tentei de tudo, meu amor... só que não deu certo e eu vou ter que ir — as lágrimas já não estavam mais apenas no rosto dela, elas rolavam pelo meu rosto também — Você vai ter que ser forte, Liz, sei que você é uma mocinha corajosa.
— Mas se você for embora não vou ter mais ninguém, mamãe, onde eu vou morar? Quem vai me contar histórias antes de dormir? — o desespero soava em minha voz infantil, junto de soluços.
— A Martha vai te levar para um lugar onde é cheio de crianças, você vai poder brincar muito. Liz, não se esqueça, você tem mais coragem e gentileza no seu dedo mindinho do que muitas pessoas têm no corpo todo e isso tem poder.— ela concluiu sua fala e me colocou em seu abraço apertado, depois de alguns instantes, nossos corpos se separaram — Escute, antes de te levar para esse lugar, vão passar em casa para pegar suas coisas, vá até meu computador e imprima o arquivo que eu disse que você não podia abrir, se lembra? — afirmei com a cabeça e ela prosseguiu — Você é muito inteligente, sei que vai conseguir, sei que vai entender. — sua voz estava cada vez mais fraca.
— Eu te amo, mamãe — falei a envolvendo em meus pequenos braços novamente.
— Eu te amo mil milhões, Elisa.
Tudo que ouvi após isso foi o forte barulho da máquina. Minha mãe já não estava mais comigo.
9 anos depois...
Nova York, 15 de Maio de 2016Eu já havia lido aquele papel milhares de vezes nos últimos anos, já havia tentado tudo que parecia fazer sentido: ler de trás para frente, substituir os números pelas letras do alfabeto, código binário... tudo. Essa era minha obsessão, nada me interessava mais do que descobrir o que dizia naquele arquivo que imprimi do computador de minha mãe.
Esses números e símbolos não se interligavam de forma alguma, se ao menos eu tivesse acesso à um computador, ou celular para consultar a Internet, talvez eu conseguisse achar alguma pista, mas no orfanato onde vivi esse tempo, não temos acesso à nada disso.
— Elisa, não acha que está na hora de sair desse quarto? É seu aniversário. — eu estava concentrada e a voz de Adelaide, inspetora do orfanato, fez com que eu levasse um susto — Perdão se te assustei, querida. Não acha que devia sair daqui um pouco? Você nunca sai desse quarto.
— Obrigada, dona Adelaide, mas eu estou bem. — falei recuperando meu fôlego enquanto colocava as folhas da minha lição por cima do papel.
— Está tentando decifrar aquele papel de novo? — sua voz mostrava sua decepção — Você precisa superar isso, Elisa! É loucura e só vai te fazer mal!
— Não, eu estava fazendo lição... Estudando para a prova de Matemática, sabe como a professora é... A prova vai estar difícil — tentei mudar o assunto rapidamente, mas falhei.
— Eu não quero que você se machuque, Elisa, por favor. — ela disse indo em direção da porta — Vamos fazer um bolo para você e para o Christoph que também faz aniversário hoje, se quiser aparecer no pátio, todos ficarão felizes em te ver — Adelaide completou saindo do quarto.
— Dona Adelaide, espere! — exclamei indo até a porta e encontrando com a loira no corredor — Posso te pedir um presente de aniversário?
— Dependendo do que for...
— Eu queria muito usar o computador da biblioteca, por favor, só por algumas horas. — pedi com paciência.
— Não acho que isso seja viável... Você conhece as regras.
— Só por uma hora, por favor! Quando as pessoas fazem dezesseis anos, elas ganham um carro e tiram a carteira de motorista, eu só estou pedindo para usar o computador por uma horinha — eu estava tentando usar toda a minha habilidade de persuasão, mesmo não tendo.
— Certo, uma hora, apenas.— ela cedeu, mesmo hesitante — Não comente com ninguém sobre isso — concluiu e continuou a andar pelo corredor.
Uma hora era melhor que nada, eu não poderia desperdiçar nenhum segundo.
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Notas:
Vou colocar local e data nesses primeiros capítulos pra ficar claro a ordem dos fatos.
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I Found You • Peter Parker
Fanfic"Eu tenho a sensação de que já ouvi tudo que vai acontecer... E é como um pesadelo." Elisa passou a infância e a adolescência tentando decifrar a mensagem deixada por sua mãe quando faleceu. Isso acabou se tornando sua obsessão. Quem diria que seu p...