Capitulo 7, ou uma questão de amor

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Benedict não se cansava dos lábios de Sophie, eles já estavam naquela posição há quanto tempo? Dez, talvez quinze minutos. O estranho é que ninguém fora incomodá-los até então.

– Vamos estabelecer limites, tudo bem? – disse Benedict entre beijos.

Sophie gemeu quando suas bocas voltaram a se encontrar.

– O que? – ela perguntou. 

– Limites, para isso, para nós. Até tudo estar resolvido. O que podemos ou não fazer?

Sophie congelou por um instante, ela sabia o que não podia fazer, mas dizer em voz alta era muito difícil. Benedict era um lorde, acostumado com as mocinhas inocentes da alta sociedade e ela, apesar de virgem, não era nada inocente. Já sabia muito bem o que acontecia no quarto de um casal apaixonado, ou não, já que a maioria das pessoas que tinha dinheiro para contratar uma governanta vivia de aparências.  E o casamento era parte disso. Mas, sim, ela sabia o que acontecia entre um homem e uma mulher em uma cama. Só não queria dizer em voz alta.

– Entendo – disse Benedict. – Eu jamais tentaria te forçar a isso.

Como ele poderia saber o que se passa na cabeça dela? Aquilo tudo era perfeito demais para ser verdade.

– Mas beijos estão liberados? – ele perguntou com um sorriso irônico nos lábios.

– Cala a porra da boca e me beija.

A maioria acharia aquilo extremamente inapropriado, mas aquilo excitou Benedict de uma forma que ele pensou que não seria possível e ele a tomou em outro beijo.

– Estranho, eu nunca quis tanto alguém assim – ele disse.

– Por que isso é estranho?

– Não sou muito chegado a negar relações, logo você conseguiu superar tudo.

Sophie sentiu uma pontada no coração, ela sabia que ele tinha um passado. Mas não queria ouvir sobre ele, especialmente em um momento como aquele.

– O que foi? – perguntou Benedict.

– Nada.

– Nada? Como pode não ter sido nada? Você mudou de repente.

– Tá tudo bem, Benedict – ela engoliu em seco. – Nos vemos mais tarde?

– Eu tenho um baile para ir com as meninas. Se puder me esperar acordada.

– Ah, sim, para conversar.

– É claro que é para conversar. Minhas regras permitem isso.

– Você e suas regras, ainda vai surtar por causa disso.

– Pelo contrário, minha querida, elas me mantêm são!

Sophie assentiu e saiu do escritório, fechou a porta e dirigiu-se diretamente para a escada principal.  Se fosse uma casa comum não poderia passar por ali, mas com os Bridgertons era diferente, ela poderia transitar por todas as partes da casa sem se importar com ser repreendida por isso. No caminho passou por Eloise e Colin discutindo alguma coisa sobre direitos iguais e voto feminino. Ela cumprimentou-os, contudo os irmãos pareciam não ouvir. Era tristes reconfortante ao mesmo tempo ser ignorada, triste por ser ignorada e reconfortante por ser ignorada naquele estado. Ela não queria conversa com ninguém.

Depois de subir todos os lances de escada, ela virou a direita e entrou no quarto de Benedict. Não sabia porque havia feito aquilo, ela só sentiu um desejo de entrar ali, lhe pareceu um local confortável. Ela fechou a porta e encostou seu dorso na madeira, suas pernas falharam e ela desceu de forma abrupta até o chão. Naquele momento parecia que tudo se concretizava. As previsões sobre seu futuro, no fim poderia ser só desejo, Sophie jamais poderia ser feliz.
Ela recuperou as forças, se levantou, caminhou até a parte de baixo da cama onde havia uma camisa branca abandonada. Pegou-a, levou até o nariz e sentiu o cheiro daquele homem.

O Novo Visconde (uma história Bridgerton) Onde histórias criam vida. Descubra agora