Capitulo 8, ou uma questão de influência

320 38 33
                                    


Querido irmão,

Quanto tempo, não? Gostaria de lhe agradecer por todo o seu apoio e carinho ao longo desses anos, por não se esquecer de mim enquanto todos na Inglaterra parecem não se lembrar da minha existência. Esses anos aqui na América tem sido muito produtivos, e você já me ajudou bastante mandando suas cartas e dinheiro.

Acho que chegou a hora de parar.

Seus contatos me arrumaram um bom trabalho em Nova Iorque, onde eu consigo viver muito bem e não tenho que fazer muito esforço físico (espero que você imagine minha risada enquanto escrevo isso). Mas, as novidades não param por aí.

Kate está grávida novamente, o pequeno Miles está a caminho. Bom, não podemos saber se é um menino mesmo, mas Edmund bem que gostaria de um irmãozinho. Oh, meu irmão, meu sonho era que você pudesse conhecer seu sobrinho, e vice-versa. Mas no momento. É só um sonho mesmo...

Atenciosamente, Anthony Bridgerton.

Benedict estava meio triste com a carta na mão, o que não era um bom sinal. Eloise sabia que a mãe poderia entrar a qualquer momento na sala de café da manhã e não seria nada bom que ele desse qualquer notícia ruim para ela sobre Anthony naquele momento.

A verdade é que Violet ficara, sim, extremamente revoltada com a atitude de Anthony. Mas, como já era sabido por todos em Londres, a matriarca dos Bridgertons seria incapaz de sentir raiva ou ódio de uma de suas crias. Logo após sua chegada aos Estados Unidos, Anthony enviou uma carta que destruiu a mãe. Porque ela o amava, e ele ainda era Anthony. Desde então eles tendiam a se corresponder. Não era verdade que as coisas continuaram como sempre foram, mas não era como se Violet negasse a existência do filho até os dias atuais.

– O que foi, Benedict? Alguém morreu? – perguntou Eloise.

– Ah... – ele pareceu despertar de um transe – não, ele está bem, muito bem. Kate vai ter outro filho.

– E por que essa cara então?

– Eu quero o que ele tem, Eloise. Eu quero amor.

– Tá, e o que eu tenho a ver com isso? – Eloise perguntou em um tom de deboche.

– Venha aqui.

Benedict saiu puxando Eloise pela casa e entrou no primeiro quarto que encontrou.

– O que foi? – falou Eloise em seu clássico tom autoritário.

– O que acontece quando duas pessoas de classes sociais diferentes se apaixonam?

– Elas podem, sei lá, fingir que não se gostam e não serem massacradas pela sociedade.

– Tudo bem... mas se isso for impossível?

– O que você quer dizer com isso?

– E se esse sentimento for tão forte que nenhum deles pode controlar, eles precisam ficar juntos.

– Você tá falando da Sophie, né?

– Quem?

– Ah, Benedict, por favor, não se fala de sonso. Você tem muita sorte da mamãe não ter pegado vocês dois se beijando por aí.

– Você... você?

– Claro que eu vi, não é como se vocês fossem discretos. Por favor, não me diga que ela está carregando um bastardo.

– Você ficou louca? Acha mesmo que eu seria capaz de engravidar uma mulher sem ter compromisso com ela?

Eloise assentiu e Benedict sentiu o ódio subir pelo seu corpo.

O Novo Visconde (uma história Bridgerton) Onde histórias criam vida. Descubra agora