Capitulo 15, ou uma questão de surpresa

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As regras de Sophie não vieram.

As regras de Sophie não vieram pela segunda vez consecutiva.

Certo, ela sabia que deveria informar Benedict da primeira vez que suas regras não vieram dentro do prazo determinado, mas com uma questão tão séria quanto a sucessão de um condado ela deveria esperar no mínimo uma certeza praticamente absoluta para informar seu amado que suas regras não vieram e que o novo visconde Bridgerton estava por vir. Em síntese, a coisa toda era mais complicada agora, como Benedict era conde e Sophie sua condessa, a criança que viesse ao mundo, caso fosse homem, herdaria o título prévio da família, ou seja, se Sophie realmente viesse a ter um bebê e esse bebê fosse homem, a criança já iria nascer com o título de visconde pendurado em suas costas, paz? Talvez nunca houvesse. Mas, dentro da perspectiva da nobreza, Sophie sabia que Benedict seria um pai muito melhor que a maioria dos outros.

Em síntese, é impossível ser um Bridgerton e um pai ruim. Ela não conhecera Edmund Bridgerton, mas é uma verdade universalmente conhecida que ele era um excelente pai. Os que tiveram a sorte de conviver com Edmund não têm lembrança negativa alguma. E ela queria que seu filho tivesse essa chance, a realidade é que a realidade familiar de Sophie era muito distante da dos Bridgertons, ela se sentia como um um pássaro  em seu canto repetitivo ao contar a mesma história para si mesma cerca de vinte vezes por semana "você era amada, seu pai a amava, ela tirou isso de você, ela te tirou de você". 

Enquanto estava imersa em seus pensamentos, Benedict mexeu-se na cama e acordou suavemente de seus sonhos mais selvagens, ou incomuns. A verdade é que desde que seu pai morreu ele vinha tendo sonhos no mínimo esquisitos. Ou eram com coisas futuristas, como uma exposição de arte onde os quadros se moviam, ou com máquinas capazes de voar e dizimar populações inteiras, ou com Sophie grávida, ou simplesmente se sentir preso em meio ao vazio. Não, este não era um sonho, na verdade, este sonho fora sua realidade por anos.

– Bom dia, meu amor  – ele disse, analisando o corpo nu de Sophie da cintura para cima.

Claro que ela estava grávida, ela e o marido têm procriado como coelhos.

– Bom dia, amor da minha vida – respondeu com um sorriso genuíno no rosto.

–Por que a felicidade? – perguntou, Benedict.

– Bom, vamos pensar? Agora eu sou condessa, tenho uma casa linda, uma família amorosa, e o marido mais maravilhosamente lindo, amoroso e bom de cama do universo.

Ainda não era o momento de contar da gravidez.

– Como você sabe que eu sou o melhor na cama?

– Touché, Sr Bridgerton. Não preciso experimentar por aí pra saber que você é o melhor para mim.

Benedict ergueu o corpo e foi em direção a Sophie, o sol brilhando através de sua cabeça fez com que os fios rebeldes do cabelo de seu amado que eram entremeados pela luz do astro celestial deixassem-no com uma aparência angelical. A pele rígida do peito de Benedict, não só do peito como de todos os membros, com toque suave e macio. Até os mamilos dele lhe pareciam a visão mais agradável do planeta. Os olhos, aqueles mesmos olhos que deixaram-na perdida em prazer e sentimentos desde a primeira vez que repousaram sobre ela. Ele, em toda a sua extensão, a história de amor mais sublime, um deus pagão esculpido em carrara, com todos os detalhes e perfeições que só os gregos eram capazes de fazer. Este deus era seu, ela era sua deusa. E naquela manhã, tendo certeza de carregar sua semente em seu útero, tendo certeza de que eles seriam a família, tendo certeza de que eles estariam juntos para sempre, ela estava transformada. Não só por essa manhã, mas  para sempre ela estaria transformada. Benedict passou a língua pelo mamilo de Sophie, ela delirou, e mais uma vez eles fizeram amor.

O Novo Visconde (uma história Bridgerton) Onde histórias criam vida. Descubra agora