Capitulo 5, ou uma questão de desejo

494 47 33
                                    


Todos haviam saído para um jantar na casa Featherington, aparentemente Eloise e Penelope estavam interessadas em fazer as famílias se darem bem. Benedict recordava-se muito bem de ter dito a irmã que isso jamais funcionaria, o próprio cerne das duas casas era diferente. Ensaiando os Bridgertons eram cheios de amor e união, Lady Featherington parecia impor uma competição entre as filhas, o que desagradava complemente todos os moradores da casa Bridgerton.

Mas, depois de uma semana de cama, o visconde realmente gostaria de ter ido a esse jantar tão comentado. Talvez pudesse até se divertir zombando um pouco de Prudence Featherington com Eloise enquanto ela canta. Até isso era melhor do que ficar no quarto, afinal, tossir por quatro dias seguidos como se fosse perder os pulmões não é agradável para ninguém.

Só havia uma coisa boa em meio a situação de Benedict: Sophie. Ela era magnífica, cuidara dele com muita dedicação e carinho, o jovem chegou a ficar admirado com a quantidade de horas que ela era capaz de passar ao lado de sua cama, tentando amenizar sua febre e ajudando-o. E ali estava ela novamente, sentada ao lado dele, já que não havia outra opção, mesmo que ela trabalhasse com outros membros da casa todos haviam saído e Lady Bridgerton tinha dado um descanso para os criados, agora eram só os dois.

Benedict não sabia o que fazer e a situação de Sophie não era muito diferente. É claro que ela estava habituada a ficar sozinha com homens, ela era uma criada afinal, mas algo em Lorde Bridgerton mexia com ela.

Desde o primeiro encontro com o jovem aristocrata, que segundo a mãe dele não era tão jovem assim e deveria se casar, Sophie sentiu algo diferente. Algo como um fogo que subiu por suas pernas e começou a queimar no seu peito, atraindo-na diretamente para o precipício e incentivando a jovem a fazer alguma coisa estúpida, como beijar o homem que lhe ajudara.

Mas, com Benedict, não foi tão diferente. O visconde sabia que Beckett era diferente no instante em que colocou seus olhos nela e a situação na banheira da semana anterior só evidenciou mais ainda para ele mesmo seu desejo pela jovem. Agora, ali, só os dois, ele percebeu coisas que jamais havia percebido, por exemplo, a forma como seus cabelos loiros escuros pareciam ruivos a luz bruxuleante das velas. Como seu sorriso parecia uma barreira de neve branca e sólida, perfeitamente alinhada. Como ela era linda, e sobretudo, agradável. Era estranho pensar nisso, pois Benedict gostava de pouquíssimas pessoas em Londres. E ele gostava dela, gostava mesmo.

Depois de servir o jantar para ele e obrigá-lo a comer tudo, Sophie sentou-se na poltrona ao lado da cama, que agora era praticamente se tornou seu aposento na casa, e disse:

– O que fazemos agora?

– Como assim? – perguntou Benedict.

– Ora, O Sr não quer ficar aqui olhando para o nada, quer?

– Não.

– Ótimo, nem eu.

– O que sugere nesse caso? – disse ele, lançando-lhe um olhar cínico. Como isso a irritava.

Ela observou ao redor do quarto até pousar seus olhos em uma pilha de livros.

– Vamos ler um livro! – exclamou Sophie.

– Ótima ideia, Beckett.

Ela olhou-o enquanto se levantava, depois foi até a pilha de livros e analisou os títulos.

– Poesia ou prosa? – perguntou Beckett.

– Poesia! – afirmou Bridgerton rapidamente. – Não que eu não goste de prosa, mas isso nos prenderia uma ao outro por muito tempo.

Sophie ficou irritadíssima com essa afirmação, mas não sabia por que.

– Bom saber que admira minha presença, Lorde Bridgerton.

O Novo Visconde (uma história Bridgerton) Onde histórias criam vida. Descubra agora