Capitulo 13, ou uma questao de família

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Quando estavam chegando em casa após a lua de mel, Benedict e Sophie visualizaram uma carruagem com o brasão da família real prussiana na porta da residência dos Bridgertons em Londres. Ele mal podia acreditar, Daphne estava de volta para a sua posse como Conde de Kent. Benedict sabia muito bem que ao casar Daphne com o príncipe ele veria a irmã infinitamente menos do que via antes. E isso foi muito pesado para ele, especialmente naquela época, em que ele e Daphne perceberam suas semelhanças, já que desde que Benedict tinha arrancado a cabeça da boneca da irmã durante a infância dela, ele com certeza prevaleceu em primeiro lugar na lista de irmãos mais odiado da Bridgerton mais velha. A questão era que Daphne era dedicada à sua família, e quando passou a posição de princesa, ela tornou-se dedicada a seu povo e amada por todo o reinado. Ela administrava com carinho e amor, assim como Benedict, em seu papel jurídico devido a posição de visconde, julgava com carinho e amor, sempre dando mais atenção aos necessitados, aos casos administrativos que lhe eram confiados.

A carruagem com o brasão da família Bridgerton parou logo à entrada da luxuosa mansão no bairro extremamente nobre de Mayfair, que tinha uma vista privilegiada para a Governor Square, sendo imponente a todos que a viam. Benedict saiu logo que o lacaio abriu a porta da carruagem e deu a mão para que sua esposa – ah, como ele gostava de pensar nela como esposa – saísse logo atrás deles. Wickham, o mordomo, abriu a porta logo que os avistou e uma Daphne cheia de carinho e amor despontou do segundo degrau da escada e foi correndo até encontrá-lo, dando-lhe uma trombada que quase o fez perder o equilíbrio.

– Benedict! – disse essa sorrindo. – Que saudades de você!

– Devo dizer o mesmo, vossa alteza – disse Benedict fazendo uma reverência irônica.

– Corta a baboseira! – ralhou Daphne. – Não vai ser agora que você vai se curvar para mim, fui superior minha vida toda.

– Que bom que você quase não é convencida.

– A alta auto-estima é de família. 

Sophie riu da conversa dos dois, era natural demais a forma como os Bridgertons zombavam uns dos outros.

– Essa deve ser a azarada – falou a princesa dirigindo-se a Sophie.

– Sou eu mesma, prazer Sophie Beck... Bridgerton.

– Ei! Azarada por quê? – perguntou Benedict.

– Ter que te aturar pela eternidade? Deus me livre, Benedict – zombou a quarta Bridgerton.

– Na verdade eu considero uma dádiva, simplesmente poder ficar perto do homem que eu amo...

– Escolheu bem, irmão – ela disse.

– Não foi bem uma escolha – observou o visconde passando o braço em volta de Sophie. – Foi a união do destino.

– Ah... que lindos! – falou Príncipe Frederich chegando.

Benedict sabia muito bem que Daphne não amava Frederich no momento em que se casou com ele, mas ao longo do tempo ela desenvolveu uma paixão verdadeira pelo marido. E ali, naquele momento, ele percebeu que tinham tomado a atitude correta, pois Daphne, Frederich e suas duas filhas formavam uma família muito bonita. E o olhar do príncipe para a princesa entregava uma visão concreta e plena de amor verdadeiro, eles se amavam e se respeitavam, Daphne reconquistou  sua felicidade sem perder sua honra, no fim, tudo tinha dado certo.

Ou nem tudo.

Anthony não estava ali.

Antes mesmo que a onda de tristeza pudesse atingi-lo, sua sobrinha mais velha correu e abraçou-o na perna.

O Novo Visconde (uma história Bridgerton) Onde histórias criam vida. Descubra agora