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Logo as filhas desceram já de pijama, cada uma com uma boneca na mão e foram brincar no tapete da sala enquanto as adultas ainda conversavam. Alfonso foi para o escritório depois de arrumar as filhas e por lá ficou. Anahí deu a janta para as duas e subiram as três juntas quando era hora de Nicole e Alice dormirem. Ela contou uma história e adormeceram facilmente. Anahí saiu e assim que encostou a porta pegou a carta escondida embaixo da blusa e suspirou. Ela entrou no quarto e ele terminava de colocar a camiseta preta de algodão de manga comprida, depois de tomar um banho.

Alfonso – Como foi dia?

Anahí – Bom. Vimos coisas do casamento então me ocupei. – Sorriu e ele pegou um casaco.

Alfonso – Que bom, amor! Assim você não se sente mal enquanto não começar a faculdade. – Beijou sua testa e ela fechou os olhos. Não queria que sofresse, mas as amigas estavam certas, ele merecia saber. – O que é isso? – Olhou para o envelope.

Anahí – É... Uma carta. – O olhou aflita. – Pra você. – Falou trêmula.

Alfonso – Deixa eu ver. Mas tá aberta.

Anahí – Me perdoa. Eu só... Não tinha de quem foi enviada e eu abri.

Alfonso – Por quê?

Anahí – Não sei. Me desculpa. – Abaixou a cabeça. – Não quero que sofra, mas você precisa ler.

Alfonso – Eu disse que não queria segredos com você, por que abriu?

Anahí – A última vez que recebi carta assim era do Aaron, pensei que talvez fosse ele e quisesse algo e ai você me esconderia. – Ele negou com a cabeça, mas suspirou beijando sua testa e ela sentiu um pouquinho mais de alívio. – Eu... Vou te deixar ler só, eu vou estar na sala pequena te esperando.

Alfonso – O que tem aqui? – Tirou um dos papéis.

Anahí – Eu te espero e, por favor, não sofra sozinho. Eu estou aqui. – Deu um selinho demorado e saiu. Ele confuso abriu e começou a ler.

O rosto tranquilo foi ficando cada vez mais contraio.

[i] Só enviei essa carta para dizer que sim, a Nicole poderia não ser sua filha e minha irmã ficou apavorada com a possibilidade![/i]

Ficou branco, ainda mais se fosse possível e continuou a ler, sentindo os olhos ficarem embaçados e terminou. Ele pegou o outro papel e viu a foto. Caiu sentado na cama, estático. Ele olhou de novo para a foto e releu a carta. Releu de novo e de novo e mais uma vez e repetiu novamente. Fora traído pela mulher que confiou tudo, fora traído pela mulher que casara, pela mulher que era mãe de sua filha.

Alfonso – Nicole... – O maxilar trancou e uma lágrima caiu. – Filha... – Deixou os papéis de qualquer jeito na cama, eles caíram no chão, junto do envelope e ele foi para o quarto dela. – Meu amor. – Ajoelhou ao lado da cama e acariciou seu rostinho tranquilo. Ele deixou as lágrimas tomarem conta de si. Precisava tê-la consigo.

A tirou com cuidado da cama e ela se mexeu, mas agarrou seu pescoço. Ele soltou o ar a apertando contra si e escondeu o rosto em seu pescoçinho, aspirando seu perfume. Não existia a possibilidade de ser de outro, nunca existiu e não ia existir. Era sua...

Alfonso – É minha princesinha. – Fechou os olhos com força a abraçando mais. – Só minha. – Saiu do quarto com ela e foi para o seu de novo.

Ele sentou na cama e a ninou. Os olhos pareciam pegar fogo de tão vermelhos, mas ele não notou, ficou por minutos com a cabeça dando voltas.

Never Gonna Be Alone  (Finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora