CAPÍTULO 6

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Kit acabou dormindo até tarde na casa de Jericho e Elisabeth, pois quando tinha ido para lá já era madrugada. John e o vovô dormiram depois do primeiro filme no quarto do vovô mesmo, e ficou com o sofá da sala. Quando acordou, a casa já estava em pleno movimento, com Jericho e Elisabeth terminando de limpar a cozinha, parecia que todos já haviam almoçado. John não estava à vista. Elisabeth sorriu:
"Boa tarde, bela adormecida. Venha, pode tomar café ou se quiser almoçar, ainda está tudo quente.
"Que cheiro bom. Eu amo café!" Disse Kit.
"Então sente-se e tome o tanto que quiser. Fique a vontade. Esse bolo fui eu que fiz. " Elisabeth era uma boa amiga, e elas já se entendiam bem sem precisar de palavras. O sorriso dela não era o sorriso radiante de sempre. Jericho beijou o rosto da esposa, sorriu para Kit e saiu da cozinha.
"Como foram as coisas?" Ela disse com um aperto no peito. Se Sophia não estivesse bem...
Elisabeth baixou os olhos. E os ergueu cheios de lágrimas. Kit se levantou a abraçou e as duas choraram por um tempo.
"Ainda há esperança?" Ela não precisava de detalhes. Não iria forçar Elisabeth repetir palavras que as machucariam.
"Ela está viva. Trisha, Allison e Tremond estão a postos, mas ela tem uma hemorragia como da outra vez."
Da última vez, quem a salvou tinha sido Gabriel.
O mesmo Gabriel que tinha ligado para o congressista Robert Crane. Kit se sentou e olhou para Elisabeth.
"Robert Crane recebeu uma ligação do doutor algumas semanas atrás."
Elisabeth se sentou também e agarrou a mão de Kit.
"Será que ele teria o número dele?" Ela pensou um pouco e disse:" Mas Kit, você está pensando em ligar para aquele monstro?"
"Para salvar Sophia? Eu faria qualquer coisa."
Ela ligou para Slade.
"Slade preciso do número do congressista."
"Boa tarde para você também, Kit. Você estava desmaiada, então não viu, mas o humano saiu daqui jurando nunca mais voltar. Meu punho tem esse efeito nas pessoas."
"Seu punho o pegou de surpresa, se ele fosse um de nós você estaria numa cama de hospital hoje. Agora cale a porra da boca e me envie o número dele."
"Sempre tão delicada, querida" Ela chiou e ele continuou: " feito."
Ela desligou na cara dele. A ansiedade era muita!
O barulhinho de notificações do celular as assustou. Ela olhou firme para Elisabeth e o olhar da amiga refletia a determinação dela. Ligou.
"Robert Crane falando." A voz dele fez a excitação dela explodir. Era muita ansiedade e a energia sexual da voz dele a mandou às alturas.
"Senhor Crane. Aqui é Kit. Nós nos conhecemos ontem e..." Ela respirou fundo, estava parecendo uma idiota.
Ele continuou em silêncio. Será que se esqueceu dela?
"Bem. O senhor me disse que o doutor Gabriel te ligou um par de semanas atrás. Eu preciso muito falar com ele, o senhor teria o número novo dele?"
"Ele me ligou hoje, na verdade." Ela arregalou os olhos. Elisabeth veio se sentar perto dela para ouvir.
"Nós temos uma situação de vida ou morte, senhor Crane, precisamos falar com ele!" Ela se levantou. Meu Deus! Será que ele as ajudaria? Ele era um monstro, mas sempre gostou de Sophia.
"Eu não tenho o número, ele ligou de um número sem identificação. Eu até achei estranho, mas você sabe como ele é."
Kit duvidava de que o doutor tivesse mostrado ao congressista como ele era.
"Robert." Ela precisava dele. Não o chamaria de senhor Crane." Eu preciso que você deixe meus amigos examinarem seu celular. Eles são muito inteligentes, talvez consigam o número ou local onde ele está. A vida de duas pessoas dependem disso."
"Kit. Se seus amigos tiverem acesso ao meu celular, EU estarei nas mãos deles. Não sei se posso arcar com isso."
O desespero veio. O pior é que era um tiro no escuro. E o tempo era crucial.
"Nós não faríamos nada para prejudicá-lo. Na verdade, estaríamos em dívida eterna com você."
Elisabeth baixou a cabeça. Ela perdeu as esperanças.
"Se me disser quem é o pai do bebê eu estarei aí em poucas horas."
Elisabeth a olhou. Kit sabia que isso era o que todos queriam saber.
"Por que ele iria querer saber quem é o pai do bebê?" Sussurrou.
Kit apertou a mão dela. Meu Deus! O que dizer? Mentir? Se dissesse, ele o tomaria dela. Ou não? Ele podia ser casado, ela não perguntou.
"Robert. Me peça qualquer coisa, menos isso. Por que te interessa tanto saber quem é o pai do meu filhote?
Ele ficou em silêncio.
"Essa é minha exigência, Kit. É pegar ou largar."













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