Richard se concentrou em acalmar as batidas do coração. Ouviu os passos dela pela casa, a ouviu abrir e fechar a porta do quarto e tirar o que ela estava vestindo, uma camisola, talvez? Ele usou cada segundo na luta para se acalmar. Quando ela se deitou sobre ele, tinha vencido. Ela alisou o peito dele e poucos momentos depois a respiração dela mudou, ela adormeceu.
Robert ainda ficou imóvel por algum tempo, e quando teve certeza de ela não acordaria, se levantou. A cabana estava silenciosa, era um lugar limpo, porém espartano. Todos os móveis eram funcionais. Ele não sabia bem onde ir. Tinha chegado ali em um jipe, mas o tal de Florest tinha ido embora sem se preocupar em como ele voltaria. Ele então, decidiu ir andando. Ele sempre gostou de caminhar, e havia uma estrada, não devia ser muito longe.
Andar também ajudaria a colocar os pensamentos em ordem. Ela escondeu coisas dele. Ela era a "fêmea" que Justice disse que Gabriel tinha feito mal.
Humilhada como nunca jamais pensou que seria. Dor capaz de fazê-la esquecer tudo a volta. Meu Deus! Como pode não perceber que o cara era um monstro? Ele tinha duvidado, achado que Justice podia ter se enganado.
E o bebê que ela esperava? Ela disse que era dela, de ninguém mais. E ele estava incluso nesse " ninguém", é claro. Óbvio. Mas machucou.
Eles só tinham transado, nada demais, a sociedade deles era mais tolerante nessa questão. Ele já tinha ouvido falar. Mas não foi só uma transa. Ele era antiquado, não fazia sexo casual. Seu último relacionamento tinha durado dois anos. E desde então, já há quase um ano, não tinha feito sexo com ninguém.
Ele não esperava que a conversa deles terminasse em sexo. E o melhor sexo, para ele em muito tempo. Ele queria mais. Mas estava se envolvendo com ela mais do que deveria.
Ele era um Congressista, pelo amor de Deus! Como seus eleitores reagiriam se aparecesse namorando uma Nova Espécie? E com um filho que não era dele, e cujo pai era desconhecido?
Ele poderia renunciar. Mas não tinha entrado na política por dinheiro ou poder. Ele realmente queria fazer o bem que ele pudesse. E mais: será que conseguiria viver ali ou em Homeland, sem contato com o exterior, como eles viviam?
Ele pensando renunciar sem nem uma pista dos sentimentos de Kit, se pelo menos gostava dele ou não. Estava louco!
A estrada deu lugar a um pátio enorme, que ele viu ser o estacionamento interno. Vários jipes estavam estacionados. Ele atravessou o estacionamento e virando a esquerda, se encontrou na Recepção. O Sol estava nascendo já e ainda havia movimentação em algum lugar. Ele entrou e foi seguindo o som. Andou por um corredor cheio de portas fechadas, virou a direita e viu um quarto aberto. Quando se aproximou viu homem de costas. Ele parecia estar com algo nos braços. Sentindo a presença de Robert, o estranho se virou. Ele já o tinha visto e até sido apresentado àquele homem, mas com a mente cheia como estava, não se lembrou do nome.
"Perdido?" O homem perguntou sorrindo. Ele tinha um pacote enorme nas mãos, parecia um bebê, mas Robert achou que seria um bebê muito grande.
Vendo que Robert olhava para o pacote, ele se aproximou e abriu um vão no cobertor.
"Esse é o meu filhote, seu nome é Gift. Ele nasceu anteontem. Não é o maior filhote que você já viu?" Perguntou com um grande sorriso no rosto, e Robert reparou nas presas dele. Estranhou nunca ter reparado que os caninos deles eram grandes e afiados.
"É um belo bebê, parabéns! Eu realmente nunca imaginei que bebês pudessem já nascer tão grandes."
"Só os meus filhotes são grandes assim. John, meu primogênito, nasceu com dentes e presas!" O orgulho pelo filho fazia os olhos marrons dele brilharem como...
"Brass. Esse é seu nome, não é?" Ele se lembrou. Era um homem bonito como todos eles eram. E os olhos dele tinham a cor de cobre polido. O nome," latão", combinava com ele.
E o bebê era uma réplica dele, exatamente igual, com os cabelos e olhos da mesma cor dos dele. Ouviu um resmungo e viu que atrás dele havia uma cama com uma mulher dormindo. Era uma mulher negra linda, com cabelos cacheados espalhados por todo o travesseiro.
Brass se voltou a ela, ela abriu os olhos e sorriu docemente.
"Deite-o aqui, Brass."
Robert sabia que deveria sair, era um momento familiar, mas estava estático no lugar.
O grande homem com muito cuidado ajeitou o bebê gigante ao lado dela. Ela parecia bem fraca, mas os olhos escuros brilhavam.
"Oi, meu filho, seu pai já está ostentando você?"
"Não tenho culpa se meus filhotes são os maiores e mais bonitos." O homem parecia estufado de tanto orgulho.
"Oi. Você foi quem nos ajudou a encontrar o doutor?" Ela perguntou a Robert.
"Bom, na verdade, eu só trouxe meu celular e entreguei aos gêmeos."
Ela sorriu.
"Mas você veio, e graças a você, eu vi o rostinho dos meus filhos. Eu queria muito te agradecer. Obrigada!" Ela estendeu a mão e Robert prontamente a segurou.
"Eu também quero te agradecer. Saiba que o que você precisar e estiver ao meu alcance, basta você pedir e farei, não importa o que seja."
Robert se sentiu tocado. Ele estava começando a gostar dessas pessoas.
"Posso lhe perguntar uma coisa?" O homem balançou a cabeça." Como vocês escolhem o nome de seus filhos?"
A mulher sorriu e respondeu:
"Como qualquer pessoa. Meu filho mais velho se chama John. Era o nome do meu pai."
"Mas os que nasceram agora..."
O homem falou dessa vez:
"Os nomes deles foram escolhidos por mim. Gift, pois ele é maior presente que eu poderia receber. E Brave, porque ele se parece com Sophia, a mulher mais corajosa que eu tive a sorte de conhecer."
Ela sorriu e ele beijou os lábios dela. Sim, era hora de ir embora. Mas nesse momento, uma mulher pequena e loira entrou com outro pacote enorme nos braços.
"Bom dia, papai e mamãe, parece que temos um bebê faminto aqui." Ela disse sorrindo. Era muito bonita. Ele a olhou e ela disse:
"Você deve ser o Congressista. Sou a doutora Trisha North. Saiba que eu dei um cascudo em Florest por ter deixado você na casa de Vingeance e não ter te esperado."
Ele levantou as sobrancelhas.
"Ela é a esposa de Slade e mãe de Florest. Me ajude aqui." Brass explicou enquanto pegava o bebê que estava ao lado de Sophia na cama e praticamente o jogou nos braços de Robert. Depois pegou o que estava nos braços da doutora e entregou a Sophia. Ela habilmente abriu a roupa e ofereceu o seio ao bebê que rapidamente começou a sugar e o barulho fez todos rirem.
"Pelo menos eles não têm dentes ainda." Trisha falou.
Robert ficou abismado com o tamanho e peso do bebê. Quantos quilos ele pesaria? Ele estava dormindo placidamente.
Ele entregou o bebê para o pai e se despediu com um aceno de cabeça.
Saindo, deu de cara com o macho que o tinha acertado e não pensou duas vezes, lançou o punho para trás e socou-o com toda a força que tinha. Estava cansado de o acertarem.
Foi como socar uma parede de pedra. A dor irradiou pelos dedos fechados e ele grunhiu. Mas tinha valido a pena.
O Nova Espécie foi lançado para trás, mas não caiu. Ele ficou surpreso. Piscou e quando Robert se preparou para a briga, ele sorriu. E vendo-o sorrindo, Robert sentiu um ciúme enorme dele. O cara parecia a porra de um modelo de pasta de dente.
"Bem dado. Bom saber que Kit não está grávida de um fracote."
Disse e entrou no quarto.
Robert se sentiu como se quem tivesse levado o soco fosse ele.

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KIT
Fiksi PenggemarKit, a mais arrogante Nova Espécie, passou por maus momentos. E agora, tudo que ela quer é ter paz, longe de qualquer macho. Mas um acontecimento fantástico mudará a vida dela para sempre, e ela acabará descobrindo como é incrível amar e ser amada. ...