2ª Fase: Final de semana em família

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Você e o Tom? O que eu perdi? Vocês dois são tipo água e vinho... Não há nada de errado aí?

Bella ouviu Mark lhe perguntar, enquanto andavam juntos pela propriedade. Page e Plant, os dois labradores da garota, corriam pela grama verde, enquanto voltavam com suas bolinhas para que ela as jogasse novamente. Ansiosa, Bella sentiu um arrepio passar por sua espinha. Mark era tão bom em decifrá-la e fora por esse motivo que o convidou para ser seu padrinho há sete anos atrás. Desde a adolescência, Mark sempre reparava em qualquer minúscula coisa, e, pior de tudo, sempre estava certo. Deus do céu, ela estava completamente perdida.

Tom iria matá-la.

Bella respirou fundo e voltou a encarar os olhos curiosos do padrinho.

— Algo errado? — Bella respondeu, nervosa — Está tudo bem. Não somos tão diferentes quanto todos pensam — ao terminar de completar sua frase, Bella respirou um tanto aliviada. Ainda não precisou mentir, porque não falou nada que fosse longe da verdade. Ela e Tom não eram tãããão diferentes assim.

— Tudo bem — Mark riu — Mas até seis meses atrás você estava triste, pelo Chris. E nós nunca diríamos que Tom Holland estaria no topo da sua lista. Você nunca... Prestou muita atenção no garoto. Como era mesmo que você o chamava na estreia de Homem Aranha: De volta ao lar? Ah, é! Um adulto no corpo de um adolescente que dava piruetas e sorria pra todo mundo. Opa.

— Não é mais bem assim... — Bella tentou rir, nervosamente — Sempre o achei talentoso, eu só falava essas coisas porque não o conhecia de verdade.

— E agora você o conhece de verdade? — Mark perguntou, sugestivo.

Bella engoliu seco.

— Olha, eu sei que é absurdo, sei que é complicado namorar mais um cara do elenco, sei que estão me chamando de Capitã Marvel, mas confie em mim, essa coisa toda já está sendo muito difícil, mas estamos nos virando bem. O Tom é bom, Mark. Ele se preocupa comigo, cuida de mim. A gente... Se gosta. Estamos felizes.

A garota não fazia ideia de onde estava tirando tudo isso, mas estava adorando. Tom se orgulharia se visse a cena. Não que isso fosse motivo de orgulho, mas de certa forma Bella ainda tinha a sensação de que não precisou mentir para falar tudo aquilo, uma vez que sentia todas aquelas coisas tão... Reais.

Mark a encarou e sorriu, desconfiado, para depois abraçá-la.

— Suas mãos estão muito geladas para quem está amando tanto assim, mas vou te dar o benefício da dúvida — ele disse e depois riu da expressão de Bella — Independente do que seja, eu sei que você sabe o que está fazendo. Apenas... Continue nos orgulhando, como sempre fez. E não se meta em problemas. Estou aliviando a barra do Holland com seu pai.

Bella sorriu, agradecida, enquanto grossas lágrimas rolavam pelo seu rosto.

— Não vou me meter em problemas, eu prometo. — ela enxugou o rosto com as costas da mão. Não sabia se estava chorando de desespero, felicidade por ter conseguido, ou tristeza e culpa por ter enganado seu padrinho. Forçou um sorriso. — Preciso voltar, quero ver se consigo tirar o Tom daquele quarto e aproveitar um pouco desse sol.

— Ah, eu acho que o garoto não precisa de ajuda pra isso...

A garota ignorou o comentário irônico do padrinho e se afastou, atravessando o gramado e adentrando na casa pela porta lateral, enquanto os dois cachorros a seguiram até a sala de estar e se jogaram no tapete. 

Bella subiu as escadas como uma felina de tão silenciosa, e quando chegou na frente do seu quarto, abriu sem pestanejar, flagrando o cômodo vazio. A garota foi até a varanda, respirando o ar puro do campo, e ficou assim por alguns minutos, até que sentiu alguém abraçá-la pelas costas e deu um pulo.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora