6ª Fase: Queen Pistache

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Tom precisou de alguns segundos para conseguir processar aquela informação.

Mas é claro que sim.

É claro que Bella ia entrar em trabalho de parto na chuva, do nada. Estranho seria se essa cena não acontecesse em sua lindíssima e bizarra história de amor.

Aquilo era mesmo maravilhoso.

— Tom! – Bella gritou, tirando-o de um transe. – Você escutou o que eu disse?

Ele fez que sim com a cabeça, chocado demais para sequer balbuciar alguma frase, que provavelmente não teria coerência nenhuma naquela situação. Bella segurou a barriga com as duas mãos trêmulas e ele piscou, tentando voltar ao mundo real.

— Está doendo?

— Ainda não – ela respondeu, com uma pontada de pânico na voz. – Ai meu Deus! Por que isso tinha que acontecer? Por que essa criança quis vir logo para o mundo?

— Porque ela tem seu sangue e você nunca foi muito boa nesse negócio de esperar – Holland respondeu automaticamente, olhando para o nada, e a garota lhe acertou um tapa no ombro, e começou a andar de um lado para o outro freneticamente, parecendo finalmente ter concluído a situação em que se encontrava.

— Meu Deus do céu! – Downey gritou, histérica. – A Nadia Parkes vai achar que eu não apareci propositalmente e vai surtar e jogar tudo no ventilador, incluindo a história do Chris, e nós estamos parados no meio do nada numa chuva torrencial e é claro, eu estou prestes a ter um bebê prematuro!

O ator passou as mãos nervosamente pelos cabelos.

— Respire, porra. – Tom disse, depois apoiou as mãos nos joelhos por um instante, e voltou a encará-la. – Já sei o que vamos fazer. Eu vou fingir que entendi o que você disse, porque não escutei uma palavra. Nós vamos andar até o meu carro ali do outro lado da estrada. Eu vou desmaiar dentro dele, você pega a chave e nos dirige até um hospital, se é que há algum hospital nesse fim de mundo. Quando você chegar para parir no lugar certo, você avisa que eu estou semi morto no carro e pede para alguém tentar me acordar, ok?

Bella o encarou, piscando algumas vezes.

— Eu vou o quê? – A voz da garota saiu esganiçada, então ela voltou a encará-lo, chacoalhando a cabeça. – Meu Deus, você está verde. Você não tem o direito de me deixar na mão agora. E você não vai.

— Esse bebê que não tinha o direito de nascer agora – o ator grunhiu de volta, fazendo-a suspirar. – Qual o problema dessa criança?

— Vá, respire fundo. Respire de novo – ela orientou, depois rolou os olhos, e então sorriu quando ele a obedeceu. Aquilo teria feito com que ela gargalhasse se a situação fosse outra. Quando voltaram a se encarar e Holland parecia minimamente mais calmo, ela deu um sorriso. – Muito bem. Agora você vai entrar naquele carro e me tirar daqui. E se você não fizer isso, eu juro por Deus que vou assassinar você.

Holland rolou os olhos.

— Você não aguentaria viver sem mim – ele disse, e Bella sorriu.

— Vejo que está muito bem agora.

— Você não negou, repare.

— Você quer mesmo discutir isso na merda da chuva e com um bebê escorregando em direção a flor? – Bella grunhiu, e Tom tirou a mão do bolso, quase rindo da menção da "flor"; abriu o carro para pegar as coisas dela, e tremendo – não de frio, nem perto disso – a puxou pela mão para o carro.

Bella deu um pulo quando um raio caiu, fazendo um barulho estrondoso.

— Não. Se eu não tenho direito de surtar, você também não tem.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora