7ª Fase: A fuga da noiva

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Bella suspirou, sozinha nos jardins, pensando em voltar correndo para casa. Não estava pronta para deixar Nichole assim, ainda que fosse por trinta minutos, minutos esses que ela estaria dormindo — trocada, cheirosinha e principalmente alimentada, que era sua maior função. Tom insistira para que ela fosse, e seus pais estavam na casa também, prontos para ajudar e para paparicar a neném o quanto fosse necessário. Sabia que estava bem. Só daria um pulinho rápido na casa de Kevin para ver seus cachorros, que ela concordara com relutância em deixar lá. Nichole ainda era pequenininha demais e precisava tomar todas as vacinas, além disso ela e Tom não teriam como dar conta de uma recém-nascida e dois labradores.

Era noite e a horda de paparazzis já tinha diminuído consideravelmente de um dia para cá, tanto que quando saiu com o carro alugado de seus pais, nem chamou a atenção que esperava. Alguns olhares curiosos vieram do outro lado da rua, mas os vidros insufilmados do veículo fizeram seu trabalho como deveriam. Cantarolou junto à Beyoncé na rádio, quando viu pelo retrovisor que um carro escuro estava logo atrás dela na rua vazia, andando no mesmo ritmo, mesmo que ele pudesse simplesmente pegar outra faixa e partir para onde quer que fosse.

Franziu a testa, mas um segundo depois, deu de ombros e virou à esquerda. O carro também. É claro, aquilo era Los Angeles. Ela não era, provavelmente, a única a querer fazer aquele caminho. Entretanto, seu coração já estava acelerado, por algum motivo. Lembrou de Kevin ter dito que achava que ele e Tom haviam sido seguidos, mas aquilo não fazia sentido algum.

— Deve ser algum maldito paparazzi – resmungou, fazendo outra curva, e respirou quando não viu o carro fazer o mesmo.

Mas, apenas alguns segundos depois, ele também apareceu. Assustada, mudou de faixa em uma conversão proibida, e voltou com o carro, com o outro veículo em seu encalço. Então, em um lampejo de realização, sentiu seu coração parar.

Nadia Parkes.

Só podia ser.

Acelerou e, quando chegou numa rua paralela ao condomínio, freou de vez. O outro carro quase bateu atrás dela e, com os batimentos cardíacos voltando à toda, desceu do carro.

Sabia que aquela não era a decisão mais acertada. Tom provavelmente enlouqueceria se soubesse disso, mas agora já estava lá fora. Tinha certeza que não era nenhum assaltante ou sequestrador – eles não deviam ser assim tão óbvios. Mas, quando a pessoa desceu do carro, seu queixo caiu no chão.

Deu dois passos para trás, com os olhos arregalados.

Um rosto muito familiar, ainda que lhe parecesse muito diferente, a encarou. Ele parecia meio pálido e ansioso, e precisou tomar fôlego antes de formular uma frase.

— Por favor, não vá embora. Eu preciso falar com você.

Lá estava ele.

Chris Hemsworth.

(...)

— Chris? – Bella gaguejou, involuntariamente dando um passo para trás, batendo as costas contra o carro.

O ator continuou imóvel, como alguém que sabia que qualquer movimento que desse em vão poderia afugentá-la dali. E ele estava certo. Bella já estava se amaldiçoando mentalmente por ter descido do veículo para começo de conversa.

Chris estava diferente. Seus cabelos, ainda levemente compridos, estavam bem mais curtos do que ela se recordara, e em seu tom natural de loiro. Devia ter engordado alguns poucos quilos, coisa que era necessária e estava vestindo jeans simples, uma camiseta escura e uma jaqueta.

— Sim. Desculpe por isso – ele apontou para o carro, provavelmente se referindo a pequena perseguição pelas ruelas escuras do bairro. – Eu não pretendia assustar você.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora