O Acordo

7ª Fase: Irredutível

voltei!

sei que vcs estão ansiosos pra saber o que vai acontecer, então prometo não demorarrr!

espero que gostem! <3

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Bella piscou algumas vezes ao acordar, atordoada.

Sua cabeça estava doendo um pouco, e assim que seus olhos se ajustaram à pouca luz, percebeu onde estava.

Tom estava virado de frente para ela, dormindo em um sono profundo. Suas pernas estavam entrelaçadas nas dela e ela estava abraçando-o pela cintura, gesto que ele também repetia. Era como se os dois tivessem dormido em uma sincronia absolutamente perfeita.

Mordeu o lábio, tentando reprimir um sorriso, até que seu cérebro a lembrou que, embora ela estivesse naquele quarto tão familiar abraçada à Tom, os dois haviam terminado semanas antes.

Aquela não era mais uma manhã qualquer, em que ela acordava feliz, com o homem que amava ao seu lado e com um dia incrível pela frente com sua família. Ela tinha ido parar lá – bêbada, diga-se de passagem –, tinha se declarado para Holland e depois chorado compulsivamente em seu colo. Tê-lo ali tão perto aquecia seu coração e a fazia querer chorar novamente, tudo ao mesmo tempo.

Nada tinha mudado. Ele ainda achava que o melhor para os dois – e especialmente para Nichole – era que ficassem separados.

Aquela ideia fazia seu estômago revirar.

Queria abraçá-lo, voltar a dormir e descobrir que tudo aquilo que tinha vivido nos últimos tempos era um pesadelo, mas precisava ser racional.

Tentou se desvencilhar de Tom, um truque que tinha aperfeiçoado enquanto moravam juntos, já que ele dormia como uma pedra e ela sempre precisava levantar antes para ir ao banheiro ou checar como Nikki estava. Meu Deus, como sentira falta do peso do corpo dele contra o seu, do cheiro do seu perfume e de todo o resto.

Queria simplesmente agarrá-lo, mas sabia que se arrependeria, assim como já estava arrependida de ter se levantado. Sorriu ao ver a garrafa de água e o cesto de lixo ao lado da cama, e se policiou para ficar de pé sem fazer nenhum barulho. Podia estar com uma dor de cabeça insuportável e completamente confusa, mas mesmo assim tinha certeza de que, se por ventura Tom acordasse e a visse, ela acabaria mudando de ideia sobre ir embora, jogando toda sua racionalidade forçada no lixo.

Mordeu o lábio, olhando-o remexer na cama, e saiu porta afora com os olhos pinicando.

Disparou escada abaixo, com o coração acelerado e o cérebro em dúvida se queria correr para longe ou voltar, e depois de procurar seus sapatos por alguns minutos, percebeu que estava sem eles. Então, achando a chave de seu carro caída sobre o tapete da sala, perto da mesinha de centro, notou um contrato assinado sobre a pilha de contas a pagar. Agachada, aproximou-se do papel e notou que, de fato, Tom havia assinado o contrato para o filme de Guy Ritchie. As gravações começariam dali uma semana.

Sorriu, sentindo-se orgulhosa ao ver que, finalmente, Tom estava conquistando o espaço que merecia em sua profissão. Ele estava conquistando seus sonhos. E embora aquilo a deixasse imensamente feliz, era impossível mentir a si mesma e engolir aquela sensação agridoce que estava em sua garganta. Ele estava indo embora, e aquilo provavelmente significaria o fim – dessa vez, de verdade – do relacionamento dos dois. Mesmo que ele nunca, de certa forma, fosse sair de sua vida. Estavam conectados por Nichole. Não tinha como fingir que nada aconteceu.

Entretanto, agora Holland ia embora para o outro lado do oceano. Deixando ela, Nichole e toda a sua história para trás. Quase sentiu raiva, mas não conseguia.