Capítulo 45

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— Capítulo 45 —


— Solidão? Seu medo é a solidão? Que ridículo.

Conforme caminhavam pelo extenso corredor vazio que leva à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, Polly Chapman havia reservado um tempo para encher a paciência de Albus. E dessa vez foi inevitável não zombar de seu bicho-papão. Albus, entretanto, não deixava se abalar. Estava convencido que não se afetaria com Chapman, mas a garota pagaria pelo preço.

O trabalho pronto estava nas mãos de Albus. Não confiava tanto em Chapman a ponto de consignar o pergaminho a ela. Portanto, ainda caminhando, ele aproximou o pergaminho de seu rosto, e ele leu o bicho-papão de Chapman com a audácia de fazer isso sem esconder. A garota ficou vermelha quando a voz de Albus se fez presente.

— Ridículo? — soava risonho. — Ridículo é ter medo de perder a fama.

— Cala a boca. — ela rosnou, puxando o pergaminho na sua direção.

— Ei! Cuidado para não rasgar. — alertou Albus, se esticando na direção de Polly, cuja mão voou para longe dele.

— Está pensando em guardar um trabalho com você? — zombou Chapman. — Não confio esse trabalho a um viadinho descuidado.

— E nem eu para uma metida convencida.

— Ora seu...

Uau. O que temos aqui...

Quando Pirraça emergiu pelo corredor, eles tiveram o azar de serem pegos naquela posição esquisita. Albus estava inclinado perigosamente na direção de Chapman, seu braço esticado para o pergaminho. Chapman, entretanto, segurava a gravata de Albus com força e fazia de tudo para que o trabalho fosse inalcançável. Pirraça achava aquilo interessante.

No mesmo momento, antes mesmo que Pirraça pudesse dizer alguma coisa, Chapman largou a gravata de Albus e saiu pelo corredor com o trabalho em mãos, o rosto contorcido em desdém. Pirraça virou-se a Albus com um olhar questionador, e o rapaz retribuiu com um inconformado. O poltergeist entendeu na hora, mesmo tendo ficado um tanto desapontado.

E quando Pirraça se foi, Albus teve a impressão de que ele estava murmurando para si mesmo como seria interessante se o Potter júnior tivesse se pegando com a auto denominada menina mais bonita de Hogwarts. Albus achou ridículo, e ao se dar conta, estava sozinho no corredor. Até que...

— Oi!

Uma voz inconfundível retumbou por todo o corredor. Albus viu Scorpius aparecendo do outro lado, um sorriso tão grande que Albus até assustou-se. O rapaz não dizia "oi" a ele, no entanto, mas para Pirraça, que acabou por abandonar suas lamúrias para olhar esquisito ao aluno. Os olhos de Scorpius se encontraram com os de Albus, e ao Pirraça se virar distraído o corredor, Scorpius tomou impulso e correu até ele.

E, de repente, ele estava beijando Scorpius no meio da escola.

Scorpius estava tão eufórico que Albus quase caiu para trás ao segurar o rapaz, que havia pulado em seu colo. Não teve nem tempo para reagir. A única coisa que passou na sua cabeça foi que alguém poderia aparecer do nada e flagrá-los se agarrando daquela forma afobada. Estava prestes a perder o ar quando Scorpius se afastou ofegante, seus olhos brilhando em expectativa. Por sorte não havia ninguém à volta deles.

— Está bem? — perguntou Albus perplexo, colocando as costas da mão sobre a testa do rapaz, cujo sorriso não se desmanchava e fazia Albus pensar o quanto deveria cansar suas bochechas.

Love, AlbusOnde histórias criam vida. Descubra agora