Capítulo 33

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— Capítulo 33 —


Quando os olhos de Albus se abriram, ele sentiu sua cabeça arder como nunca. Não fazia idéia de onde estava, e desconhecer sua localização despertou-lhe o sentimento de desespero. Logo descobriu que não havia tanta força nos braços então a única coisa que se viu capaz de fazer foi virar lenta e dolorosamente a cabeça sobre o travesseiro.

No quarto de Albus Potter instaurava-se um silêncio tão estonteante que, por um segundo, o garoto pensou que estava surdo. Mas quando sua mãe abriu a porta do seu quarto, depositando sobre o pé da cama dois suéteres verde-musgos limpos e dobrados, ela o olhou, e Albus teve certeza de que estava ouvindo muito bem quando ela disse:

— Olá, Albus.

Ele teve a sensação de que não sabia falar.

— Oi, mãe. — respondeu enfim, estranhando sua voz. Ele sentou-se na cama, esfregando os olhos e ajeitando o cabelo bagunçado. Olhou ao redor. Eram apenas ele e Gina no quarto. Optou por ficar em silêncio, mas quando pequenos e passageiros acontecimentos sobre o encontro n'A Toca começaram a passar como memórias em sua cabeça, ele se viu obrigado a dizer, mesmo com a voz rouca: — O que aconteceu?

— Estávamos n'A Toca. — Gina explicou, sentando-se do lado do filho. — Você bebeu muita Firewhisky e tivemos de te levar para a casa. Você pegou no sono assim que te encontramos sozinho sentado no chão da cozinha.

— Scorpius estava lá. — lembrou.

Mas quando Gina suspirou, Albus percebeu que alguma coisa não estava certa, ainda mais quando, compreensivamente, ela murmurou seu nome em tom de compaixão.

— Eu ouvi ele. — se justificou o garoto. — Estava lá, sim, eu o ouvi. Ele estava falando comigo e... eu senti o cheiro dele. Ele estava em algum lugar.

Depois de indagar tudo aquilo de uma forma um tanto estranha, foi que ele percebeu que não tinha sentido o que havia dito. Scorpius n'A Toca era algo muito improvável. Alguém o teria visto. Harry teria o visto. Talvez alguém havia feito um feitiço de invisibilidade. Talvez Harry. Ele não gostava de Scorpius, teria o tirado dali se fizesse. O que estava pensando, afinal?

— Temos de considerar os fatos de que você praticamente se encheu de álcool perigosamente ontem. — Gina o lembrou.

— Ontem? — dentre tantas coisas que poderia dizer, foi isso que falou.

— Você dormiu a tarde inteira, e ficou a noite e madrugada inteira também. Agora são seis horas da manhã.

— Ah. — deixou escapar Albus, olhando para a janela e só então percebendo que ainda estava escuro. O céu às seis horas da manhã no inverno não era tão claro.

— O álcool te afetou, Albus. Você é muito jovem para isso ainda.

— Álcool me faz esquecer meus problemas.

De repente, os olhos de Gina se encheram de lágrimas.

— Você deveria descobrir uma nova forma de fugir dos seus problemas, ou até mesmo uma forma de resolvê-los. — ela disse, acariciando-lhe o rosto. Seu filho não era mais uma criança, ele estava crescendo. — O álcool não é a sua salvação, não poderá ingeri-lo para o resto da vida se quiser ser feliz, Albus.

— Meu pai é meu problema.

— Eu falei com ele ontem à noite enquanto você dormia. Soube de toda essa coisa sobre Scorpius, Lily ouviu toda a discussão de vocês no dia em que voltaram para a casa, então depois do encontro em família ela veio correndo me contar. — ela suspirou ao ver Albus abaixar a cabeça. — Harry está completamente errado em fazer isso com vocês dois, e eu apontei isso a ele. No final, não deu em nada. Então nós temos que lidar com isso e enfrentar nossos problemas de outra forma. Você deveria ser menos dependente de Scorpius, Albus. Você está acabando consigo mesmo.

Love, AlbusOnde histórias criam vida. Descubra agora