— Capítulo 02 —
O trem estava diminuindo a velocidade quando Albus e Scorpius vestiram-se com os uniformes longos e negros. O estômago de Albus pulava em ansiedade enquanto Scorpius, por mais que parecesse mais pálido do que já era, enchia seus bolsos com o que havia sobrado dos doces.
Diminuindo a velocidade, o trem parou. As pessoas se empurravam para chegar à porta, e os dois se reuniram a eles. Alguns pararam para contemplar Albus Potter, no que o garoto interpretou como mais um constrangimento. Por que as pessoas apenas não olhavam para outra coisa?
— Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui!
Havia um homem gigante e peludo, cuja mão segurava uma lanterna, na plataforma de desembarque. Ele parecia agitado, mas sorriu quando Albus se aproximou hesitante, Scorpius aos seus calcanhares.
— Tudo bem, Albus? — perguntou o homem. — Sou Rúbeo Hagrid. Fiquei sabendo de você. Seu pai, Harry Potter, grande homem. Venham comigo, vamos. Mais alguém do primeiro ano?!
O tal de Hagrid, que parecia o conhecer muito bem, guiou-os por um caminho estreito e escuro. Todos estavam em silêncio. Foi só então que, após caminharem um pouco mais, o caminho se abriu para um imenso lago escuro. Na margem do lado oposto, as janelinhas refletindo o céu estrelado, um grande castelo, com torres e torrinhas, foi o alvo de todos.
— AOOOH! — impressionou-se Scorpius, ficando na ponta dos pés para ver melhor.
— Só quatro em cada barco! — gritou Hagrid, revelando dezenas de barquinhos flutuando à margem diante deles. Albus e Scorpius foram até o mais perto, um menino e uma menina curiosos vindo logo atrás deles. — Todos prontos? Vamos!
Com um grande solavanco, os barquinhos deslizaram pelo lago liso em silêncio, todos os olhos fixos no imenso castelo na margem oposta, mas o silêncio não durou por muito tempo, porque a garota que havia se acomodado no barco com eles disse:
— É verdade? Você é Albus Potter?
Albus olhou à garota, que parecia ansiosa por uma resposta. Scorpius, entretanto, olhava de relance para os dois.
— É. — respondeu Albus. — É. Eu sou.
A quarta criança que havia entrado no barco com eles olhou imediatamente para Albus, e os três ficavam encarando-o como se ele fosse alguma obra-de-arte.
— Eu sou Polly Chapman. — a garota sorriu, estendendo a mão a Albus. — E esse é meu amigo, Karl Jenkins.
O garoto tímido ao lado de Polly deu um sorrisinho. Albus se viu sem saída senão apertar aquela mão diante dele. Mas quando Polly virou-se a Scorpius, ela parou.
— Você é?
— Scorpius Malfoy. — o garoto sorriu, estendendo a mão, mas Polly não apertou-a, a garota desviou o olhar ao invés.
Embora Scorpius não recebesse nenhum carinho de volta, ele não deixou-se abalar. Ele apenas abaixou a mão, o seu sorriso ainda no rosto.
Albus não gostava de toda aquela atenção para cima de si, com todos o encarando, apertando as suas mãos, e até aquele tal de Hagrid, que disse conhecê-lo, apesar de Albus não ter nunca ouvido dizer dele, mas Scorpius era um garoto carinhoso, que realmente merecia amor. Será que Polly Chapman e Karl Jenkins acreditavam naquele boato dele ser filho de Voldemort?
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Love, Albus
أدب الهواةA primeira vez que Albus encontrou Scorpius foi numa hora desconfortável e totalmente inesperada, mas no momento em que Albus entrou naquele compartimento, aceitou seus doces, e deu os mais lindos sorrisos, ele descobriu que todos os momentos dali e...