Capítulo 48

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— Capítulo 48 —


Scorpius nunca amou ninguém como amava Albus naquele momento. Os seus olhos, o seu cheiro, o seu jeito, e até seu humor diferenciado se uniam de uma maneira que fazia do seu namorado a pessoa mais incrível do mundo. Poderia ficar horas olhando cada sorriso que Albus dava, por isso sempre tentava buscar algo contente para deixá-lo feliz. Evitava cada sentimento negativo, porque achava que não suportaria ver Albus chorando, mesmo se não lembrasse qual fora a última vez que o vira fazê-lo.

Nunca havia sentido aquilo com ninguém. Nem mesmo com Rose. Preferia pensar que aqueles primeiros momentos em Hogwarts, pelo qual ele insistia em segui-la e lembrá-la o quão maravilhosa ela era, fora apenas uma crise, ou até mesmo uma fase de autoentendimento. Às vezes, Scorpius acreditava que gostava de Rose por não querer se ver apaixonado por Albus. Afinal, era um sentimento novo para ele naquela época.

Mas não era um sentimento novo naquele momento. Já havia ficado apaixonado demais por Albus, e poderia ficar muitos séculos mais se derretendo de amores por ele. A cada dia que passava, ele o amava mais; a cada dia que passava, eles se amavam de um jeito diferente.

Estava escuro quando eles aparataram em frente à mansão Malfoy. Não era a primeira vez de Albus ali, mas isso não impedia Scorpius de ficar inquieto por pensar na possibilidade de Albus não gostar. E se a casa fosse grande demais? E se seu quarto fosse colorido demais? E se ele ficasse enjoado? Portanto, Albus havia escolhido voltar para a mansão Malfoy, e pelo sorriso que ele deu ao pisar forte no chão, o ar gélido da noite de inverno entrando por suas narinas, Scorpius soube que não eram necessárias as paranóias.

Quando Draco fechou a porta, toda a brisa fria se esvaiu. O homem pendurou o longo sobretudo aveludado sobre o porta-casacos e deu um suspiro ao chegar finalmente. Começou a caminhar pela própria casa, retirando seu sapato social no meio do caminho, então se virou para Albus e Scorpius, que coincidentemente estavam lado a lado.

Desde que Astoria adoecera, Draco havia focado sua vida em mantê-la saudável. Antigamente, eles eram muito unidos. Passeavam por Londres e compravam roupas trouxas em todas as lojas que o tempo permitia, se divertiam nos dias de inverno, fazendo bonecos e guerras de bola-de-neve, e, à noite, Astoria ainda havia tempo para ficar sozinha com Scorpius, lendo seus livros favoritos até ele adormecer. Porém, quando ela começou a ficar mais fraca, Scorpius havia se isolado e até adquirido alguns problemas com seu pai.

Mas eles já haviam superado a perda, e conforme isso acontecia, Draco e Scorpius precisaram descobrir que a união era uma arma mais forte. Então, eles viraram e eram praticamente melhores amigos. Pelo menos era o que Draco achava, porque na visão de Albus e Scorpius, ele era velho demais para agir como se tivesse a idade deles, ou melhor dizendo, era velho demais para ficar querendo que seu filho e o namorado dele agissem como namorados em sua frente. E isso deixava Scorpius mais vermelho do que qualquer coisa. Igual naquele exato momento.

— Então, bem-vindo de volta, meninos. — ele falou, com uma alegria tão imensa que deixava mais que claro em seus olhos seus desejos. — Bem, Albus, você já conhece a casa, e pode ficar à vontade; você faz parte da família agora.

— Obrigado, sr. Malfoy. — respondeu Albus.

— Draco. Por favor. Me chame de Draco. Sr. Malfoy soa como se eu fosse um homem velho. E eu sou bem jovem para um moço da minha idade.

Pai...

Albus abriu um sorriso, e, mesmo se contendo, começou a rir. Draco riu junto, mesmo estando convicto que exatamente todas as suas palavras eram verdadeiras. Mas Scorpius apenas balançou a cabeça.

Love, AlbusOnde histórias criam vida. Descubra agora