Capítulo 59

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— Capítulo 59 —


A primeira coisa que Scorpius fez ao abrir os olhos foi reparar que definitivamente não estava em seu quarto, e nem no dormitório das masmorras que dividia com Albus em Hogwarts. Raios tímidos de Sol entravam com dificuldade pela janela, e clareavam fracamente o quarto. Parecia estar muito cedo. Não conseguia ouvir o burburinho de nenhuma voz, e nem passos ecoando através da casa em que morava Albus Potter.

Oh, merda, ele havia transado com seu namorado, e agora acordava sobre os braços dele, que ainda adormecia profundamente. Foi impossível não paralisar com a cena de Albus respirando profundamente enquanto dormia, enroscado com Scorpius. Se estivesse escrito "ERROR 404" em seu cérebro, não duvidaria. Estava feliz por ter tido aquele passo com Albus, estava feliz consigo mesmo por ter conseguido se abrir daquela forma. Albus era tão lindo. Tinha vontade de beijar cada parte do seu rosto, mas o senso disse mais alto que poderia acordá-lo ao fazê-lo. Então a única coisa que fez, ao perceber que teria de abandonar aqueles braços quentes e acolhedores, foi sair da cama.

Não iria ser idiota e voltar a se sentar só porque estava um tanto dolorido. Havia um desconforto insistente em seu corpo e sentia o quanto seus músculos estavam rígidos. Iria se acostumar com aquilo. Sabia que sim. Iria vestir sua roupa, ajeitar seus cabelos e...

No momento em que ele limpou os olhos em frente ao espelho, Scorpius entrou em pânico. A imagem refletida tinha marcas fortes no pescoço, que contrastavam perfeitamente com sua pele pálida. Sinceramente, não via problema nisso, mas sabia que no instante que alguém o visse, saberia exatamente o que havia acontecido. Ele tinha que dar um jeito. Pensou em roupas, mas se aparecesse na frente do seu pai com os cachecóis de Albus àquela manhã, que nem estava tão fria a este ponto, seria um tanto estranho e despertaria suspeitas. Descartou os cachecóis. Teria outro jeito.

Scorpius localizou a blusa que havia trazido. Estava dobrada sobre a mesa de cabeceira do lado da cama em que Albus dormia. Esperançoso, Scorpius a pegou e a colocou sobre o corpo, sem vesti-la, e suas esperanças morreram. Aquilo não iria cobrir de jeito nenhum. Havia algum feitiço? Não se lembrava de nenhum!

Pense, Scorpius, pense...

O rapaz se esgueirou à porta fechada, colando sua orelha nela, e aguçando seu ouvido para detectar qualquer som que fosse. Portanto, não ouviu nada, e isso o aliviou. Devagarinho, ele abriu a porta, rezando para que ela não fosse tão escandalosa. Olhou ao redor antes de sair por completo, e com o coração palpitando, ele cobriu a região marcada com a palma da mão. Ele sabia onde ficava a sala de estar, não demoraria tanto para chegar.

Ele sabia onde estava a Capa da Invisibilidade de James, que naquele momento escondia todos os celulares da visão de Harry. Iria pegá-lo, voltar ao quarto, e finalmente pedir ajuda de...

Scorpius?

— Harry!

Scorpius quase caiu para trás. O pai do seu namorado, o rival do seu pai, que também era o salvador do mundo bruxo, estava logo a sua frente, encarando-o de um jeito que nunca vira antes. Parecia culpado, decidido, mas também um tanto confuso. Ainda bem, Scorpius escondia com a mão a confusão que acontecera em seu pescoço.

— Você acordou cedo. — Harry falou.

— Aah, eu sei, é que... — Scorpius olhou desesperadamente ao redor, procurando algo que poderia servir de desculpa. Encontrou um livro jogado sobre o sofá, e teve uma ideia. — Eu vim buscar um livro que a Lily me emprestou. Sabe, não tem nada para fazer a essa hora, e...

Love, AlbusOnde histórias criam vida. Descubra agora