— Capítulo 03 —
Como o esperado, os murmúrios alheios não deixaram de acompanhar Albus Potter e Scorpius Malfoy por toda a escola. O pessoal ficava na ponta dos pés quando os dois garotos passavam, mas não diziam nada além de "Albus Potter, uma irrelevância", "ele e aquele filho de Comensal".
E foi assim que Albus Potter começou a odiar Hogwarts.
Não entendia, é claro, porquê seu pai sempre elogiava a escola, dizia que Hogwarts era seu lar, e que se sentia verdadeiramente em casa. Então se lembrou que seu pai era famoso, e que provavelmente era cercado de pessoas que o elogiavam, não que diziam mal dele.
Mas Hogwarts nem parecia ser tão maravilhoso assim quanto Albus preveu.
A única coisa que gostava dali era Scorpius, e ele tinha certeza que se ele não tivesse conhecido-o, ele pediria para seu pai tirá-lo daquela escola, mesmo que soubesse que aquilo seria provavelmente impossível. Mas ele continuava ali porque Scorpius também precisava de apoio — não sabia como o amigo conseguia sorrir mesmo ouvindo todos chamando-o de filho de Voldemort.
Grande coisa que a escola tivesse cento e quarenta e duas escadas! De que adiantava a quantidade sendo que, passando apenas por uma delas, ele era posto para baixo, ridicularizado por alguém?!
Grande coisa que a escola tivesse repleta de fantasmas! Eles sempre olhavam feio quando ele passava, assim como os quadros. Barão Sangrento era o único que o respeitava — apesar de seu jeito um pouco grosseiro, mas nada caçoador.
Mas também havia Pirraça, o Poltergeist, que sempre pregava pegadinhas — suas vítimas preferidas eram Albus e Scorpius — com qualquer um. Mas era um alívio saber que Barão Sangrento era o único que conseguia mantê-lo quieto.
Argus Filch, o zelador, poderia ser até pior que Pirraça, mas Madame Nor-r-ra, sua gata, superava qualquer um dos dois. Ela e o dono eram insuportáveis, porque os dois faziam patrulha à noite e conheciam as passagens secretas melhor do que qualquer um. Talvez James soubesse melhor, já que ele tinha a Capa da Invisibilidade antiga de seu pai — Albus descobriu que poderia usar a Capa para evitar o bullying, tanto que, uma vez, ele e Scorpius não foram ao Grande Salão tomar o café-da-manhã, mas pegaram a Capa escondido de James e foram à cozinha invisíveis; foi muito melhor.
Provavelmente, o que todos mais desejavam era dar um pontapé em Madame Nor-r-ra porque todos a detestavam. James fez isso uma vez. Foi uma das únicas vezes que Albus sentiu admiração ao irmão.
Magia era chato porque ele não conseguia fazer; não que suas falhas tentativas o frustrassem, mas eram os comentários que ele recebia. Teve uma lembrança vívida de ouvir Polly Chapman dizendo algo sobre o pai sentir vergonha dele.
Mas, embora também fosse posto para baixo por quem quer que fosse, Scorpius era fascinado por Rose, não importava se esta o importunasse todo santo dia.
Albus preferia que a prima ignorasse os dois do que irritasse Scorpius pois Albus não gostava quando Rose chegava perto dele, porque mesmo que Scorpius não se importasse com o que ela dizia, Albus se importava e sempre se via forçado a arrastar Scorpius para longe da garota e dizê-lo que ela não podia tratá-lo assim.
Na aula de Feitiços do Dia das Bruxas, no entanto, Albus se viu incapaz de separá-los, já que Flitwick, o professor miúdo, juntou-os em dupla na aula de levitação.
— Não se esqueçam daquele movimento com o pulso que praticamos! — falou esganiçado, sobre a pilha de livros que costumava ficar, de modo que pudesse enxergar a sala inteira. — Gira e sacode, lembrem-se, gira e sacode. E digam as palavras mágicas corretamente, é muito importante.
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Love, Albus
FanficA primeira vez que Albus encontrou Scorpius foi numa hora desconfortável e totalmente inesperada, mas no momento em que Albus entrou naquele compartimento, aceitou seus doces, e deu os mais lindos sorrisos, ele descobriu que todos os momentos dali e...