Mine / harry styles (HIATUS)

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𝙉𝙖𝙧𝙧𝙖𝙙𝙤𝙧

Angel não conseguia desviar o olhar das suas botas manchadas de tinta. As suas botas favoritas!

Poderia parecer mimada, mas aquelas botas eram importantes para Angel. São as primeiras botas que comprou com o dinheiro do seu primeiro álbum. Ganhou o seu primeiro prémio com aquelas botas nos pés.

- Eu peço imensas desculpas, querida.

Angel quase riu.

Querida. Ele chamou-a de querida. Ela não é sua querida.

- Você estragou minhas botas.

- Compre outras.

Angel sentiu seu sangue ferver. O que o menino tinha de gostoso, tinha de bronco. Angel já o odiava. Não o suportava. Sua voz era irritante.

- Eu não quero outro par, estas são as minhas favoritas!

- Então peço perdão, querida. Não posso realmente fazer nada.

- Ai pode, pode.

Harry viu quando a menina tirou as botas dos pés, ficando de meias, e as entregando a ele.

- Limpe-as. Como? Não sei, faça um milgare. Mas quero as minhas botas limpas.

A menina era louca, pensou Harry. Louca.

- Você é louca, se pensa que vou limpar suas botas.

Harry tentou entregar as botas de volta a Angel, mas a morena lhe deu uma palmada na mão.

- Leve-as amanhã de manhã ao Bundles, dê à Sunny. Vou falar com ela, para ela ficar informada que lhe vai entregar as botas.

- Eu não vou lavar suas botas!

- Vai sim! Você manchou-as, você limpa!

- A tinta estava na sua mão!

- Você empurrou-me!

- Eu estava apenas a tentar passar. O corredor é pequeno.

- Podia ir por outro corredor, já que este estava ocupado.

- Mas--

- Pare. Eu não vou ouvir mais nada, espero que as minhas botas estejam amanhã com a Sunny, porque se não estiverem - Angel aproximou-se do moreno - você não sabe o que eu farei.

E com isso, Angel saiu pelo corredor até à entrada da loja, onde a mãe falava com a tia Val, o assistente de Val estava ali perto e, Angel aproveitou para lhe dizer que a cor tinha ficado ótima e queria levar dois baldes.

- Mãe, vou para o carro.

Angel deixou a mãe na loja, saindo. Ela olhou à sua volta e viu o quanto movimento a cidade agora tinha. E inesperadamente, ela sorriu. Estava feliz por estar de volta.

A sua mãe acabava de sair da loja, quando Angel abria a porta do carro. Ela rapidamente andou até à mãe, ajudando-a com os baldes.

- Devo perguntar porque está descalça?

Jocelyn questionou, assim que entrou no carro. Desde que vira a filha andar até ela na loja, tinha ficado curiosa do porquê de a filha não ter as suas botas nos pés, mas Angel saiu tão rapidamente, que não deu tempo de perguntar nada.

- Um idiota fez tinta cair nas minhas botas, eu disse para ele limpar.

- Você entregou suas botas para um estranho?

Aí Angel realmente pensou no que fez. Ela realmente deu suas botas a um desconhecido. Suas botas favoritas. Mas no momento, com tanta raiva, ela nem pensou nisso.

Agora está feito, e Angel só poderia esperar que as botas realmente estivessem com a velha Sunny no dia seguinte.

•

O dia seguinte chegou com um sol gostoso. Angel gostou disso. Ainda deitada, pegou no seu telemóvel, vendo as horas. Ainda não eram dez. Era cedo. Devagar, a menina saiu da cama, dirigindo-se para a casa de banho. Lavou os dentes, prendeu o cabelo, e desceu as escadas para comer. Os pais não estavam na cozinha, então deduziu que estariam a trabalhar, e a irmã... ou estaria a dormir ou engatou algum rapaz e ainda estava com ele.

Angel riu com o pensamento.

Ela era muito diferente da irmã quando o assunto era rapazes. Angel era muito seletiva, nunca namorou realmente, com a vida sempre muito pública, era complicado ter um relacionamento, então ela nem tentou. Teve alguns casos, mas nunca algum rapaz lhe interessou ao ponto de Angel dizer: quero namorar você. Bem, na realidade, houve um... mas ela não gostava de falar sobre isso. O inferno em que ela vivia graças a esse homem, só a cantora sabia. E ela desejava nunca o ter conhecido.

Já a irmã era diferente. Isabelle tinha um namorado, ou namorada, novo por mês. A menina não parava. Às vezes nem uma semana o namoro durava. Isabelle tentou implementar este conceito com a irmã, mas Angel queria algo real. Ela queria aquele amor-ódio. Não queria flores e corações, ela queria um amor pelo qual valia a pena lutar, ela queria ação, queria se divertir, queria discutir. Queria alguém que derrubasse os seus muros. Que lutasse por ela.

Angel suspirou, sabia que isso não ia acontecer com ela. Eram apenas histórias dos livros que lia, das canções que cantava e escutava.

Com o telemóvel na mão, ela entrou em sua redes sociais. Já tinham acalmado as publicações sobre Fred, e foi apenas naquele momento que Angel se sentiu preparada para dizer como se sentia. Ela procurou a fotografia de Barcelona, e foi essa que ela publicou.

- Fred, lembraste deste dia? Como éramos felizes! Nunca me irei esquecer do quanto me fazia sorrir, com um pequeno dedilhar na guitarra faziamos uma canção... adoro você, amo você, e odeio você também. Lembro quando você tocou comigo pela priemira vez, eu disse que você nunca mais me ia deixar, e você prometeu que não o iria fazer. Então... então porque você me deixou? O que eu fiz, Deus? O que eu fiz para meu melhor amigo sair do meu lado? O que eu fiz para meu confidente, meu braço direito, meu irmão, me deixar? O que eu fiz? Porque o tirou de perto de mim? Ele tinha uma vida inteira pela frente! Fred, você estará para sempre comigo, e com todos nós! Nunca ninguém se irá esquecer de você... você era incrível. E devo dizer, você levou uma parte de mim com você. Amo você. E odeio que você me tenha deixado, porque agora estou chorando sentindo a sua falta. Vou honrar você, nunca o esquecerei.
Amo você Fred.

Angel terminou de escrever e rapidamente publicou a foto. As lágrimas escorriam pelas suas bochechas, mas ela apenas as limpou, recompondo-se.

Tomou seu pequeno almoço e em seguida subiu as escadas. Angel ainda se voltou a deitar na cama, pensando em nada. Decidiu tomar um banho quentinho, como ela gostava. Estava calor, então ela decidiu vestir um vestido verde solto, que ia até suas canelas. Calçou umas das suas botas cowboy e logo saiu de casa.

Estava na hora de ir buscar o que era seu.

xxx
beijos