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𝘼𝙣𝙜𝙚𝙡 𝙁𝙧𝙚𝙚𝙙

Ouvia vozes à minha volta, mas não conseguia focar em nenhuma. Tudo o que passava em minha mente eram as imagens de Nicholas me olhando no restaurante. Ainda podia ver o sorriso preverso em seus lábios e os tremores em meu corpo provocados pelo seu olhar. Minha mente dizia para eu resistir, que eu não era mais a menina de dezanove anos, que ele não me podia afetar tanto. Mas meu coração se despedaçava mais um pouco ao ver seu olhar venenoso em minha direção, eu ainda me sentia fraca e intimidada por ele.

Nicholas estava ali. Fazendo minha vida num inferno. E eu teria de superar meus medos, ou iria desabar mais forte que na primeira vez.

- Angel...

Aquela voz rouca e intensa era inesquecível. Harry estava ali. Não sei como e porquê, mas ele estava ali. Meu mecânico estava comigo. Meu coração acelerou em meu peito com o pensamento de que ele estava tão perto. Eu queria abrir meus olhos e encontrar suas íris verdes, queria me acolher em seus braços, queria dormir em seu peito e acordar a seu lado.

- Querida...

Ao longe, podia ouvir bips ao ritmo das batitas de meu coração. Eu preciso abrir meus olhos. Eu preciso vê-lo.

Acorda!

Minhas pálpebras se moveram muito lentamente. Os raios da luz artificial atingiram meus olhos e os fechei, tentando amenizar o choque. Semicerrei meus olhos, vendo várias figuras desfocadas em minha volta.

- Filha?

Senti minha mão direita ser apertada e virei meu rosto nessa direção. Eu queria falar, mas minha garganta estava seca, minha cabeça latejava por causa dessa luz forte e, meu corpo pesava.

Senti um vidro encostar meus lábios e logo o líquido fresco da água estava tocando meus lábios. Alívio escorreu por meu corpo ao sentir a água deslizar por minha garganta.

Abri meus olhos, sentindo, ainda minha cabeça se queixar, mas me forcei a reconhecer as figuras torcidas em minha frente. A primeira coisa que vi foi o jaleco branco do médico que me observava segurando seus óculos. Ele anotou rapidamente algo em sua prancheta e voltou seu olhar para mim. Minha mão voltou a ser apertada e me voltei para minha direita, onde minha mãe se econtrava de maçãs do rosto rosadas, os olhos marejados e com um lenço branco na mão.

- Minha filha. - ela se aproximou e tocou meu rosto - Como está?

-B-bem. - minha voz saiu baixa, fraca e aguda.

Limpei minha garganta e olhei para trás de mamãe, onde Ethan estava abraçado a Diana, os dois tinham expressões preocupadas nos rostos. Perto deles estava o médico, que ainda observava atento meus movimentos. Do meu lado esquerdo e perto da janela, estavam Avery e Isa, de mãos entrelaçadas, minha irmã parecia triste e zangada ao mesmo tempo. Senti um aperto em minha mão esquerda e, num movimento leve, virei meu rosto e observei a figura do mecânico a meu lado. Uma tentativa de sorriso surgiu em meus lábios, mas tudo o que eu podia sentir era dor em meus músculos.

- Você vai ficar bem querida, descanse. - falou Harry, aproximando seu rosto do meu.

Seus lábios macios entraram em contacto com minha testa e isso foi suficiente para meu coração acelerar e, por consequência, aumentar a incidência dos bips da máquina que controlava meus batimentos cardíacos.

Harry riu baixo contra minha testa, enquanto eu sentia meu rosto esquentar de vergonha.

Maldita máquina!

Mine / harry styles (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora