𝘼𝙣𝙜𝙚𝙡 𝙁𝙧𝙚𝙚𝙙
Olhei as horas em meu telemóvel uma vez mais. O sol já se escondia, dando lugar a um céu azul escuro estrelado.
Diana falava com minha advogada numa chamada de vídeo, as consequências de minha entrevista estavam chegando e tinha que estar preparada. John e Nicholas iriam querer se vingar por tudo o que eu falei.
Mas minha preocupação estava longe de ser isso.
Continuava sem notícias de Harry e o aperto em meu peito se intensificava cada vez que pensava nele. Algo parecia errado. Não era comum de Harry estar tanto tempo sem me dizer algo. Por Deus, nós estamos namorando! Eu não me quero tornar numa dessas namoradas que são controladoras, mas a falta de comunicação está me preocupando.
Saí de meu carro, batendo com a porta. Olhei o edifício vermelho em minha frente e respirei fundo, caminhando até à entrada. Diferente da outra vez, a porta estava fechada. Com uma chama de esperança, premi o botão do andar de Harry, e esperei por ouvir sua voz. Alguns segundos se passaram, sem qualquer sinal de que ele estivesse em casa. Com o coração se despedaçando, olhei o botão ao lado, o da vizinha que sempre o olhava.
Será que devo?
Carreguei no botão, sem pensar muito. Que se dane, eu preciso entrar nesse edifício.
- Sim? - a voz da mulher soou no aparelho, me assustando.
- Oi, será que você podia abrir a porta para mim? Eu sou a namorada do Harry, seu vizinho.
Houve um silêncio que se seguiu, e cheguei a pensar que ela não me abriria a porta. Mas o som do trinco fez um pequeno sorriso crescer em meus lábios, ao mesmo tempo que agradecia baixinho.
Subi no elevador, sentindo meu coração acelerar em meu peito. Era impossível não recordar nossos momentos aqui dentro. E só de pensar nisso, meu ventre pulsa de desejo. A chama ainda aqui estava, depois de semanas, e não creio que se vá dissipar tão depressa. Os números do pequeno ecrã em minha frente mudavam em cada andar e, quando o elevador parou, fui rápida em sair do pequeno espaço e caminhar pelo corredor. Ao longe, a porta da vizinha de Harry estava aberta e a mesma se encontrava encostada no batente da porta.
- Só para que saiba, ele não apareceu desde que você veio aqui. - ela falou quando me aproximei.
- Como você sabe que estive aqui?
- Querida, aqui ouve-se tudo. E você não foi silenciosa chamando por ele.
- Eu estou preocupada com ele.
Ela deu um pequeno riso, antes de continuar.
- Não se preocupe com ele, Harry sempre saiu sem deixar rastro. Mas... - ela se aproximou mais de mim - Talvez deva ter em conta que quando ele voltar, você pode já não ter namorado.
- Porque diz isso?
- Você realmente não o conhece, pois não?
Que porra essa mulher está falando?
- O que você quer dizer com isso? - falei confusa.
- Vou ser rápida. Harry não é de ter namoradas, ele fode e larga. Você, lamento informá-la, mas você foi apenas mais uma.
O choque em meu rosto mostrava o quão abalada eu havia ficado com suas palavras. Ele não me ia deixar para dormir com outras mulheres, certo? Harry não era assim.
Mas eu o conhecia mesmo?
Quer dizer, ele sabe minha vida, eu lhe contei meus abusos. Mas ele nunca me falou de sua vida, de sua família. Eu sei de nada.
Pare.
Você não é assim, Angel.
Não precisa saber seu passado para o conhecer. Harry gosta de você. Ele namora você.
Engoli em seco, levantando meu queixo em sua direção.
- Agradeço por essa informação. Mas eu irei esperá-lo. - dei um pequeno sorriso forçado em sua direção e me virei, continuando a andar.
Ouvi o resmungo da mulher atrás de mim e, de seguida, o baque da porta a ser fechada. Deixei o ar escapar de meus pulmões e olhei para o corredor vazio. A porta branca, que há semanas manchei de batom, estava fechada. Me encostei na ombreira, focando meu olhar na parede em minha frente. Peguei em meu telemóvel e abri as mensagens com Ethan.
- Harry não está, mas vou esperar um pouco.
Premi a opção de enviar e guardei o aparelho em minha bolsa. Um suspiro saiu por entre meus lábios, quando ao fim de algum tempo minhas pernas começaram a doer. O corredor escuro era iluminado pela luz exterior. Sentada no chão e com as costas encostadas na superfície branca da porta, baixei minha cabeça entre os joelhos.
O frio começava a me atingir e me odiei por não me ter agasalhado mais um pouco. Minhas mãos estavam congelando, mesmo dentro dos bolsos do casaco. Havia vestígios de lágrimas em minhas bochechas, resultantes de alguns momentos em que as saudades apertavam mais um pouco. A falta que ele me estava fazendo nesse momento me consumia, e a hipótese de que ele se tenha fartado de mim partia meu coração.
Eu serei chata demais?
Não sei quando me deixei dormir, mas acordei com o barulho de algo a bater no chão. Ergui minha cabeça e vi um corpo jogado perto do elevador. Me levantei e me aproximei da pessoa. Cocei meus olhos e acendi a luz do corredor, para ter uma melhor visão.
O choque passou por meu rosto quando vi os cabelos escuros que eu amava agarrar e as tatuagens que eu não me cansava de contemplar. Com o coração acelerado, andei o mais rápido que pude e me agachei a seu lado. Virei seu corpo de barriga para cima e me assustei quando vi seu rosto.
Sangue escorria por seu lábio, as maçãs do rosto avermelhadas e roxas em alguns pontos, um dos olhos estava completamente negro e inchando em volta.
- Harry... - o chamei.
Lágrimas escorriam por minhas bochechas, os soluços escapavam por minha garganta, incontroláveis. Minhas mãos trémulas seguravam sua cabeça em meu colo.
- Harry, acorde. - passei minha mão por sua face, puxando os cabelos para trás - Por favor, acorde.
Sem resposta de sua parte, procurei pelas chaves de seu apartamento em seus bolsos. Funguei, limpando as lágrimas em meu rosto. Me levantei e andei até à porta branca, a abrindo. Voltei para perto do corpo adormecido de Harry e levantei um pouco o seu tronco, enfiando minhas mãos por baixo de suas axilas. Respirei fundo, tomando coragem.
Você consegue!
Fiz força e puxei seu corpo. Dava passos pequenos, com medo de deixá-lo cair.
Por Deus, ele é muito pesado.
Com dificuldade e uns bons minutos depois, consegui deslizar o seu corpo até à porta do apartamento. Fiz um último esforço o puxando para dentro de sua casa. Quando seu corpo estava completamente na pequena entrada, o encostei na parede e fechei a porta. Tranquei a fechadura, com medo de que alguém pudesse entrar. Suspirei, cansada, e encostei minha testa na madeira branca.
O que eu fiz de mal nessa porra de vida?
Olhei o corpo de Harry, sua cabeça pendia para a frente. Lágrimas voltaram a inundar meus olhos, vendo seu rosto daquela forma.
Quem lhe fez isso?
Me aproximei dele e me baixei, ficando a seu nível. Envolvi seu rosto com minhas mãos e lhe dei um beijo na testa, deixando um soluço escapar.
- Eu estou aqui, Harry. - falei num sussurro, meus lábios encostados em sua testa - Amo você.
xxx
se cuidem!
beijos
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Mine / harry styles (HIATUS)
Fanfiction- 𝘈𝘮𝘰-𝘵𝘦. - 𝘴𝘶𝘴𝘴𝘶𝘳𝘳𝘰𝘶 𝘯𝘰 𝘮𝘦𝘶 𝘰𝘶𝘷𝘪𝘥𝘰. 𝘝𝘪𝘳𝘦𝘪 𝘢 𝘤𝘢𝘳𝘢, 𝘥𝘦 𝘮𝘰𝘥𝘰 𝘢 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘳 𝘧𝘳𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘢 𝘧𝘳𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘤𝘰𝘮 𝘦𝘭𝘦. 𝘚𝘰𝘳𝘳𝘪 𝘥𝘦 𝘭𝘢𝘥𝘰. - 𝘌 𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘪𝘯𝘶𝘰 𝘢 𝘵𝘦 𝘰𝘥𝘪𝘢𝘳 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘯𝘰 𝘱𝘳...