Nunca pensei que atender e servir pessoas fosse tão complicado, tenho que transparecer confiança e conhecimento do que estou fazendo, sorrir e não me perder nas palavras, além de anotar tudo corretamente, e o mais importante, não correr o risco de derrubar algum pedido.
Enquanto atendo os clientes da cafeteria junto a Ellie, a Sra. Russell se encontra na cozinha preparando seus bolos e doces tão prestigiados, e Phillip está no caixa. A pequena reforma trouxe para a cafeteria um aspecto mais aconchegante e moderno, irá fazer vinte anos que a cafeteria foi inaugurada, e esta é a primeira vez que a Sra. Russell optou por mudar o ambiente, a única coisa que não mudou foi a frase que fica na parede perto da última mesa. "A suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos amados", e embaixo da frase em letras menores o nome Victor Hugo está escrito.
— Você está se saindo muito bem Chiara — diz Phillip assim que sento em um banco alto de madeira que fica perto do balcão.
— Obrigada — digo encarando minhas mãos — Estou me esforçando. — Eu solto um sorriso e levanto meu olhar para Phillip. Ele concorda com a cabeça sorrindo fechado.
Como o movimento na cafeteria está mais tranquilo, não me importei de estar conversando com Phillip. Ellie foi ao banheiro.
— Por que não foi para a escola hoje? — pergunto para o garoto que está anotando algo em um bloco de notas.
— Minha vó pediu ajuda para abrir a cafeteria e ajudar no atendimento, mas só por hoje, amanhã irei para a escola — responde ele ainda fazendo suas anotações.
— Entendi — digo saindo do banco. Vejo que mais pessoas entram no estabelecimento. — Tenho que voltar.
Me direciono até a mesa onde as duas mulheres sentaram e começo a atendê-las. Ellie volta do banheiro e assim continuamos nosso serviço.
Ellie senta em uma das cadeiras e se debruça sobre a mesa, já havíamos fechado a cafeteria e agora estamos organizando e limpando as mesas.
— Não sei o que seria de mim se você não tivesse aceitado trabalhar aqui — diz Ellie olhando para mim.
— Você só fez isso pensando em você não foi? — pergunto fingindo estar ofendida.
— Talvez, mas eu realmente estou contente em ter sua companhia aqui — responde se levantando, retirando seu avental.
— O que aconteceu com você para dizer algo assim tão... Como posso dizer? Tão amigável? — Ela faz uma cara emburrada e eu solto uma risada.
— É a primeira e última vez que digo isso. — Ela pega sua mochila que está atrás do balcão.
— Eu estava brincando — digo e retiro meu avental rápido, também pegando minha mochila. Ellie sai pela porta do fundo.
Como ela mora perto de onde saímos, decido acompanhá-la até sua casa.
— Você não está chateada, está? — pergunto já chegando perto de sua casa. Ela olha de canto de olho para mim.
— Não.
— Que bom — digo e a abraço forte de lado. Ellie se afasta um pouco emburrada.
— Pare com isso, eu já disse que não gosto quando você faz isso. — Ela arruma seus cabelos enquanto eu rio de sua cara. Eu sei muito bem que isso a deixa irritada.
— Chata — digo ainda rindo.
— Criança — ela diz empurrando de leve meus ombros e nós duas começamos a rir. Chegamos em frente de sua casa.
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Pelos Caminhos Do Seu Coração
Teen FictionChiara Wright é uma adolescente que nunca precisou se preocupar com as pessoas porque ela tenta ao máximo evitar qualquer tipo de desentendimento, sempre agindo educadamente, vivendo sua vida tranquilamente em São Francisco. Mas isso muda após...