Sábado. Aproveito para acordar somente às nove da manhã, sonolenta, levanto de minha cama e caminho para o banheiro. Ainda com meu pijama — um conjunto de uma camiseta branca com estampa de coala, com uma calça solta verde escuro, com vários rostos de coalinhas estampados nela —, desço as escadas e me direciono para a cozinha.
Minha mãe já havia saído para seu serviço, então terei de fazer meu próprio café da manhã. Apenas pego o cereal e o leite, e minha fonte de energia pela manhã está pronta, como sem pressa. Após colocar minha tigela na pia, vou até a porta dos fundos e saio para o quintal, coloco a ração e água de Tobby e aproveito para sentar em um balanço que já está velho e abandonado, ele fica preso em uma árvore, essa que é razoavelmente grande, fecho meus olhos começando a me balançar de leve, as lembranças chegando aos poucos.
— Tem certeza de que não está vendo nada? — minha mãe pergunta depois de colocar uma venda em meus olhos.
— Certeza absoluta — digo dando um leve pulinho de alegria.
— Segure em minhas mãos, vamos para o quintal. — Mamãe segura em minha mão me guiando, e para assim que sinto pisar no macio da grama.
— Está pronta? — Escuto a voz de meu pai perguntar.
— Sim — digo sorrindo com tanta animação.
— 1... — Mamãe e papai começam a contar juntos. — 2... e... 3. Feliz aniversário! — Minha mãe tira a venda de meus olhos.
Meus olhos brilham, na árvore do quintal está um balanço, o assento é de madeira pintada de branco e com um pequeno encosto para as costas, na madeira estão desenhadas várias flores em cores roxa, rosa, vermelha e amarela e algumas folhas, no encosto está escrito meu nome em roxo com um coração ao lado, as cordas que prendiam o balanço estão enfeitadas com alguns ramos de folhas artificiais, é lindo.
Ao lado do balanço está o meu pai que sorri abertamente, corro até ele o abraçando, ele me levanta me girando no ar e depois me coloca sentada no balanço, mamãe chega perto de nós, e ela e papai se abaixam para ficarem na minha altura.
— O que achou? — pergunta meu pai.
— Está lindo — respondo sorrindo olhando atentamente cada detalhe do meu maravilhoso presente.
— Sua mãe que teve a ideia de enfeitar as cordas.
— A senhora é demais — digo para minha mãe que abre um sorriso.
— E eu? — meu pai pergunta indignado. — Saiba que eu tive mais trabalho. — Quando ele termina de falar minha mãe bate de leve em seu ombro, papai apenas dá uma risada.
— Mas sem minhas sugestões você estaria perdido — ela diz cruzando os braços.
— Obrigada — digo. — Aos dois. — Eles sorriem e se levantam.
Mamãe começa a arrumar a mesa que tinha posto no quintal e papai começa a me empurrar no balanço. Eu sorria cada vez que sentia o vento batendo cada vez mais forte em meus cabelos.
Isso foi no meu aniversário de sete anos. Abro meus olhos lentamente, tendo a visão de minhas pantufas do Bob Esponja, aos poucos o vento balança meus cabelos. Esse dia foi um dos mais especiais para mim. Paro de me balançar assim que encosto meus pés no chão, Tobby vem até mim e apoia suas patas nos meus joelhos, faço um leve carinho em sua orelha e ele começa a lamber minha mão.
— O que acha de passear? — pergunto sorrindo para Tobby.
Logo ele sai correndo pelo quintal pegando sua bolinha de beisebol, volta para perto de mim, balançando seu rabo em animação, solto uma risada mínima e me levanto.
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Pelos Caminhos Do Seu Coração
Teen FictionChiara Wright é uma adolescente que nunca precisou se preocupar com as pessoas porque ela tenta ao máximo evitar qualquer tipo de desentendimento, sempre agindo educadamente, vivendo sua vida tranquilamente em São Francisco. Mas isso muda após...