Capítulo 9

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Sábado. Aproveito para acordar somente às nove da manhã, sonolenta, levanto de minha cama e caminho para o banheiro. Ainda com meu pijama — um conjunto de uma camiseta branca com estampa de coala, com uma calça solta verde escuro, com vários rostos de coalinhas estampados nela —, desço as escadas e me direciono para a cozinha.

Minha mãe já havia saído para seu serviço, então terei de fazer meu próprio café da manhã. Apenas pego o cereal e o leite, e minha fonte de energia pela manhã está pronta, como sem pressa. Após colocar minha tigela na pia, vou até a porta dos fundos e saio para o quintal, coloco a ração e água de Tobby e aproveito para sentar em um balanço que já está velho e abandonado, ele fica preso em uma árvore, essa que é razoavelmente grande, fecho meus olhos começando a me balançar de leve, as lembranças chegando aos poucos.

— Tem certeza de que não está vendo nada? — minha mãe pergunta depois de colocar uma venda em meus olhos.

— Certeza absoluta — digo dando um leve pulinho de alegria.

— Segure em minhas mãos, vamos para o quintal. — Mamãe segura em minha mão me guiando, e para assim que sinto pisar no macio da grama.

— Está pronta? — Escuto a voz de meu pai perguntar.

— Sim — digo sorrindo com tanta animação.

— 1... — Mamãe e papai começam a contar juntos. — 2... e... 3. Feliz aniversário! — Minha mãe tira a venda de meus olhos.

Meus olhos brilham, na árvore do quintal está um balanço, o assento é de madeira pintada de branco e com um pequeno encosto para as costas, na madeira estão desenhadas várias flores em cores roxa, rosa, vermelha e amarela e algumas folhas, no encosto está escrito meu nome em roxo com um coração ao lado, as cordas que prendiam o balanço estão enfeitadas com alguns ramos de folhas artificiais, é lindo.

Ao lado do balanço está o meu pai que sorri abertamente, corro até ele o abraçando, ele me levanta me girando no ar e depois me coloca sentada no balanço, mamãe chega perto de nós, e ela e papai se abaixam para ficarem na minha altura.

— O que achou? — pergunta meu pai.

— Está lindo — respondo sorrindo olhando atentamente cada detalhe do meu maravilhoso presente.

— Sua mãe que teve a ideia de enfeitar as cordas.

— A senhora é demais — digo para minha mãe que abre um sorriso.

— E eu? — meu pai pergunta indignado. — Saiba que eu tive mais trabalho. — Quando ele termina de falar minha mãe bate de leve em seu ombro, papai apenas dá uma risada.

— Mas sem minhas sugestões você estaria perdido — ela diz cruzando os braços.

— Obrigada — digo. — Aos dois. — Eles sorriem e se levantam.

Mamãe começa a arrumar a mesa que tinha posto no quintal e papai começa a me empurrar no balanço. Eu sorria cada vez que sentia o vento batendo cada vez mais forte em meus cabelos.

Isso foi no meu aniversário de sete anos. Abro meus olhos lentamente, tendo a visão de minhas pantufas do Bob Esponja, aos poucos o vento balança meus cabelos. Esse dia foi um dos mais especiais para mim. Paro de me balançar assim que encosto meus pés no chão, Tobby vem até mim e apoia suas patas nos meus joelhos, faço um leve carinho em sua orelha e ele começa a lamber minha mão.

— O que acha de passear? — pergunto sorrindo para Tobby.

Logo ele sai correndo pelo quintal pegando sua bolinha de beisebol, volta para perto de mim, balançando seu rabo em animação, solto uma risada mínima e me levanto.

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