Capítulo 17

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     Hoje já é segunda-feira, e assim que saí de casa, meus pensamentos se voltaram para Nathan e para o teste do time. Será que ele irá fazer? Eu estou torcendo para que sim, e também estou ansiosa para isso.

    Agora, nós não íamos mais juntos para o colégio, ele sempre sai mais cedo. Ultimamente nossa convivência está sendo tranquila, com algumas de suas implicâncias, mas eu já me acostumei. Parece que estamos mais próximos e ele parece estar começando a se permitir para as coisas do dia-a-dia.

    Assim que entro na sala para a aula de matemática, vejo Nathan em sua carteira com as mãos entrelaçadas sobre a mesa, seus dedos estão mexendo um no outro, ele parece nervoso, deixo minha mochila em cima de minha mesa e vou até ele, sentando na carteira a sua frente. Assim que me vê, ele se assusta.

— Você tem sempre que chegar do nada? — ele pergunta e olha pra janela.

— Não consigo evitar — digo e pego uma caneta que está sobre seu caderno. — Nervoso?

— O que? — Ele me encara.

— Para jogar, você vai entrar em ação hoje. — Pego seu caderno que está aberto e destampo a caneta, Nathan pareceu não se importar, ou, não havia percebido.

— Eu... — Nathan respira fundo e solta o ar se encostando na cadeira. Tiro minha atenção do caderno e o encaro.

— Vai dar tudo certo — digo na tentativa de acalmá-lo.

— Não tenho tanta certeza.

— Não seja pessimista, ou irá se atrapalhar, e aí terá que ouvir de mim um "Eu estava certíssima" ou " Você é um mentiroso, não sabe jogar nada", não sei qual frase é melhor — digo e percebo o mesmo segurar um sorriso.

— Eu não vou deixar, e você no final terá que dizer "Mil desculpas, eu estava completamente errada" — ele diz cruzando os braços e se inclinando sobre a mesa.

— Veremos. — Me inclino também e apoio meu queixo em minha mão esquerda, sorrindo de lado.

    Agora, tenho seu rosto a centímetros do meu e me permito observar partes dele, seus olhos parecem carregar a noite e suas bochechas são levemente rosadas. Ele é um garoto bonito. Nathan também me encara, uma mecha do seu cabelo cai sobre seu rosto e isso me desperta, pisco algumas vezes seguidas e ajeito minha postura. Nathan faz o mesmo e limpa a garganta. Ele leva seu olhar para a janela, depois para a lousa, e depois para a porta, eu olho para o caderno e a caneta a minha frente.

— É... — começo a falar. — Até o intervalo. — Me levanto e solto um sorriso, assim que me viro, sinto sua mão segurar levemente meu pulso. Sua mão é quente. Viro para o mesmo que tira a mão de meu pulso e, estranhamente, sinto falta dela.

— Eu.. é... não é nada — ele diz voltando seu olhar para a janela, me sinto um pouco decepcionada.

    Volto e sento no meu lugar, levo meu olhar para Nathan, e ele está me encarando com um pequeno e quase invisível sorriso, vejo que ele está com seu caderno em mãos, e acho que o mesmo viu o que eu escrevi. Sorrio para ele. Nathan olha para o caderno mais uma vez e dá um sorriso aberto. Sinto uma animação correr pelo meu corpo, e tento guardar o sorriso que persistia em meu rosto. A Sra. Choules logo entra na sala iniciando a aula.

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