Hoje já é segunda-feira, e assim que saí de casa, meus pensamentos se voltaram para Nathan e para o teste do time. Será que ele irá fazer? Eu estou torcendo para que sim, e também estou ansiosa para isso.
Agora, nós não íamos mais juntos para o colégio, ele sempre sai mais cedo. Ultimamente nossa convivência está sendo tranquila, com algumas de suas implicâncias, mas eu já me acostumei. Parece que estamos mais próximos e ele parece estar começando a se permitir para as coisas do dia-a-dia.
Assim que entro na sala para a aula de matemática, vejo Nathan em sua carteira com as mãos entrelaçadas sobre a mesa, seus dedos estão mexendo um no outro, ele parece nervoso, deixo minha mochila em cima de minha mesa e vou até ele, sentando na carteira a sua frente. Assim que me vê, ele se assusta.
— Você tem sempre que chegar do nada? — ele pergunta e olha pra janela.
— Não consigo evitar — digo e pego uma caneta que está sobre seu caderno. — Nervoso?
— O que? — Ele me encara.
— Para jogar, você vai entrar em ação hoje. — Pego seu caderno que está aberto e destampo a caneta, Nathan pareceu não se importar, ou, não havia percebido.
— Eu... — Nathan respira fundo e solta o ar se encostando na cadeira. Tiro minha atenção do caderno e o encaro.
— Vai dar tudo certo — digo na tentativa de acalmá-lo.
— Não tenho tanta certeza.
— Não seja pessimista, ou irá se atrapalhar, e aí terá que ouvir de mim um "Eu estava certíssima" ou " Você é um mentiroso, não sabe jogar nada", não sei qual frase é melhor — digo e percebo o mesmo segurar um sorriso.
— Eu não vou deixar, e você no final terá que dizer "Mil desculpas, eu estava completamente errada" — ele diz cruzando os braços e se inclinando sobre a mesa.
— Veremos. — Me inclino também e apoio meu queixo em minha mão esquerda, sorrindo de lado.
Agora, tenho seu rosto a centímetros do meu e me permito observar partes dele, seus olhos parecem carregar a noite e suas bochechas são levemente rosadas. Ele é um garoto bonito. Nathan também me encara, uma mecha do seu cabelo cai sobre seu rosto e isso me desperta, pisco algumas vezes seguidas e ajeito minha postura. Nathan faz o mesmo e limpa a garganta. Ele leva seu olhar para a janela, depois para a lousa, e depois para a porta, eu olho para o caderno e a caneta a minha frente.
— É... — começo a falar. — Até o intervalo. — Me levanto e solto um sorriso, assim que me viro, sinto sua mão segurar levemente meu pulso. Sua mão é quente. Viro para o mesmo que tira a mão de meu pulso e, estranhamente, sinto falta dela.
— Eu.. é... não é nada — ele diz voltando seu olhar para a janela, me sinto um pouco decepcionada.
Volto e sento no meu lugar, levo meu olhar para Nathan, e ele está me encarando com um pequeno e quase invisível sorriso, vejo que ele está com seu caderno em mãos, e acho que o mesmo viu o que eu escrevi. Sorrio para ele. Nathan olha para o caderno mais uma vez e dá um sorriso aberto. Sinto uma animação correr pelo meu corpo, e tento guardar o sorriso que persistia em meu rosto. A Sra. Choules logo entra na sala iniciando a aula.
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Pelos Caminhos Do Seu Coração
Ficção AdolescenteChiara Wright é uma adolescente que nunca precisou se preocupar com as pessoas porque ela tenta ao máximo evitar qualquer tipo de desentendimento, sempre agindo educadamente, vivendo sua vida tranquilamente em São Francisco. Mas isso muda após...