Nathanael
Assim que Chiara se afasta e some pelo corredor, ando em passos rápidos para a sala, com o propósito de chegar antes do professor para a aula de literatura. Ao adentrar a sala, suspiro aliviado ao perceber que o professor ainda não havia chego. Como nessa sala as carteiras são para duplas, opto por sentar ao lado de Sophie, na penúltima carteira perto das janelas. Ao sentar ao lado dela, a mesma me lança um sorriso angelical.
— Quase não chega a tempo — ela diz, ainda sorrindo.
— Quase — digo, tentando retribuir seu sorriso. Ainda é meio difícil conversar tão abertamente com alguém que não seja Chiara. Mas aos poucos tento começar a agir como eu mesmo.
— Você fez a redação que o Sr. Markey pediu?
— Acho que fiz — respondo pegando meu caderno.
— Você acha? — Sophie diz com um resquício de sorriso.
— Bom, estou torcendo para que eu tenha feito. — Sorrio aberto.
— O que acha de irmos à uma cafeteria aqui perto depois de acabar as aulas? — ela pergunta e por um momento penso em recusar seu convite, não por não querer, mas toda essa aproximação nossa, de certa forma, me deixa um pouco relutante.
— Eu tenho meu primeiro treino hoje, vou ficar até mais tarde — digo, o que é verdade, e vejo o Sr. Markey entrar na sala.
— Eu vou ficar estudando na biblioteca até mais tarde também, posso te esperar. — Sophie me olha com um sorriso fechado e um olhar esperançoso.
— Está bem, então — digo por fim, me rendendo aquela situação. Sophie agora sorri aberto e leva sua atenção para frente, onde o professor começa a escrever algo no quadro negro. Solto o ar lentamente, tendo o olhar perdido sobre o meu caderno.
É notável por mim que eu estou conseguindo fazer novas amizades por aqui, Sophie e eu somos quase amigos. Mas, por que aceitar o seu convite me pareceu tão errado? O seu olhar e seu sorriso para mim, e sua aproximação, me faz ficar com um pé atrás com relação a como Sophie me vê, como um amigo ou algo além disso. Eu vejo Sophie como uma garota simpática e inteligente, e que para mim, o único sentimento e relação que pode se estabelecer entre a gente será o de amizade. Nada a mais.
Meus pensamentos voam até Chiara, e em seu olhar e seu sorriso que, diferente dos de Sophie, são enigmáticos. Quando estou com Chiara é como se uma onda de felicidade se apossasse de meu corpo, me fazendo querer permanecer sempre ao lado da garota, de poder sempre conversar com ela e poder ouvir suas risadas atrapalhadas, e de ter aquela sensação confortável de que ela pode me fazer sorrir sem muitos esforços.
Me senti um idiota ao ter aceitado o convite da Sra. Wright para tomar aquela vitamina constituída de noventa por cento de açúcar, só porque a mesma disse que era a favorita de Chiara, me senti tentado em descobrir mais sobre a garota que está causando toda essa complicação em minha mente.
Me senti um idiota ao pensar na possibilidade de tomar os lábios da garota quando tive seu rosto tão perto do meu, quando tive seus olhos castanhos e radiantes, fixos aos meus, como imãs de polos diferentes tentando se conectarem por causa da lei da física de atração.
Me senti um idiota por ter me afastado da mesma ao tomar consciência de meus pensamentos e considerar a ideia de beijá-la errada e ao mesmo tempo tentadora. Me sinto um idiota por tomar atitudes idiotas.
No treino de basquete, o treinador Henry nos informou sobre o torneio que se aproxima e que dessa vez o time teria que sair campeão para recompensar a vergonha do ano passado, mesmo eu não sabendo o que aconteceu com o time dessa escola no ano passado, mas apenas concordei com a cabeça.
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Pelos Caminhos Do Seu Coração
Teen FictionChiara Wright é uma adolescente que nunca precisou se preocupar com as pessoas porque ela tenta ao máximo evitar qualquer tipo de desentendimento, sempre agindo educadamente, vivendo sua vida tranquilamente em São Francisco. Mas isso muda após...