𝐅𝐎𝐑𝐓𝐘 𝐒𝐈𝐗 ⚡️ 𝐍𝐀𝐓𝐇𝐀𝐍

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O dia seguinte pós bebedeira tem seus sintomas comuns, normalmente, os mesmos de sempre. Dor de cabeça latejante, enjôo e os olhos ardendo. Eu já estava acostumado com esses, mas fazia bastante tempo que eu não acordava numa manhã pós cocaína. O gosto amargo em minha boca me faz balançar a cabeça, o peso nas minhas pálpebras são insuportáveis e a enxaqueca quase que estoura meus miolos. Sem contar do fato que eu só me lembrava até o momento que empurrei exatas sete carreiras pra dentro do meu nariz. Eu ainda sentia minhas narinas arderem e me identifico com um completo idiota. A necessidade de fazer merda por estar de cabeça quente sempre esteve presente na minha vida.

Me esforço para me sentar na cama e o revirar dos meus olhos é inevitável ao perceber que eu não estava sozinho dentro os lençóis. Cabelos ruivos se mantinham espalhados pelo travesseiro que costumava ficar vazio na minha cama de casal e uma garota dormia tranquilamente. Por um momento, desejei ser ela. Parecia estar tão serena e não iria acordar com o nariz pegando fogo como o inferno por ter enchido o cu de cocaína na noite anterior.

Me levanto e rapidamente cato minhas roupas do chão. Por maior que seja meu esforço para não fazer barulho, eu logo escuto o som da garota se revirando no colchão, na sequência, um suspiro e um bocejo. Não me preocupo em virar para olha-la. Ainda assim, sinto seus olhos queimando em minhas costas.

— Bom dia. — Ela desejou.

— Bom dia... — Aperto os olhos, tentando me recordar de seu nome.

— Savannah. — Refrescou minha mente.

— Certo. Bom dia, Savannah — Tateio os bolsos da minha bermuda e logo puxo minha carteira, tirando dali algumas notas e logo estendendo em sua direção. — Tenho que fazer algumas coisas hoje, ainda. Acho melhor você ir embora.

Eu achava que estava tudo bem até perceber a expressão incrédula e os olhos matadores da garota ruiva pra cima de mim. Ela se levanta da cama transtornada, vestindo suas roupas enquanto eu à fitava confuso.

— Sério que acha que eu sou uma prostituta, Nathan? — Negou com a cabeça e passou por mim, esbarrando em meu ombro. — Babaca.

São as únicas coisas que ela diz antes de se retirar do meu quarto raivosa, me deixando com o braço estendido e meus dedos segurando as notas. Acabo suspirando e guardando de volta aquele dinheiro dentro de minha carteira. Mais uma garota para deixar transtornada, Nate. Ótimo, já posso fazer uma coleção.

Caminho até o banheiro e faço minhas higienes matinais com calma, também tomando um banho longo e saindo já vestindo uma outra bermuda. Passo a toalha em meus cabelos molhados e pego meu celular em mãos. A tela totalmente trincada, reflexo do meu surto de fúria de ontem. Eu respiro fundo ao lembrar do que me motivou à fazer isso. Ainda não sabia ao certo como resolveria esse acaso. Eu caí na ladainha de uma adolescente e não poderia me sentir mais idiota. Quebrei o laço mais importante da minha vida por conta de uma criança que nem ao menos existe, deixei cicatrizes por onde passei e aqui estou eu, torcendo com todas as minhas forças que pelo menos, Bella já tivesse se alimentado hoje, pois sei como ninguém o jeito que ela se comporta quando algo à abala emocionalmente.

Enquanto me locomovo até a cozinha, tento ligar meu celular. Ele ainda sim estava funcionando. Vantagens de um telefone velho e pesado que eu cuidava muito bem. Assim que a internet se conecta com o aparelho, o sinto vibrar em minha mão incansavelmente com chegada de novas notificações. O tempo de eu me encostar no balcão da cozinha e deixar a toalha em um canto qualquer é o exato pra que eu conte certíssimas quarenta e cinco chamadas perdidas da Hannah e três da Bella. Me arrisco à entrar nas mensagens, ignorando totalmente as incontáveis da Summer mais nova e entrando de imediato nas da mais velha. Suas ligações foram poucas, suas mensagens infinitas. Eu não sabia ao certo quantas vezes ela digitou pra mim, mas apenas em passar os olhos pelas letras minúsculas, eu sabia que tinha feito uma grande besteira em deixa-la no escuro daquela forma.

𝐁𝐈𝐑𝐓𝐇𝐃𝐀𝐘 𝐒𝐄𝐗, 𝗺𝗮𝗹𝗼𝗹𝗲𝘆. •  hiatus!Onde histórias criam vida. Descubra agora